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Asher

Enquanto estava no corredor, no caminho da sala de exames, conversava com a enfermeira

- agora é mesmo o horário? Ou só me tirou de lá para não ficar perto de minha mãe? - ri - Seja como for fez bem.

- Sua mãe é preocupada. Era uma ótima pediatra. - Elas se conheciam fazia anos, até mesmo antes de eu nascer, mas quando adoeci mamãe decidiu largar a profissão para de dedicar aos cuidado que deve ter comigo

Assim entro na sala de exames e passo mais ou menos um ou duas horas lá, não lembro pois dormi.

- oi, querido. Acorde! - diz minha mãe feliz - Você recebeu alta, pode ir. - olho ao redor do quarto e não vejo Sarah. - tem que se ajeitar. Ah e deve estar estranhando, mas disse a sua irmã que não iria receber alta então ela foi para a escola. Pensei que não iria. - Diz organizando o que tinha de bagunçado

- Mas porque? Eu devia ficar mais tempo aqui. Não sei se estou forte. Lá fora tem germes e vírus. - digo na merda esperança dela me deixar ficar

Ela me olha com olhos meigos e um pouco tristes - sei que não gosta de ir para casa, eu não gosto de vir para cá. Mas vai ser bom, você irá fazer amigos, amigos que não estão como você. Amigos que podem sair desses corredores. É adolescente tem que ter experiências. - a diz tentando explicar e não soar rude, mas pessoalmente me senti mal, gosto dos amigos que fiz nesses anos dentro deste lugar

- mas e o Matthew? - digo preocupado com um amigo doente, câncer nos rins. - ele vai ficar magoado.

- o Matthew vai ficar bem - diz Matt com uma uma voz fina fingindo ser minha mãe. Assim que viro para o ver ele joga balas em mim.

Gosto de quando estou com ele, sinto que ele é a única pessoa q me trata de igual para igual, um sabe o que acontece com o outro, os olhares, a dor, e as palavras desnecessárias de incentivação, do tipo " você é um exemplo", "é um herói", "vai conseguir". Matt saber até melhor. Sua doença transparece me sua aparência, não tem cabelo garças a quimioterapia. Já raspei em sua homenagem, na realidade em uma aposta. Mas os meu cachos sempre voltam.

- idiota. - digo e me viro para minha mãe. - tem certeza que é melhor eu ir?

- verdade, aqui é bem melhor. Tem gelatina verde sabor chulé. E não deve esquecer do purê sem gosto de batata. - ele ri. E pega um pouco de seu purê. - é sério como fazem isso? - o ignoro.

- Temos quer ir, seu pai está com saudades. Está louco pra te ver! - ela diz feliz

- não é só ele vir me visitar?

Onde Acabam as Estrelas - Antes Do Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora