Capítulo 5

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A sensação do vento em meu rosto e da areia em meus pés é tão real quanto a imensidão do azul dos céus, alguns pássaros sobrevoam o oceano cristalino e nossas famílias aproveitam cada segundo de nosso passeio.
Estamos em Malibu, uma das principais cidades da Califórnia, passaremos todo o verão aqui já que temos um chalé. Acordamos cedo para evitar o trânsito como nossos pais disseram. Livi e Jenna vieram dormindo o caminho todo por terem ficado acordadas a noite inteira devido a ansiedade e mamãe aproveitou pra tirar algumas fotos nossas, o que não gostei muito pois ela sempre me obriga a sorrir em todas "pra conservar a magia do momento" é sempre sua justificativa quando começo a reclamar.

Olho para baixo e avisto uma conchinha rosada, me agacho para pegá-la com uma das mãos e a trago para perto de meus olhos observando os detalhes.

- Carter? - indaga uma voz distante.

- Ah, oi Livi - digo desconcertado, desviando minha atenção do que acabei de encontrar.

- Tá tudo bem? Te chamei umas três vezes, tia Elisa e tio Matteo estão te chamando pra comer.

A menina baixinha me encarava como se esperasse alguma resposta, suas sobrancelhas estavam um pouco franzidas em preocupação, ela usava um maiô rosa com babados, seu cabelo estava preso com maria chiquinhas e tinha uma boia em cada braço já que estava aprendendo a nadar ainda.

- Vamos loirinha - digo puxando uma mecha de seu cabelo.

- Ai! Deixa de ser chato, pra quê me irritar assim? - resmungou fazendo beicinho.

- Porque você é feia, parece um saco de batatas rechonchudas - menti, ela estava linda, Livi sempre estava linda.

Senti um chute acertar minha canela, parei instantaneamente e a olhei boquiaberto devido á seu ato de ousadia, quem essa anã pensa que é? Minha feição chocada mudou rapidamente para uma travessa e logo ela percebeu o que estava prestes a acontecer, pois seus olhos estavam arregalados.

- Não Carter, não.. - foram suas palavras antes de começar a correr.

- Sim Livi, sim - falei, dando um tempo para que ela conseguisse alguma vantagem.

Assim que o tempo acabou, acelerei em disparada seguindo seu rastro até encontrá-la na mesa onde nossos pais comiam e risadas ecoavam. Livi tentou fugir e se esconder, mas nada adiantou a ataquei com cosquinhas antes que ela conseguisse continuar fugindo por mais tempo, sua risada gostosa preencheu o ambiente, fazendo um sorrisinho brotar em meu rosto.
Esse era meu som preferido no mundo inteiro.

- Deixa ela em paz garoto atentado - disse minha irmã se jogando sobre minhas costas em uma tentativa de me afastar da menina que chorava de tanto rir.

- Por favor.. para.. minha barriga.. - falava ofegante entre risos - piedade.. - cessei as cócegas para que a baixinha conseguisse respirar.

- Nunca mais me desafie sua anã - falei convicto enquanto observava ela se levantar e sacudir a areia de seus braços.

- Fica quieto, feio não fala - mostrou a língua e voltou a correr novamente.

- VOLTA AQUI BONEQUINHA.

...

Pego as chaves do carro, desço as escadas e passo pela porta; prestando atenção percebo que estacionei de forma torta, provavelmente por conta de todo o vinho que tomei na noite passada. Sinto um cheiro levemente adocicado no estofado. Adentro o automóvel me sentando, coloco a chave na ignição e logo em seguida o espaço é preenchido por música, Smells Like Teen Spirit do Nirvana toca.

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⏰ Última atualização: Mar 05, 2023 ⏰

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