Capítulo 4

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- Você voltou cedo! - Julieta exclama, assim que entro na cozinha.

- É... não tinha muita coisa pra se fazer na rua.

Ela me olha desconfiada.

- Sei. O que aconteceu?

Suspiro e me sento a mesa.

- Nada de mais.

Ela coloca um prato a minha frente e puxa a cadeira.

- Estou ouvindo.

- Ahhh... fui com a Lu a um shopping.Estava cheio de meninos lindos e ela super empolgada.

- Diferente de você.

Assunto.

- Eu não posso viver algo assim. Imaginar que um dia serei feliz, fora daqui, não rola.

- Mel...

- Juli, eu sou uma prostituta! Que homem vai querer uma mulher assim do seu lado? - arrasto a cadeira e me levanto. - Que homem em sã consciência, vai querer ter como esposa, mãe dos seus filhos, uma mulher com o passado como o meu? Ninguém!

Eu não dou tempo para que ela possa falar mais alguma coisa. Saio da cozinha, e passo pelo salão principal, a caminho das escadas. Vou para o meu quarto e retiro as botas assim que entro.

Não havia nada mais para se fazer. A não ser me deitar e esperar pela hora do almoço.

[...]

- HAHAHA claro que ele prometeu voltar! - Isadora ria animadamente, sobre sua noite passada. - Ele foi um amor.

Reviro os olhos e continuo a comer a minha comida.

Em todas as refeições, nos éramos obrigadas a fazer juntas. Nossa senhoria sabia muito bem que muitas de nós não nos gostávamos, e ela acha que isso pode nos unir.

- O melhor da noite, foi o da Mel - ergo a cabeça. - Ele pagou sessenta mil.

Tinha que ser Luana.

- Grande coisa.

- Ninguém paga sessenta mil, atoa. - Julia diz - Mem tem algo de especial.

Sorrio.

- Af. Vocês puxam muito o saco dessa garota! - Isadora exclama. - Ele deve ser retardado.

- Ele é maravilhoso.

- Eu sei quem ele é.- Jenny murmura, comendo a batata em seu prato.- Christopher Bryant Vélez. Um baita empresário no ramo da música. Ele Agência uma banda teen.

Hm.

- Ele é casado. - Luana quis saber.

- Parece que não. Ele tem apenas vinte e cinco.

Se quiser saber alguma coisa sobre alguém que seja bastante famoso e viva na mídia, pergunte a Jenny. Ela conquistou com muito custo, a compra de um notebook. Uma garota de apenas dezenove anos, com seu sonho de poder entrar em uma faculdade e cursar jornalismo ou publicidade. Mas com a morte precoce dos seus pais, ela teve que se virar desde muito cedo. Arrumou alguns empregos de baixa renda, mas nunca conseguiu se dar bem. Até que ela bateu aqui na porta. Segundo ela, o trabalho aqui é só até ter dinheiro o suficiente para bancar sua faculdade é poder viver longe daqui. Ela é pequena. Tem lá seus um metro e cinquenta. Cabelos longos, na cor castanho claro. Tem olhos pequenos e castanhos. Um piercing no septo, e outro no smile. Ela era uma deusa.

- Como conseguiu saber tudo isso? - Isadora questiona.

- Eu estava assistindo o leilão de longe. Ouvi aquele nome, o lance e fiquei curiosa.

A escolhida do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora