Sobre amor e cuidado

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— O que você acha, Wat?

Tine tinha um sorriso enorme na boca, o olhar em excitação e ansiedade, apenas esperando a resposta de Sarawat. Precisava de uma opinião sobre as suas ideias e Sarawat era o seu namorado e uma das pessoas que mais amava no mundo.

O sofá era confortável demais e Sarawat quase dormia ali, ouvindo a voz mansinha de Tine conversando consigo. No entanto sabia que tinha que dar uma opinião, então, respirou fundo, passou a mão pelo cabelo recém cortado e fez uma careta.

— Não sei se é uma boa ideia.

— Por quê? — perguntou, chateado.

— Tine, você fez uma tatuagem sem sentido no pescoço na semana passada e agora quer colocar um piercing?

— Espera. A minha tatuagem na nuca não é sem sentido. Ah, eu já sei. Você tá com ciúmes porque eu pedi que o Mil fizesse o desenho.

— Como é? — Soltou um riso nervoso, comprovando a hipótese de Tine. — Definitivamente não. A questão aqui é que eu me preocupo com você. E se você se arrepender da próxima decisão? Você anda muito impulsivo...

— Quer saber de uma coisa? Vai se ferrar. — Tine se levantou do sofá e diferente do que Sarawat pensou, ele não foi embora. Andou de um lado para o outro no apartamento e começou a falar sem parar. — Você é o meu namorado e tem que me apoiar. Eu quero mudar, e daí? Eu tenho novos gostos agora. Você falou se eu fiquei mais bonito? Perguntou onde eu vou colocar o piercing? Não. Você só... me xingou. Quer saber? Cuida da sua vida.

— Então eu vou continuar cuidando de você. Você é a minha vida, não?

— Qual é...

— Não entendo por que você tá tão irritado.

— Porque eu cansei de ser careta.

— Tine, você não é careta. Eu te acho tão fofo que tenho vontade de te esmagar.

— Sei...

— Eu me preocupo com você, amor. Quem anda colocando essas ideias na sua cabeça? Não faça uma coisa só porque os outros disseram pra você fazer.

Tristinho, Tine andou até o sofá e se sentou ao lado de Sarawat novamente, encostando a cabeça no ombro dele.

— A tatuagem é de mentira e eu não teria coragem de colocar um piercing. Dói demais. Eu só não quero que você enjoe de mim.

— Enjoar de você, Tine? Tá brincando comigo, não tá?

— Me abraça? — Sarawat o abraçou apertado pelos ombros, rindo de como Tine estava estressado ultimamente. Talvez porque as suas provas estavam perto. De qualquer forma, Sarawat soube confortá-lo muito bem com beijinhos nos ombros nus, na boca e no rostinho corado. Quando se separaram com as bocas mais vermelhas do que o normal, Sarawat achou graça. Tine nem parecia o esquentadinho de minutos atrás. — Wat... o que você disse naquela hora?

— Disse que você é a minha vida.

— Fala de novo.

— Você é a minha vida.

— De novo.

Querendo calar a boca dele, Sarawat o beijou mais uma vez. Se todas as brigas terminassem com beijos quentes no sofá, Sarawat sempre iria discordar de Tine.

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