queda de consciência

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Ele se desvia do nosso abraço e eu olho seu rosto. Ele tem uma expressão nunca vista por meus olhos.

- fica bem tá? - ele deixa outro de seus carinhos em mim. Na testa, carinhosamente, um beijo lindo. De quem se preocupa. E bom ter isso, mas é ruim, por que se você tem um beijo de quem se preocupa quer dizer que não está tudo bem.

- huhum. - e tudo que posso é mormurar.

Volto para o quarto e sento na cama, aos choros eu encaro o café que ele me fez.

Suco de morango, e torradas frescas. Mal sabe ele que suco só vale, laranja, manga, goiaba e natural. Mas nunca morango.
Isso me lembra, uma vez que eu estive na casa dos pais de Niall e só tinha suco de morango. E a mãe dele tinha comprado e escolhido por minha causa. Eu me senti mal por que ela queimou o frango por causa do suco, e então eu bebi em consideração a ela. Ele não parava de rir e estava sempre rindo..
Ele parecia feliz, mas não como as pessoas tristes parecem, mas sim como pessoas radiantes que tem tudo de bom com a vida, e nunca sofreu de verdade. Ele escondia tudo com o sorisso. E eu nunca percebi. Logo eu especialista nisso.

Eu devia atender ao ultimato de Shawn e buscar ajuda?

Essa palavra não para de martelar na minha cabeça. "Ajuda".

Sim. Eu estou tentando pesar em qualquer outra coisa mas eu não sei mais como mentir pra mim mesma.

A dor se torna insuportável com o passar do tempo. Como ainda consigo depois de tanto tempo me permitir passar por isso todos os dias?

Eu estou ficando louca? Ou quê?

Eu não entendo como uma passoa pode viver assim?

Eu poderei? Com a dor ou com a consciência assim? Qual vai me derrubar primeiro? Será que eu ainda posso ser ajudada? Eu não tenho controle de mim sem ele.

- eu não tenho controle de mim sem você. Você precisa estar aqui. - minha voz, fraca, falha e baixa sai e minha boca não se contém e repete milhões de outras vezes que eu preciso dele, e de milhões de outras maneiras.

A história da minha vida,  sem ele, não sou eu. Ele fez parte de toda a minha alegria. O que sobra de mim sem ele?

- kessey.. - meus olhos se arregalam e procuram a boca de onde sua voz sai. Meus ouvidos mal podem crer no que foi dito, ou melhor na voz que dizia meu nome.

Me viro, na esperança de encontrar seus olhos. Mas, nada. Não há nada nem ninguém.

Acabo de escutar sua voz, definitivamente estou louca.

- kessey..

Sinto suas mãos tocarem meus braços por trás.

- kessey.. - meu viro e posso ver seu rosto. Meu olhos marejam de lágrimas e tocas caem de uma vez.

- é você? É você. É você. Você está aqui. Como, como pode estar aqui?

- kessey, precisava te ver antes de ir.

Seus lábios deixam um beijo delicado mas frio em minha testa. Como se dissesse, "estamos aqui agora mas não vai ser pra sempre".

- você tá aqui, realmente está aqui. Eu te chamei e você,  Você veio. - me admiro em minhas palavras e ao tocar seu rosto, não me contenho, o abraço forte, deixando beijos no rosto, bochechas e braços.
Posso ouvi-lo sussurar pra mim em meu ouvido "você chama e eu venho. Eu prometi que sempre que precisasse estaria aqui."

Quando ele finalmente consegue me afastar ele ao segurar meus braços, segura minhas mãos e me olha nos olhos, de um jeito tão, como se precisasse ver meus olhos. Eu o respondo com um olhar confuso mas grato e feliz e admirado de quem não pode crer, de quem ganhou o melhor presente da vida, com muitas emoções.

Shawn Mendes Imagines - parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora