Reacender o Passado

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4 anos atrás, seria um dia importante. Asta decidiu, no ápice dos seus 11 anos, sair da grande morada de Julius Novachrono e ir para as fronteiras 

Ele fez suas malas, levando muita pouca coisa consigo, o suficiente para apenas encher somente uma mochila

Ele se encontrava no portão de entrada, olhando para o horizonte onde iria se aventurar

Julius: Somente essa mochila?

Julius se aproximou de Asta, com Marx seguindo ao seu lado

Asta: É o suficiente. Eu devo conseguir mais coisas no caminho - Ele dá de ombros - Estou levando dinheiro, de qualquer forma

Julius: Entendo - Assentiu - Então, acho que me resta apenas desejar uma boa jornada

Julius deu um sorriso, mas ele ainda sentia um certo peso por essa decisão. Julius havia se afeiçoado muito à Asta nos anos que dividiram o mesmo teto, mas ele sentia que seu papel era esse, apenas observar e desejar boa sorte no que Asta decidisse

Asta: Marx, não deixa ele folgar muito do trabalho não, okay? - Ele sorriu para o mesmo 

Marx deixou um sorriso divertido escapar

Marx: Eu tentarei. Ficarei de olhos nele a cada momento

Sem graça, Julius riu, sentindo como era ser a piada entre os dois

Julius: Talvez vocês devessem pensar o quanto isso machuca, sabem? 

Marx: Sinto muito, senhor, eu não havia percebido - Ele falou isso com uma cara séria, mas Julius podia sentir o sarcasmo por trás disso

Asta: Eu vou tentar mandar uma carta no caminho. Vai ser difícil escrever quando chegar na fronteira, mas eu dou um jeito - Sorriu, mas ele também sentia sua própria decisão na época, por mais que fosse sua própria escolha

O sentimento de largar seu lar, Asta estava sentindo isso em primeira mão mais uma vez. Para ele, era como estar saindo da Floresta das Bruxas de novo, deixando família para trás. Talvez era sua natureza largar o que tinha e ir à próxima conquista 

Julius: Sabe, quando te convidei pela primeira vez para minha casa e comecei a te conhecer melhor, eu esqueci que você iria embora  algum dia - Ele cortou os pensamentos de Asta - Mas eu não posso imaginar algo diferente disso

Sem que nada mais fosse dito, Julius recebeu um abraço de Asta, sentindo ele envolver os braços ao redor dele e encostar a testa em seu peito, olhando pra baixo

Asta: Tudo que já fez por mim, eu não faço idéia de como agradecer - Ele olhava pra baixo. Se recusava olhar Julius nos olhos. Não tinha forças pra isso - Eu...não posso imaginar um lar melhor para retornar, graças a você. Eu vou voltar pra casa um dia, eu prometo

Julius se encontrou sem palavras e sem movimento no corpo para retribuir o abraço a tempo

Asta desfez o abraço em um pulo, se virou e correu para fora do portão, se dirigindo para a carruagem que o levaria, lançando um último sorriso e abanando a mão enquanto se afastava

Julius conseguiu, pelo menos, retribuir o sorriso e o gesto, abanando a mão como se fosse a última vez



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Alguns meses após, Asta já havia se acostumado com o que se enfrentava na fronteira com Diamond. Quase que diariamente, magos do Reino Diamond tentavam algo, aprontavam algo. Era dever dos magos disponíveis desse lado enfrentar eles cara à cara

Black Clover - Demônio de Clover Onde histórias criam vida. Descubra agora