A mariposa.

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A mariposa à minha direita, 

 Voava tempestuosa por aquela calçada,

Aquela que nenhuma outra mariposa ousava ultrapassar,

Às seis horas da noite,

Luar, 

Ela voava em direção ao luar,

Parecia um furacão em forma de batons e roupas,

Vermelhos e curtas,

Serena,

Ela escondia o medo que a engolia de dentro para fora,

E se perguntava se um dia o medo iria embora,

Se um dia a dor iria embora, 

Se só talvez, ela iria embora,

Para nunca mais incomodar, nem tentar,

Culpada,

Por querer voar.


E eu a vigiava, um mero espectador

Como uma aranha que admira a sua presa,

Ou a de outro,

Desejando-a,

Que fosse minha,

Que pudesse tocar sua pele, 

Tantas vezes tentei lhe alertar,

Mas a mariposa insiste em voar,

Em mostrar ser quem é,

Insiste em perdição,

Para outro.


Desnorteado,

Ele chegou cambaleando,

E avistou a frágil mariposa batendo suas asas em uma sinfonia familiar,

Tocou-lhe o ombro,

E não precisou muito para a mariposa se entregar,

Asas cortadas,

Ela desconhecia aquelas lágrimas,

Aquelas lágrimas que agora se tornariam o seu mar,

A culpa é dela, 

Ela jamais deveria voar.

Ela jamais deveria voar

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