A tia Ana é a pessoal mais carinhosa e doida que eu conheço, ela é a famosa tia do pavê. Estávamos deitados no sofá da sala enquanto ela faz sua melhor performasse do clipe " I Want To Break Free" do Quenn. Estávamos estufados de tanto que comemos, minha barriga doía de tanto que ri. Eu amava esses momentos que eu tinha com eles, eles são o mais próximos de uma família normal que eu tenho, já que minha mãe vive viajando pra se manter ocupada depois que meu pai e ela se separaram, logo depois ele se mudou para Manhattan em Nova Iorque, o que apenas dificultou nossa convivência, nos vemos apenas no fim do ano, para passarmos o natal e o ano novo juntos, ele é um amor de pessoa, um bom pai, mas um péssimo marido, éramos mais próximos antes da separação, agora nos falamos a cada duas semanas.
A mãe de Henrique o criou sozinha desde quando ele tinha apenas oito anos de idade, o pai dele morreu com um tumor na cabeça, que pouco a pouco foi o corroendo por dentro, eu não me lembro muito dele vivo, mas me lembro perfeitamente do seu velório, esse foi o meu primeiro contato com a morte.
- Sua vez meu anjo – ela colocou o microfone na minha cara.
- Eu nem pensei em uma música ainda
-Então pensa enquanto eu canto- Henrique pegou o microfone da mão de sua mãe, estalou o pescoço se preparou pra começar
- "Eu não nasci gay, a culpa é do meu pai" – eu não acredito que ele escolheu justamente essa música, é uma versão brasileira da música " I will survive – Gloria Gaynor", eu mostrei a ele essa música quando eu foi visitar meus avôs no Brasil.
Ele parecia uma lacraia dançando, eu sabia que ele estava fazendo isso pra eu não pensar na minha família, e eu o amo por isso.
- Que música é essa querida? – Tia Ana perguntou enquanto se divertia com as caras e bacas que Henrique fazia.
-É uma paródia brasileira, é bem engraçada a tradução.
Me levantei e comecei a dançar e cantar. Eu amava a forma como tudo ficava leve quando estava com eles.
Ficamos cantando até anoitecer, quando nos cansamos caímos esparramados no sofá.
- Eu estava com saudade dos dias de Karaokê- disse Henrique colocando a cabeça em meu ombro.
- Eu também estava- admiti. Vou tomar banho pra jantar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Por que eu?
General FictionVoce está enganado se pensa que princepe encantado realmente existe, isso não passa de mero conto de fadas, onde a menina que é a excluída da turma se apaixona pelo garoto popular e eles se apaixonam. Há sim histórias reais sobre isso, mas é uma em...