Capítulo 2

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A noite caiu e eu estava vagando pelas ruas do bairro, ao longe podia ver pequenos pontos de luz que surgiam gradativamente, eram as luzes das casas que se acendiam com a chegada do anoitecer. Aparentemente a festa seria na casa de Bryan, primo de um amigo meu. Era sempre difícil saber com antecedência onde seriam essas coisas, normalmente deixam para decidir de última hora e isso sempre me incomoda, mas de qualquer forma, eu nunca deixaria de ir. A leve chuva despencava do céu de forma suave, indo de encontro ao meu rosto, soltei uma longa respiração. Será que ela estaria lá? Olívia não sai da minha cabeça desde o momento em que a vi, apenas pronunciou meu primeiro nome e pude sentir o efeito que ainda exerce sobre mim. Desde a infância ela sempre me chamou de Carter e hoje ela deixou escapar sem nem perceber. Aquilo desmontou completamente minha postura, mas meu nome em seus lábios simplesmente saiu como algo que era diferente de tudo que eu já tinha ouvido. Nenhuma das mulheres que dormi conseguiam me afetar daquela forma. Acho que estou em problemas. Olívia sempre chamou minha atenção desde que éramos crianças. Ela parece a porra de um anjo, queria me envolver com ela de forma casual, mas sinto que se eu tentasse algo, não ficaríamos apenas nisso e além de tudo, não é uma boa ideia se prender a águas passadas. Eu não quero nenhuma mulher em posse de meu coração e sinto que se alguém pode algum dia chegar tão perto, é ela.
Estou bem em ser dono de mim mesmo e isso me basta.

....

Inúmeros pensamentos perduraram durante o tempo que levei até chegar ao local da festa, mal virei a esquina e já era possível ouvir a música que tocava em volume alto, máximo, eu diria. O jardim de entrada estava lotado de pessoas que bebiam e se esfregavam umas nas outras, algumas fumavam também. Adentrei a casa e passei por todos procurando por bebidas. Ela jamais estaria aqui. Senti meus músculos relaxarem e a tensão se esvair; devagar, passei meus olhos por entre a multidão e de relance pude ver um cara passando drogas para alguém. Repentinamente ouvi o som de queda em água, decidi olhar pela janela que estava ao lado e vi que Adam, meu amigo, caiu na piscina de tão bêbado que estava. Com certeza já subiu para aquele ali. Continuei andando. Até agora não encontrei Bryan, ele certamente deve estar fodendo com um cara em algum quarto da casa.

Finalmente encontrei as bebidas, estavam todas no balcão da cozinha, tudo em um emaranhado de copos e garrafas. Peguei a vodka e tomei um gole que desceu queimando por minha garganta, estava voltando para a sala após ter tomado mais da metade da garrafa. Evitei uns estilhaços de vidro que estavam ao chão; com a vodka ainda em mãos, meus planos eram todos voltados para aproveitar essa noite, para ver se os amargos pensamentos que hospedam minha mente vão embora. Prestes a me virar, trombei com força em algo ou alguém? A bebida começara a fazer efeito em meu organismo.

- Olha por onde anda, filho da pu.. - interrompi minhas palavras quando percebi em quem havia esbarrado.

Á minha frente, estava a droga da razão dos meus pensamentos não terem parado o dia todo. Percorri com meus olhos suas curvas delineadas. Olívia Paris usava um vestido preto com aberturas laterais, estava colado ao seu corpo, conforme passeava meu olhar, cheguei ao decote que demarcava seus seios, fiquei um tempo preso ali sem conseguir desviar o olhar, seus cabelos estavam soltos e decaiam como uma cascata dourada pela extensão de suas costas, duas mexas compridas escorriam em direção ao rosto. Linda seria pouco pra descrevê-la, não haviam palavras. Aquela garota me enlouquecia. Me recompus de forma rápida e encarei seus olhos, observei suas bochechas corarem levemente enquanto seus olhos faiscavam. Ela me encarava com uma expressão carregada de puro ódio, não pude evitar sorrir, ela ficava linda com aquela carinha. Meus olhos desceram um pouco em direção aos seus lábios pintados de vermelho sangue, aquela boca poderia estar fazendo inúmeras coisas agora..

𝑴𝒆𝒖 𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑨𝒎𝒐𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora