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|Capítulo 5|

2007

Scarlet ouvia impacientemente a sua professora, esta que a repreendia. Ela considerava-se uma rapariga com a mentalidade avançada, comparada com os seus colegas, e não percebia o porquê de estar a ser repreendida.

Na verdade, ela era mesmo uma rapariga com um raciocínio mais adulto. A maioria dos seus colegas eram muito infantis, pelo simples facto de serem mimados pelos seus pais. Pelo contrário, Scarlet nunca tinha sido mimada pelos seus pais - que perdera aos oito anos.

Muitos dos seus colegas ainda faziam birra porque não tinham a nota esperada num teste. Ou, então, reclamavam porque os pais não lhes deram aquilo que eles queriam e pediam há muito tempo. Gostava a loira que a avó lhe comprasse aquela camisola que via sempre que ia para casa na montra de uma loja. Mas, a avó nem sabia que a neta desejava aquela camisola. Scarlet não contara à avó. Sabia muito bem das dificuldades que a senhora de idade passava só para trazer comida para mesa, e, sabia também, que se dissesse à avó do seu desejo, ela faria de tudo para a comprar à neta. A moça não podia deixar que isso acontecesse, não queria que a avó gastasse mal o pouco dinheiro que tinham.

Mas, não era esta mentalidade menos infantil que a privava de fazer o que qualquer outra criança de doze anos faz. A jovem também fazia travessuras, muitas delas piores do que as dos seus colegas. Talvez fosse apenas uma maneira de chamar à atenção, ou de mostrar a sua revolta com a vida. Sinceramente, acho que nem a loira sabia.

Talvez fosse uma das piores, no que toca a traquinices. Scarlet fazia-as, mas raramente era apanhada. Por vezes, usava a mentira para escapar, e pouca vezes era descoberta a verdade. Isto é, ela mentia, mas eram mentiras simples, inocentes. Ela odiava mentirosos e mentiras, por isso, nunca se tornaria numa mentirosa, apenas usava as mentiras como forma de proteção.

E era por isso que estava a ouvir a sua professora a falar, que se começava a irritar e, invés de falar, gritava.

A moça tinha começado mais uma confusão. Como qualquer outra rapariga da sua idade, gostava de ver os rapazes exibir a sua força, e não perdia uma oportunidade de os ver a lutar. Tinha sido simples, na verdade. Apenas teve de dizer a cada um dos colegas uma pequena mentira. Os colegas não toleravam que falassem deles nas sua costas, e ela sabia-o. Os dois rapazes juntaram-se e atacaram-se um ao outro. Tal como as outras raparigas, Scarlet ficou fascinada pela quantidade de força que usavam em cada soco ou empurrão. Não nos podemos esquecer que eram apenas miúdos de doze anos, a sua força não se comparava à dos adultos, mas também elas eram raparigas de doze anos, e fascinavam-se com pouco.

Não durou muito a zaragata. Logo os funcionários da escola foram avisados do que se passava e separam os dois rapazes. Ao separarem os dois rapazes, deram a cada um a oportunidade de contarem o seu lado da história. E foi aí que Sacrlet foi apanhada. Ambos os rapazes disseram que tinha sido a rapariga a contar-lhes a ofensa, e os docentes, como já a conheciam, souberam logo o que se passava.

A sua professora logo foi informada e, logo que a apanhou, começou a ralhar com a loira. A moça odiava que ralhassem com ela, simplesmente não tinha paciência.

Foi então que deu por si a coçar o braço. Parecia que coçar o braço lhe dava alguma tranquilidade, quase que a fazia não ouvir a sua professora. O barulho dela a coçar-se era quase inaudível, mas ela consegui ouvi-lo, visto estar com a cabeça deitada ao pé do mesmo.

Só depois é que sentiu algo a ficar preso nas sua unhas. Olhou para as mesmas e verificou ter restos de pele nas unhas. Olhou, então, para o braço, e este estava vermelho e com a pele levantada, como se o tivesse esfolado na parede.

Qualquer pessoa se iria arrepender de ter começado a coçar o braço com tanta força que tirou a pele, mas ela não se arrependia. Talvez até voltasse a repetir, visto esta pequena ação a ter tranquilizado quase que instantaneamente.

Mas mal sabia ela que, se continuasse a coçar o seu braço, poderia tornasse em algo muito pior.

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o gif é meio sexual mas ignorem, não é suposto ser sexual

ily

Scar | a.i.Onde histórias criam vida. Descubra agora