Nos ouvidos: tumtum tumtum tumtum; som que há pouco ouvi enquanto conferia o meu nobre coração com auxílio de um estetoscópio esquecido em um canto qualquer.
Será que ele sabe a importância que tem na minha vida? Ou só bate porque algum dia disseram que tinha que bater? Porque nasceu para bater.
Será que ele sabe que é único? Insubstituível e incomparável.
Nenhum outro terá o mesmo ímpeto porque não faz parte desse ser. Somos nós do início ao fim, eu e ele... até a última tentativa de sobreviver quando as esperanças se acabarem.
Ah... coração, como temo a sua falta de coragem. Já pensou se um dia desiste? O que será de nós?
Às vezes me pego pensando superior, mas logo me lembro que sou um conjunto de boas vontades. Gentilezas de notas musicais que tocam em perfeita harmonia até quando em total desequilíbrio. Cada órgão; tão bravo e honrado quanto o mais forte dos guerreiros.
Ah... quanta ingratidão! Como podem vocês suportar tanta desgraça?
O remédio que mataria aos poucos; e tudo por que? Meu coração só queria um pouco de empatia.
Quão ingrata sou! E eu aqui, pensando em desistir quando ele não ousa.
Pobre coração... obrigada por bater por nós.
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Para quê voar?
PoetryEssa é minha coletânea de devaneios orgânicos que deixo fluir sem nenhum planejamento. Dores e paixões; natureza nua e crua de um ser tão grato quanto ferido.