2 capítulo

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Passaram-se 10 meses e 27 dias desde a sua chegada. Isabela consegui conseguiu entrar na faculdade de que queria. Estudava e trabalhava ao mesmo tempo.
Ela vivia num mísero T0, numa área barulhenta e suja (algo a que não estava e habituada).Este tinha um micro-ondas, um frigorífico minúsculo, um colchão no chão e uma mini
casa de banho.
Apesar de trabalhar sempre que podia, o dinheiro não chegava para praticamente nada. Apenas para comida tosca de se fazer no micro-ondas e para as contas (as quais tinha imensa dificuldade de pagar).
Foi a partir que tudo começou...ou acabou.
O tempo passou. Isabela sentia-se cansada, confusa, e estranhamente vazia. Era aquilo a vida adulta? Era suposto ela sentir-se assim, sendo que estava a "realizar o seu sonho"?E se todo este esforço não valesse a pena?
Ela sentia-se acorrentada á à dúvida, á à pressão e ao cansaço.
Lembrava-se das ameaças do pai. Ele não queria acreditar quando ela disse que queria emigrar por porque queria ser "artista". Ele dizia que ela era a desilusão da família. Que não ela não ia ter sucesso e que ia acabar nas ruas a vender quadros que ninguém ia comprar. António realçou também que
jamais lhe iria mandar dinheiro e que "Se fracassares, não és bem-vinda debaixo do meu teto".
Ela queria provar ao pai que conseguia. Mas aquilo não era suficiente para mantê-la viva. No fim de contas, era um favor que lhes fazia. Não tinham de se envergonhar por não terem uma filha médica bem-sucedida. Era só mais uma desilusão para o seu pai e mais um desgosto para a sua mãe.
Ela estava farta de tudo. Farta do pai, das contas para pagar, da patroa gorda e chata, das mesmas músicas chatas...farta de sentir que não pertencia ali, que não é era como os outos e farta de tentar e não ter sucesso. Farta de sentir-se sozinha, vazia. Farta de sentir que a vida já nem é real. Apenas uma fantasia, um sonho que não faz sentido.

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