IX

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Era o quarto dia desde que tinham saído daquela ilha. S/n ainda conseguia olhar o horizonte e se sentir livre mas ao mesmo tempo as lembranças do que aconteceram lá a seguiam e não sairiam de uma hora para outra, era totalmente compreensivo. Mesmo sendo quebrada por tantos anos, ainda era mais fácil juntar os cacos quando se estava livre do que um dia lhe acorrentou.

Quatro dias que descobriram que Brock morreu e acusaram o único pirata que ainda continuava ali. Quatro dias em que S/n foi praticamente sentenciada por alguns poucos aliadas que ainda pensavam em servir ao mestre que tanto lhes fez mal, otários.

Fugiram rapidamente de lá quando começaram a correr atrás com espadas e algumas armas que rapidamente foram atraídas para as mãos do capitão que não falava com ela. Não depois daquela noite, daquele ciúmes de ambos.

Ainda que dormissem no mesmo quarto – pois pelo o que Killer lhe contou era que o capitão queria que ela permanecesse em sua cama – eles não trocaram nenhuma palavra, nenhum gesto e nem xingamentos. Ignoravam totalmente a presença um do outro e quando ela acordava o ruivo já nem estava mais lá.

Se perguntou se tinha decidido se seria só uma tripulante ou estava tentando esquecer do que ela poderia ter significado para ele. Pelo menos, não se sentia descartada. Não porque sentia que ele a observava enquanto dormia e acaba por deixá-la curiosa sobre o que se passava na mente daquele homem.

Qualquer palavra. Ela precisava de qualquer palavra.

A parede de travesseiros feita pelo próprio estava ali, os separando, impedindo que ela chegasse e o obrigasse a abraçá-la, beijá-la ou qualquer coisa que fosse nem que tivesse que escutá-lo a xingar e gritar. Nada. Era puro silêncio com ela.

Às vezes conseguia escutar o homem gritando com tripulantes ou com inimigos que eram avistados em alto mar, mas nunca com ela ou sobre ela. Isso já estava a irritando de certa forma.

Principalmente por não saber nada dos planos, por não ir, por não ser chamada. Ele realmente deu total liberdade para ela fazer o que quiser e apenas treinar nas horas que não ficava de vigia estava a irritando demais.

– Heat. – Chamou e levantou os braços para o tripulante que a olhou rapidamente – Pode ficar no meu lugar um pouco? Quero falar com o capitão.

– Mestre Kid?

– Quem mais?

– É... não acho que será...

– Por que?

– Não, é que...

– Tem alguma mulher com ele por acaso?

– Não!

– Tem?

– Não!

– Então por que pareceu desesperado?

– Não estou desesperado, S/n.

A voz acalmou, mas seus pensamentos sobre aquilo a fizeram ficar revoltada. Nenhuma mulher ia ali, estavam em alto mar e se fosse o caso teriam que a esconder muito bem para que S/n não percebesse. Mesmo sentindo que Heat pareceu mentir, ela não deixou que as paranóias ficassem em sua cabeça quando chutou a porta do escritório e encontrou um Kid dormindo na cadeira. Não por muito tempo, já que ela o acordou.

– Caralho! – Xingou. Xingou e ela sentiu um peso saindo das costas não por não ter mulher nenhuma mas por ele ter xingado, pra ela. E S/n realmente se perguntou por que deveria ficar tão feliz com isso – O que você quer?

Seco. Muito seco.

– Por que Heat pareceu mentir?

– Como é?

TRUE LOVE - Eustass KidOnde histórias criam vida. Descubra agora