Verde Prateado|Minsung

0.2: Meu novo passatempo

⚠️ Agressão - Assédio

Dias se passaram e Jisung ainda não veio para a faculdade depois do acontecido do "Você vai sangrar assim quando meu Jenozinho te matar". Eu sinto que aquilo afetou ele, e estava começando a me afetar só que eu não posso parar agora, eu preciso continuar.

Quando finalmente Jisung pisou na faculdade eu senti um grande aperto no meu coração. Ele usava calças largas, blusa de manga longa - provavelmente escondendo cortes - e suas olheiras mais fundas do que o normal. Parecia que tinha virado um zumbi.

Por fora eu fingi não me preocupar, mas por dentro eu estava me roendo para não mandar o Jeno tomar no cu.

Eu quero meu Jisung bem.

Até que voltar para a escola não foi uma má ideia, recebi pedidos de desculpa de alguns alunos, e até mesmo de Mina. Hyun e Felix me apoiaram o dia todo e eu não vi nem Jeno nem Minho nos corredores aquele dia.

Estava tudo ótimo, tirando o fato de que eu não havia comido nada a mais de um dia, o que me deixava levemente nervoso. Peguei um comprimido na minha mochila e abri, eu queria apenas acabar com a sensação de fome. Mas é óbvio que sempre vai ter algo para destruir tudo que eu preciso.

Jeno apareceu tirando os comprimidos da minha mão e jogando tudo no chão. Eu estava sozinho na parte do gramado da escola, e não tinha ninguém lá, além de Jeno, Jackson, Renjun, Lucas e eu.

Jeno segurou meu pescoço com força me jogando no chão. Enquanto os outros três riam, e distribuíam chutes por todo o meu corpo. Eu estava exausto, e em pouco tempo eu já cuspia sangue pela grama verdinha.

Eu chorava e pensava até quando isso iria durar, eu até poderia dizer que quero Jeno morto, mas esse não é o Jeno, é culpa das drogas que ele usa, não é meu irmão Jeno.

– Sempre dizem que seu corpo é muito bonito, seria uma honra usá-lo — Disse Lucas andando devagar e se agachando do meu lado. Meu olhos vagaram desde a faca em sua mão até seu sorriso aberto e totalmente assustador.

– Lucas, fica com o Ten, a verdadeira honra deveria ser do nosso novato, não? — Eles começaram e se afastar e logo pude ver uma figura alta e com um taco de baseball nas suas mãos. Apenas dois segundos, eu vi o levantar o taco e bater ele no meu corpo, e assim perdi a consciência.

Meu corpo fraco pela fome e agressões recentes, estava leve, como se estivesse em um limbo, e eu não conseguia sair de jeito nenhum. Era Minho, Lee Minho, ele tirou minha consciência para abusar de mim, e ninguém fez nada, ninguém nunca faz nada.

Eu sou usado que nem um fantoche pelos 4 garotos que estavam lá e agora por Minho também. Eu já esperava isso, na verdade, até esperava que ele me matasse de vez. Mas não foi o que aconteceu.

Eu acordei em uma sala bem clara e minha mãe estava do meu lado chorando, e ao lado dela estava Jeno, que fingia um choro e soluçava enquanto abraçava a senhora Han. E la no fundo da sala, em um sofá bege, estava Minho, diferente de mais cedo, estava com uma cara de preocupado, e então quando me viu acordar se levantou e foi embora. Jeno saiu junto com Minho, e minha mãe me abraçou tão forte que me senti 102% curado. Minha mãe melhorava tudo com um abraço, e faria de tudo por mim e por (infelizmente) Jeno. Eu até contaria sobre a situação, se Jeno não tivesse dito que se eu contar algo ela vai morta também.

Minha mãe sempre me disse "Pessoas más tem sangue roxo, pessoas boas tem sangue amarelo, nos minions os vilões não são roxos? Você é amarelo meu pequeno, é um mini mini minion". Eu amo minha mãe e faria de tudo por ela.

– Jisung, eu não sei se consegue ouvir direito mas, o amigo do seu irmão, Minho, quis te dar um presente — A mais velha ergueu uma caixinha amarela com a embalagem dos Minions o que me fez rir um pouco.

Me ergui na cama e vi que estava escrito "De: Lee Know, Para: O pequeno Ji", pequeno Ji? Eu realmente não entendi. Mas agora, Lee know? Linou? Lino?, é engraçado, embora ele tenha literalmente abusado de mim. É tipo Jeno, poderia ser uma espécie de dinossauro, Jenossauro.

Abri a caixa com furinhos com cuidado e quase chorei quando eu vi o presente alí. Era uma cachorrinha, e minha mãe pediu para que eu escolhesse um nome.

– Lin — Digo com um sorriso triste.

– Algum significado em especial? — E um silêncio se instalou – Não? ok.

Dias depois, já recuperado, eu ainda pensava naquilo, sobre o "Pequeno Ji",  me deu uma nostalgia quando li esse apelido mas eu não consigo me recordar de nada ainda.

Estava mais uma noite navegando na internet com Lin no meu colo, ela era um bebezinho ainda então eu tinha que ter muito cuidado.

A noite com tempestades, cheia de raios e trovões, me deixava com medo mas Lin ficava comigo o tempo todo então não me preocupava.

Eu acho que a única preocupação que eu tive foi cair um raio perto da minha casa fazendo um clarão e depois um barulho enorme. Nesse barulho que durou entre 3 segundos eu vi algo muito estranho, parecia a silhueta de uma mulher com os olhos vermelhos e um colar vermelho que brilhava intensamente, e uma voz por um momento me disse "Saía de perto dele, ou irá se arrepender".

– Não sei o que é sonhar com trovões e uma mulher de olhos vermelhos que te manda ficar longe do namorado dela — Disse Hyunjin enquanto bebia mais um gole da sua água que já estava no fim.

– Você não presta — Dessa vez Felix resolveu se levantar e pegar um copo de água para ele.

– Vocês não prestam — Lin estava no meu colo então comecei a fazer carinho na cadelinha, não sei como aceitei um presente do Minho, mas bem, não vou recusar uma fofura dessas.

– Oi maninho — Jeno entrou na sala, me abraçou e cumprimentou os garotos, logo em seguida me entregando uma sacola com as mesmas pílulas que ele jogou no chão aquele dia — Toma, comprei novas.

Por mais estranho que parece, eu prometo que ele só é mal por causa das drogas, ele é uma criança por dentro. Até mesmo o meninos percebiam isso.

Mas a razão de eu não escapar dele na faculdade, é que ele sempre ta em um canto se drogando com seus amigos, Jennie, e suas amigas, logo de manhã.

Tempo depois e muita conversa jogada fora, os meninos foram embora e eu fui finalmente dormir.

– Cadê o Li? Achou!

– Eu não sou um bebê, tenho 5 anos já.

– Você continua um bebê.

– Não, eu sou um adolescente.

– Certo, adolescente, hora de dormir.

– Canta a música Li!!!

– Ok Ok, durma, durma, mesmo que não consiga acordar, respire fundo como se nunca mais for respirar, sonhe sonhe como um anjo tão puro, fique fique comigo estará seguro.

– Viva sua vida mesmo que não consiga lembrar, que ao seu lado eu sempre irei estar. Boa noite Pequeno Ji.

– L-Lee!?

Info: A Lin é uma golden retriever filhote, e já já vocês vão entender que aquele presente não era para o Jisung.