POV's Cole Sprouse
- Onde você estava?
- Dando uma volta.
- Ah!
Meu pai baixa a cabeça e olha para os sapatos. Deve conhecê-los de cor, de tanto que os usa de um mês para cá.
- O que você ficou fazendo?- ele prossegue.
- Dormi.
- Sério?
- Seríssimo.
Não menti, mas sei que o interrogatoriozinho ainda vai avançar um pouco. Melhor eu pensar cada palavra para não ter de revelar toda a verdade.
- Você conseguiu achar lugar para dormir? - Ele se admira.
- Achei. Um lugar bem calmo.
Eu continuava sem mentir. Até acrescentei uma informação, esperando que ele parasse ali, e foi realmente o que aconteceu.
Meu pai adora fazer perguntas, mas também se dá por muito facilmente satisfeito. Não sei se isso vem da resignação que sente em relação a meu irmão. Também não sei exatamente do que ele realmente se ressente, além da tristeza que transpira em casa um de seus gestos e olhares.
É minha vez, então.
- E você, como está?
Minha pergunta o pega de surpresa, tanto que ele para de andar mesmo faltando não mais que quatro metros para chegar ao carro.
- Por que você está me perguntando isso?
- Já passou da hora de perguntar, né? Então, como você se sente?
- Mal.
- Isso eu já sei. Agora elabore, papai.
Ele me olha como se quisesse descobrir o truque de um comercial. Como quando eu tinha oito anos e ele vasculhava o travessuras em minha carinha angelical.
- Seu irmão é um assassino pós-balada, mas não deixa de ser meu filho.
Durante todo esse tempo, achei que estivesse fragilizado e que não soubesse o que fazer com suas emoções. Eu estava, infelizmente, muito enganado! Meu pai é a pessoa mais forte que conheço; ele só chora um pouco facilmente demais.
- Como é que você consegue conciliar os dois? - pergunto a ele.
- Pelo amor que tenho por ele, que é exatamente o mesmo que sinto por você.
- Esse amor é suficiente para perdoar-lhe?
- Não sou eu quem tem de perdoar seja lá o que ou quem for...
Conheço essa conversa de cor porque já a ouvi um zilhão de vezes.
- Porque não cabe a você julgar - completo.
Ele confirma com a cabeça.
- Nem você nem eu podemos julgar. Seu irmão já tem muito que julgar a si mesmo. E embora eu tenha passado a infância de vocês dois dizendo para não se julgarem, agora tenho de reconhecer que é bom ele ter muito tempo para refletir sobre isso. Estou o máximo presente para o caso de ele precisar de mim. Só lamento não ter sido suficientemente rigoroso em minha educação para fazê-lo entender que não poderia ter pegado o volante mês passado.
- Comigo funcionou.
- Com ele, não. - ele suspira.
- Não se culpe!
- Não estou me culpando. Lamento que as vidas de duas adolescentes tenham sido roubadas. Agora, seu irmão é adulto. Ele é que tem de prestar contas à própria consciência.
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I'm Here
RomancePOV's Lili Reinhart "E mesmo que eu não saiba como você é, mesmo que nunca tenha lhe visto, você se tornou minha motivação para acordar e lhe dizer que eu te amo" Em um dia conturbado, Cole acaba entrando em um quarto errado do hospital onde seu irm...