Capítulo Três - Família

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Após mandar a mensagem para Hanna, Christian fecha seus olhos - Se forçando a lembrar dos momentos em que ela estava ao seu lado - A imagem da garota vem em sua mente, fazendo um sorriso brotar de seus lábios avermelhados pelo calor.

Linda - Era a primeira palavra que ele pensava - Hanna certamente era uma garota muito bonita, mesmo não estando no padrão exigido pelos garotos da escola em que estudava. Mas, para Christian, ela era linda.

Não é como se ele gostasse dela, ele só achava sua amiga realmente bonita - Mesmo que na noite em que eles se conheceram, o menor só queria tentar dar em cima dela.
Christian teria percebido que Hanna não era do tipo das garotas que ele só ficava uma vez e depois fingia que não conhecia, ele tinha achado ela especial, diferente, por isso desistiu de dar em cima da mesma na festa de seu primo.

Fato que ele tentava esconder de todo mundo enquanto podia - Toby, o jogador idiota do time de basquete, era seu primo - O platinado nunca teve uma relação boa com Toby, eles eram inimigos declarados desde pequenos.

Toby sempre zoava de seu primo um ano mais novo, por ser menor e mais fraco. Fato que fazia ele se aproveitar bastante dele.

Felizmente, seu tio Eduardo decidiu se mudar quando os dois garotos estavam entrando na adolescência, trazendo Toby para cá.
Agora, Christian, e Vicente - Seu pai - Vieram para Fostvield, a cidade na qual estavam todos reunidos novamente.

A família estava completa - Eduardo, Vicente, Toby e Christian - Como Vicente era novo na cidade de seu irmão, decidiu morar juntamente com ele, a casa é grande e cabia perfeitamente mais duas pessoas.
Tinham três quartos sobrando, Christian fez questão de pegar o mais longe possível do de Toby, acabando que ficando um pouco isolado do resto da casa - Não que ele se importasse com isso, ele até gostava, era silencioso e calmo.

Seu celular vibra no meio das cobertas emboladas onde o garoto teria jogado ele, desbloqueando o aparelho ele vê a notificação.

Era Hanna.

Ela odiava mandar mensagens ou responder - Mas por algum motivo ela o responderia na mesma hora em que via a notificação em sua tela.

"Adoraria"

Ele sorri.

Mas, antes dele conseguir responder sua amiga, batem a porta. Era uma batida forte e repentina, provavelmente sem paciência alguma - SAÍ DAÍ E VEM COMER, PENTELHO - Era Toby, provavelmente seu pai ou seu tio teriam mandado o chamar.

- QUER QUEBRAR MINHA PORTA???

O garoto grita de volta para seu primo, quando ele abre a porta de madeira escura dá de cara com seu primo, seus braços cruzados e bufando como uma criança fazendo birra.

- Anda logo, tô com fome, não sei pra que ficar no quarto mais afastado da casa, idiota.

- Ficar longe de você, por qual outro motivo seria?

- Acho que você esqueceu que é impossível ficar longe de mim, morando na MESMA casa que eu, vem anda.

Christian decide apenas ficar quieto e seguir seu primo, ele tinha mudado bastante desde pequeno. Agora ele era alto, forte - Graças ao esporte que praticava todos os dias - Seu cabelo que era loiro natural, agora era pintado de preto. Ele podia ser bonito - Isso nem Christian discordava - Mas era um pé no saco.

- Boa noite - Christian diz simples, se sentando na mesa de jantar com o resto da família.

- Boa noite - Hanna fala com seu gato, enquanto se serve com seu miojo.

Sua mãe não estava em casa - Pra variar - Ela estava trabalhando, Hanna entendia o lado de sua mãe, tinha que trabalhar bastante já que era apenas ela para sustentar as duas.

Seu pai morreu ano passado, e agora eram só as duas, uma cuidando da outra - Ou era pra ser, mas quase nunca elas tinham tempo para ficarem juntas novamente.

Então todo o tempo em casa, era Hanna que cuidava dela mesma, cuidava da casa, e cuidava de Teodoro, seu gato - A garota gostava de Alvin e os Esquilos.

As vezes, quando Hanna chorava baixinho em sua cama, ou no banheiro, Teodoro ia até a mesma e sentava em seu colo, ou ficava amassando pãozinho nela, de alguma maneira o gato sabia quando sua dona precisava dele.

- Não acredito que minha única companhia é um gato.

O de pelagem marrom senta, e vira a cabeça para o lado, como se estivesse entendendo oque ela dizia.

- Não me leve a mal, mas eu sou uma adolescente de dezessete anos, e estou sozinha comendo miojo às sete da noite - Dá uma garfada - Você não acha isso meio estranho, Teodoro?

O gato ronrona.

- Você tem razão, vou mandar mensagem pras minhas amigas, elas podem vir aqui - Ela pega seu celular, desbloqueando sua tela - Meu Deus, acho que tenho que parar de conversar com você como se estivesse me entendendo.

"Meninas, querem vir aqui em casa?"
"Minha mãe tá no trabalho de novo :("

Sem resposta.

Visualizado, mas nenhuma das duas garotas responderam - Talvez estejam ocupadas, ela pensou.

Depois de Teodoro fazer mais um barulho com a garganta, ela entende que teria que mandar mensagem para Christian. E também era o único amigo que ela tinha, sem ser as duas amigas de infância.

Hanna nunca foi muito boa em chegar em pessoas novas para fazer amizade.

Ela iria mandar mensagem para Christian, pedindo para ele ir até lá - Que provavelmente não iria - Mas antes, seu celular vibra.

"Estamos a caminho"

Junto com uma foto das duas amigas, segurando uma caixa de chocolates.

As duas eram a família de Hanna, eram irmãs, não de sangue, nem sobrenome.
Mas de coração, elas se amavam e se cuidavam, Hanna sempre se sentiria em casa com as duas.

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⏰ Última atualização: Feb 28, 2022 ⏰

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