Não estou me entendendo

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P.o.v Anne

- Claro que eu aceito.

  Ela sorriu e que sorriso essa mulher tem, a última vez que me senti assim foi quando eu estava com o Eduardo, ela me pegou pela mão e fomos lá para fora, subimos na garupa da moto e eu a abracei apertado, ela ligou a ignição e  foi guiando pelas ruas da cidade, sentir o vento pelo meu rosto era a coisa mais maravilhosa do mundo, chegamos ao Central Park, realmente o lugar é maravilhoso, ele é o maior parque que tem em Nova York e é um dos maiores do mundo, mede mais de 4 quilômetros de comprimento e 800 metros de largura, onde podemos encontrar pradarias, lagos artificiais, cascatas e áreas que parecem um autêntico bosque. Dentro do próprio parque também se encontra o zoológico e outras atrações. Esse é um dos lugares preferidos dos nova-iorquinos para passear, tomar sol ou praticar exportes.

  Ela estacionou a moto dela, olhou em meus olhos e perguntou:

- Gostando da vista?

- Realmente o lugar é magnifico.

- Com a companhia certa fica melhor ainda.

- Tenho que concordar com isso.

  Andamos de mãos dadas pelo parque e conversamos amenidades, as trocas de olhares era bem presente, chegamos perto uma da outra e era como se tivesse uma energia no ar, a luz do luar iluminando os nossos rostos, ela segurou em minha cintura e me puxou para um beijo, no começo resisti um pouco, pois até então eu nunca havia beijado uma garota, foi uma sensação totalmente diferente das vezes que beijei caras por aí, mas também não beijei tantas bocas assim, senti meu corpo ficar arrepiado coisa que nunca aconteceu antes, ela foi pedindo passagem e foi se tornando mais exigente e sensual o beijo, só paramos porque lembramos que estávamos em um lugar público, ela me olhou nos olhos e falou:

- Ual... que beijo foi esse.

  Fiquei vermelha na hora e nem tinha como esconder, pois o meu rosto ficou num tom avermelhado, olhei para a lua para me acalmar, olhei no relógio e já passada da cinco da manhã, ela me pegou pela mão e retornamos o caminho até a moto, antes de subirmos nela a danada me pegou pela cintura e me beijou de um jeito que jamais fui beijada antes e o estranho era que eu sentia uma familiaridade tão grande quando era beijada por ela, buzinaram pra gente, então resolvemos subir na garupa e seguimos até onde estávamos, nos despedimos com um último beijo, ela me entregou um papel e nele estava escrito o número dela, ao entrar lá dentro encontrei minha amiga dando o maior amasso em um garoto que estava de fantasia do flash, assim que ela me viu me perguntou de supetão:

- Onde você estava Nany...

- Quando você começa assim sei que vem bomba.

- Dorme em casa que eu te conto.

- Então vamos embora?

- Só se for agora.

  Antes de ir embora olhei ao redor e vi a garota de Hermione num grupinho, trocamos olhares, porém nada dissemos, segui a Francis até o carro e ela já foi falando:

- E aquela troca de olhares com a garota fantasiada de Hermione?

- Você percebeu?

- Tenho olhos senhorita Anne, e outra ela ficou te olhando como se ela quisesse te comer ali mesmo.

- Não fale assim... Fico com vergonha.
- Pelo visto as duas ficaram não é mesmo?

  Olhei para os lados para acalmar o meu coração, até porque ao lembrar do beijo dela já me arrepiava, consegui responder, mesmo com o semblante avermelhado falei:

- Sim... - respondi timidamente.

- Eu não acredito nisso... Me conte todos os detalhes.

- Quando chegar em casa te conto com detalhes.

  Ela fechou a cara na mesma hora e eu acabei rindo dela, liguei na rádio e estava tocando:

Amor à primeira vista

Amor à primeira vista
Força dessa conquista
Fez a gente se revelar
Se isso for verdadeiro
Me entrego de corpo inteiro
Tenho tanto amor pra dar...
                                      
                                    (Jorge Aragão)

  Eu fechei os olhos e não pude deixar de lembrar do encontro inusitado que eu tive com a moça vestida de Hermione, e por um descuido meu acabei nem perguntando o nome dela, abri os meus olhos quando a Francis me chacoalhou, e eu acabei falando:

- O que foi mulher? Eu estava em um momento tão bom

- Só ia te avisar que já chegamos na sua casa sua ingrata, da próxima vez eu deixo você no mundo da lua.

- Eu estava tão distraída assim?

- Te chamei várias vezes e você nem tchum pra mim.

- Me desculpa... Me distrai com meus pensamentos.

- Sei... Estava é pensando naquela mulher que você beijou.

- Como sabe?

- Eu te conheço a cinco anos, e eu só te vi assim com o seu ex namorado Eduardo.

- Você sabe que depois dele eu não fiquei com ninguém.

- Eu sei..., mas confesso que fiquei surpresa, ainda mais por você ter beijado uma garota.

- Eu também fiquei... Bom vamos subir que em casa te explicou direitinho o que houve

- Vamos sim, deixa só eu trancar o carro.
  Assim que a Francis sentou em minha cama, percebeu uma caricatura que fiz e perguntou:

- Essa mulher parece com uma moça que estava na festa, sabe quem é ela?

- Não sei te dizer.

- Eu desenhei essa mulher quando eu tinha quatro anos de idade.

- E você não faz ideia de quem seja?

- Não faço a menor ideia de quem seja.

- Bom... mudando de assunto me fala sobre o beijo que você deu naquela moça.

- Então... Eu estava sentada sozinha quando uma mulher se sentou ao meu lado e começamos a conversar e conversa vai, conversa vem e ela perguntou se eu gostaria de andar na moto, e você sabe que eu amo motos, a segui e ela me levou ao Central Park e andamos de mãos dadas por um tempo conversando amenidades, as nossas trocas de olhares estavam bem evidentes, ela me puxou pela cintura e me puxou para um beijo, no começo eu resisti ao beijo, mas depois me senti totalmente diferente de quando beijava homens, eu senti meu corpo ficar arrepiado coisa que nunca me aconteceu antes, só paramos de nos beijar  porque lembramos que estávamos em um lugar público.

- Ual... E o beijo foi bom?

- Foi bom demais, nunca imaginei que iria gostar de beijar uma menina.

- Fiquei surpresa também... Até porque você é certinha demais.

- Não sou tão certinha assim.

- Você só transou com o Eduardo depois que os dois estavam namorando.

- É... Na verdade, nos dois não transamos.

- Como assim? Vocês estavam juntos a mais de três meses.

- Eu não senti aquele desejo de transar com ele.

- Isso quer dizer que você ainda é virgem?

- Sim... Eu ainda não transei com ninguém.

- Mas por que?

- Porque para mim transar é um momento muito intimo entre duas pessoas e eu não quero transar. com qualquer um.

- Ual... você realmente é muito certinha.

- Eu sei que quando o momento chegar eu vou saber.

- Faça no momento que sentir vontade mesmo, não porque a outra pessoa quer.

- Acho melhor a gente dormir que a tarde nós temos que trabalhar.

- É o melhor mesmo.

  Assim que deitei na cama ouvi meu celular apitar e fui ver quem era, tirei o sorriso do rosto ao ver que era o Pedro Henrique, mesmo sendo o meu pai eu não consigo gostar dele, dei graças a deus quando eles se separaram, ao abrir a mensagem estava escrito:

Oi minha filha

Sei que hoje é o seu aniversário, vim lhe felicitar e avisar que amanhã nós vamos no restaurante de sempre e só para avisar nada de atrasos
                                                                                                       Ass: seu pai

Desde que eles se separaram, eu era obrigada a encontrar com ele pelo menos uma vez no ano, e para piorar a situação ele nunca vinha sozinho, sempre vinha um cara junto, eu tinha que aguentar esses caras dando em cima de mim como se eu fosse um troféu no fim das contas, meu pai quer que eu me case e vire uma boa esposa, mas ele não entende que eu que vou escolher com quem casar, todas as vezes acabamos brigando feio por causa disso, mas eu era obrigada a ir, respirei fundo e respondi:

- Ta bom pai, te espero as 20 horas no restaurante de sempre.

  Olhei novamente para o celular e com o papel que moça deu para mim escrevi:

Oi Hermione

Muito obrigada pelo dia de hoje, amei o passeio que demos pelo Central Park e o beijo fechou com chave de ouro.
                                                                                                                 Beijos do Rony

  Depois de pôr o celular para tocar, dei boa noite para a Fran, e olhei para o teto, eu não estava conseguindo dormir, primeiro que eu teria que aturar o meu pai e segundo eu fico imaginando o que o Pedro Henrique faria se soubesse que eu beijei uma garota e que ainda por cima eu gostei, tenho medo caso ele descubra algo, ele sempre foi muito homofônico e disse que a felicidade dele foi acabar com um casal lesbico e quando escutei isso passei a odiar mais ainda ele, eu só não entendia o por que deu me sentir assim, acabei dormindo com mais perguntas que respostas.

P.o.v Autora

  A festa mal começou e a Tina já sumiu, eu olhava ao redor, mas não a encontrava, mas pelo que conheço dela deve tá com alguma sirigaita por aí, vou aproveitar que ela não está aqui perto e aproveitar a festa, tinha uma moça maravilhosa vindo em minha direção e não me fiz de desentendida, joguei o meu charme e eu a levei a um lugar mais reservado, eu estava quase lá quando vi a Valentina de papinho com uma garota, nessa hora meu sangue subiu e eu quase fui até lá, mas resolvi que iria me divertir essa noite, entramos no banheiro feminino e entramos em um dos box, aproveitamos que estávamos sozinhas e eu e ela nos beijamos e que beijo essa mulher tem, me fez até esquecer a ceninha que eu vi, o beijo foi se tornando mais exigente até por falta de ar paramos e ela disse em meu ouvido:

- Quero você aqui e agora.

  Nessa hora o meu corpo todinho estava arrepiado, tiramos as nossas roupas e nossos corpos estavam colados, ela começou chupando meu seio direito enquanto brincava com o outro, e eu tentava não gemer, mas alguns gemidos escaparam de minha boca e isso fez ela sorrir e continuar o que ela estava fazendo, eu estava no colo dela, ela foi descendo os dedos até chegar a minha entrada, a minha excitação já estava na estratosfera, ela colocou dois dedos e foi fazendo um vai e vem gostoso até eu gozar em seus dedos, a mulher levou os dedos a boca e os chupou, logo em seguida me beijou misturando os gosto do meu gozo ao nosso beijo, nos despedimos e prometemos que teriam mais vezes, nos trocamos e uma deu o número para a outra, acabei perguntando:

- Como devo chama - lá?

- Me chamo Giovana e você como se chama?

- O meu nome é Linda.

- Um nome bem diferente não é mesmo?

- É sim... Minha avó que escolheu ele.

- Achei esse nome lindo.

- Obrigada.

  Essa é a primeira vez que eu me senti assim com alguém elogiando o meu nome, que estranho, meu rosto ficou com um tom avermelhado e eu não sabia para onde olhar, até que ouvi ela dizendo:

- Você fica mais linda ainda vermelha... E só para constar você ainda vai ser minha.

  Ela saiu do box e me deixou ali sozinha, eu não sabia o que pensar, mas essa festa realmente prometeu, quem poderia imaginar que eu ia encontrar essa garota que eu venho seguindo a meses e que em toda festa que ela estava eu dava um jeito de ir, mas melhor eu sair daqui e ir à procura da Tina, olhei em cada canto da festa e nada dela aparecer, fui encontra - lá na rua, já puta da vida fui logo perguntando:

- Onde você estava que eu não te vi na festa?

- Sai um pouco para espairecer a cabeça.

- Sei... eu te conheço.

- Vai brigar comigo ou prefere ir pra casa para a gente se divertir? 

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