Rainha do País das Bruxas

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Asta foi deixado em um salão. Nesse salão, os tijolos tinham linhas acentuadas os separando e eram todos cinzas, fazendo a parede da mesma cor, como o chão de pedra. As paredes cinzentas laterais tinham 3 entradas em cada. Na parede que ficava a frente do grisalho tinham 2 crânios de alces, ambos com cera de vela no topo das cabeças, ardendo em chamas, iluminando o lugar como tochas. A mesma parede acabava na metade, como um palco. No "palco" havia um trono, digamos, extravagante, pois atrás haviam galhos longos e tortos, com um grande grupo de pássaros pretos empoleirados em cada galho. Enquanto o trono em si era menos excêntrico, porém nobre. O encosto e acento eram coloridos em vermelho e as pernas e todo o resto pareciam ouro, assim como o tapete esticado abaixo dos pés do grisalho: vermelho de bordas douradas

- Imperfeito

Mas o que realmente instigava sua atenção naquela sala era quem ocupava o trono. Essa mulher que é a Rainha das Bruxas?!. Ela exalava ar de nobreza e impotência. Asta se sentia pressionado contra o chão enquanto os olhos dela grudaram nele. Que medo~!. Ele sente as palmas suarem e fecha em punhos

Rainha das Bruxas: Um humano tão pequeno ousou se inflitrar?- Indaga com monotonia

Asta:Eu..- Ele tranca a mandíbula antes de continuar a frase. O olhar que ela lançava sobre ele foi a causa. Os olhos brilhavam com mistério e crueldade. Misericórdia era algo que ele não receberia dela - Eu não sabia..desse lugar

Rainha das Bruxas: Como ousa falar comigo de igual?- A pergunta fez um estalo na mente de Asta e ele se ajoelha no carpete no exato segundo. Ele se rebaixar assim parecia ser o que ela esperava - Ainda assim, espera que acredite nisso? Você é um homem tolo ou está tentando me enganar?

Asta: Não é nada disso...

Rainha das Bruxas: Imperfeito. Ainda, de alguma forma, conseguiu entrar em meu domínio sem eu conseguir o sentir com minha magia - Ela, por curiosidade, olha mais atentamente pra ele, não encontrando nenhum traço de magia nele, nem mesmo o mínimo que o mais pífio dos seres vivos possuí. Não são os seres humanos, mas quase, na visão dela - Você não tem nem um pingo de mana em seu corpo? Imperfeito. Você é uma existência mais ordinário até mesmo do que os insetos que rastejam nessa floresta, não é?

Asta se mante calado. Sua mandíbula tranca pra se conter, não podia se deixar levar agora. Mesmo sendo impulsivo, seu corpo sabia que não teria a mínima chance contra ela e manda um sinal para seu cérebro, implorando para não se mexer, e seu cérebro sempre obedecia seus instintos -Não era de pensar muito por si mesmo-. Estava ajoelhado, se diminuindo na presença dela, e aguentava calado o menosprezo dela

Asta: Eu fugi da minha casa e me perdi na floresta, parando aqui por acidente...

Rainha das Bruxas: Agora, diante tal fato, posso acreditar um pouco mais nas suas palavras. Faz sentido ter fugido, afinal, ninguém suportaria uma criança sem sequer um pingo de mana - Suas palavras, era como se tentasse perfurar o grisalho só com elas, enquanto parecia não significar nada para ela - Mas o que você faz aqui agora? Por que lhe trouxeram para esse salão, ao invés de darem fim com sua existência além de imperfeita?

Asta respira fundo. A hora chegou. Enquanto se recompõe das palavras dela, tão mortais quanto lâminas. Ele gagueja de início, mas logo consegue formar a frase

Asta: E-Eu...- Mais uma vez, ele respira fundo - Eu peço...que me deixe ficar na Floresta das Bruxas!- Ele encosta a testa no chão, mostrando o quão desesperado estava





Ficou um silêncio ensurdecedor na sala do trono. A rainha olhava quase incrédula por um pedido absurdo como esse.

Rainha das Bruxas: É por isso que lhe trouxeram aqui? Elas realmente acham que tem chance de eu permitir você ficar aqui? Algo assim como você?- A cada palavra proferida, um peso maior caia sobre o corpo do garoto, quase o esmagando no chão

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