Já havia se passado duas semanas desde minha entrevista de emprego no Cassios. E de lá pra cá já fiz outras cinco, será possível que ninguém me ache qualificada pra trabalhar?
O desânimo de passar mais um mês desempregada está me matando. Ver minha mãe se desdobrar pra sustentar a casa e os remédios da Luísa que nesse meio tempo pegou pneumonia. Parece que a vida vem me pregando peças uma atrás da outra.
- Não pode subir aí filha- deixo meus devaneios de lado pra pegar Luísa que agora descobriu que consegue subir no rack da sala. Minha rotina tem sido bem cansativa desde que ela aprendeu a andar.
Minha mãe só chega em casa as 21:00 Pois conseguiu um bico de faxina na Barra. Uma vez por semana e assim vamos vivendo um dia de cada vez.
Muitas das vezes precisamos dividir um ovo e o único motivo de não estarmos morando na rua é que minha tia, dona dessa kitnet está deixando a gente morar aqui de favor. Mas não sou cega e percebo que ela já nos olha torto quase querendo pedir pra que a gente saía. Mas mesmo com todas as humilhações continuo grata por ela permitir que ainda tenhamos teto.
- Luísa!!!- pego ela no colo - Não pode subir aí garotinha danada.
Ela se esperneia nos meus braços pra que eu a solte novamente.
*celular tocando*Começo a procurar meu celular no sofá no meio das roupas que recolhi do varal e dos brinquedos que Luísa deixou largado. Enfio a mão na lateral e puxo ele. Número desconhecido
- Alô
- Boa tarde. Gostaria de falar com a Camila - Diz a voz do outro lado da linha.
- Boa tarde. Sou eu mesma, pode falar - sinto meu coração pulsar mais rápido.
- É sobre a vaga de emprego. Você ainda está disponível?Afasto o celular do rosto e dou pulos de alegria. Euforia sei lá
- Sim! - Respondo contida - Estou disponível.
- Ótimo! - Diz a voz feminina- Amanhã às 07h você pode passar no RH e de lá pegar suas instruções de trabalho e função.
- Muito obrigada- respondo com os olhos marejados - Muito obrigada mesmo.
- Tenha uma boa tarde Camila. Te vejo amanhã e sem atraso.
- Sim! Sem atraso. - ela desliga e eu fico por alguns segundos parada no mesmo lugar. Eu finalmente consegui um emprego? Sorrio.
- Mamãe vai trabalhar Lulu - solto pulinhos- Mamãe vai trabalhar.
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Agora sou MÃE!
Подростковая литератураCamila luta para sustentar sua filha aos 18 anos. Sem emprego e morando na casa de sua mãe ela passa por grandes dificuldades até começar a trabalhar em uma grande empresa de faxineira e conhecer um novo caminho para se reerguer.