Sobre amor e desejo

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Era um mês frio na cidade e Tine estava todo encolhido no sofá, com meias cinzas e moletom da mesma cor. Ele se perguntava como Sarawat se sentia tão à vontade apenas com aquela regata e os pés descalços. De qualquer forma, Tine não reclamava, porque assim podia admirar Sarawat e os músculos recentes nos braços. Às vezes Tine queria se esfregar ali.

Suspirando impaciente com mais um desejo reprimido, Tine percebeu que Sarawat estava sentado no chão há meia hora, tocando violão. Tine queria um pouco de atenção.

— Você vai terminar essa música ainda hoje, só amanhã, ou nunca?

— Eu preciso terminar essa lição atrasada do Clube de Música, Tine. Não tá satisfeito em ficar me encarando e quer um pouco da minha atenção, é isso?

— Não tô encarando você.

— É claro que não tá. — Sarawat era um provocador barato e Tine sabia daquilo mais do que ninguém, além disso, queria beijá-lo e fazer um amorzinho gostoso por horas, em cima dele, tomando as rédeas pelo menos uma vez. Não tinha coragem para tomar a iniciativa, no entanto. O pior de tudo era saber que Sarawat sabia de todas aquelas vontades e continuava o provocando com beijos quentes demais e sorrisos maldosos, o deixando com o corpo pegando fogo e se despedindo logo em seguida na maioria das vezes. — Você tá prestes a babar, Tine.

Tine piscou os olhos. Estava todo atordoado com a beleza do namorado. De vez em quando amaldiçoava os exercícios que ele fazia e o frio que não o deixava sair para cortar o cabelo.

— Cala a boca.

— Acabei.

— E agora?

— Você quer mesmo um pouco de mim, não é?

— Não seja um babaca.

Sarawat se levantou, deixando o violão de lado, e Tine quis socar a sua própria cara por segui-lo com o olhar sem nem mesmo piscar. Era uma tortura tudo aquilo. Tine queria chorar por ter um namorado tão gostoso e não ter coragem para fazer o que quisesse com ele.

Cansado de pensar e de sentir vontade, Tine, sem ter muita consciência de alguma coisa, se levantou do sofá e pegou Sarawat pelos ombros, o fazendo se sentar no sofá. Com um sorrisinho travesso, Sarawat molhou os lábios com a língua.

— Não precisa ficar nervoso, Tine, se quiser me tocar, apenas toque. É o que você sempre quer.

— Como sabe?

— Você me encara a todo momento como se quisesse me devorar.

Sem argumentos e exausto daquele papo começando a deixá-lo sem graça, Tine se sentou no colo dele e o beijou como se não houvesse amanhã. Sarawat o abraçou com força pela cintura e em poucos segundos estava gemendo com Tine rebolando em cima de si. Tirando as mãos da bochecha do namorado, Tine levou os dedos até entrarem pela regata dele. Ele tocou a pele e arranhou de leve, até que subiu mais um pouco chegando nos mamilos. Quando percebeu onde estava, se separou do beijo e retirou com pressa a roupa de Sarawat, a boca indo direto para o lugar que tanto ansiou sentir o gosto.

Deitando a cabeça no sofá, Sarawat fez carinho na cintura dele até a mão boba entrar pelo cós da calça, apertando a carne com firmeza. Cansado de brincar com o que queria, Tine estava perto de Sarawat novamente, percebendo como a respiração dele estava pesada, igual a sua. Foi então que sorriu satisfeito e percebeu que poderia fazer o que quisesse com Sarawat, porque ele era o seu namorado e o seu amor. Não precisava ter vergonha de nada.

Não demorou para que Tine estivesse sem roupa nenhuma, se esquecendo completamente do frio. Sarawat estava quente embaixo de si, beijando o seu pescoço e gemendo o quanto podia enquanto estava enfim dentro de Tine, que finalmente se viu no comando, mexendo o quadril sem se importar se ficaria dolorido mais tarde.

Em pouco tempo estavam satisfeitos. Delicado, Sarawat tirou o cabelo grudado da testa suada de Tine.

— Eu não me importo se você quiser ser sempre assim.

Tine também não se importava.

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