Posso te tocar? (Parte 01)

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Em uma semana, o relacionamento de Pat e Pran completaria dois meses. Logicamente, esse período não incluía os outros dois que eles passaram provocando um ao outro na tentativa de arrancar uma confissão. Afinal, apesar desse tempo ter sido quase um início de namoro considerando que eles se falavam todos os dias, ele não podia ser realmente colocado como uma relação romântica, visto que eles estavam privados de tocarem intimamente um ao outro, privilégio que, na opinião de Pat, era indispensável.

Após as provocações começarem em fevereiro, logo antes do fim do ano letivo, o contato restritivo dos dois só aumentou ainda mais o desejo de poderem se tocar, principalmente pelo fato de eles já terem se beijado no telhado do dormitório. A cada noite, Pat sentia mais e mais vontade de saltar pela sacada que ligava as casas e passar a noite com seu futuro namorado. Entretanto, por mais que ele soubesse que Pran estava tão sedento quanto ele, ele sabia que o rapaz era racional o suficiente para não o deixar cometer um ato tão arriscado.

O único momento que ele teve uma breve colher de chá de Pran foi depois de seu aniversário de 20 anos, cujo presente foi ele poder passar a noite no quarto de Pran (com um travesseiro delimitando o espaço de cada um, obviamente).

Agora, depois de eles terem desistido desse jogo de gato e rato sem propósito real, Pat podia usufruir usualmente dos lábios de Pran. Contudo, eles não iam muito além disso. Os beijos ainda eram muito castos e puros. Pat tinha que admitir que isso dava um pouco de romantismo ao relacionamento, mas ele ainda sentia necessidade de um toque maior e mais íntimo. Entretanto, ele não queria forçar Pran, que, por algum motivo, não deixava que os toques passassem para o próximo nível.

Ele refletia sobre isso enquanto estava esparramado no sofá do apartamento de Pran, o qual estava sentado na escrivaninha terminando um projeto que lhe foi atribuído. Seu cansaço era evidenciado pelos ombros tensos e pelas sobrancelhas franzidas. Vê-lo, tão concentrado, enlouquecia Pat, que só queria um pouco de atenção do namorado.

- Por que você não dá uma pausa? Já faz três horas que está aí preso nesse pedaço de papel. Percebo seu cansaço daqui. Que tal você vir aqui pra eu te ajudar a relaxar? - perguntou Pat, que, mesmo estando honestamente interessado em aliviar o estresse de Pran, não podia negar que tinha segundas intenções escondidas nas entrelinhas.

- Você acha que eu não sei como você pretende me ajudar a relaxar? - indagou Pran, com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso zombeiro nos lábios. - Te conheço muito bem. Se eu sair daqui você vai me enrolar por muito tempo e eu vou acabar me atrasando com a entrega do projeto.

- Pensei que esse projeto era pra ser entregue daqui a uma semana. Está admitindo que eu sou tão absurdamente cativante ao ponto de prender sua atenção por uma semana? - contrapôs Pat, devolvendo-lhe um sorriso desafiador. - Que tal assim - propõe Pat, se levantando e indo em direção à escrivaninha de Pran, inclinando-se logo em seguida e fazendo com que suas mãos ficassem apoiadas nos braços da cadeira, deixando o namorado sem saída - você assiste um episódio de alguma série comigo e eu prometo que te devolvo pessoalmente pro seu projeto antes do prazo de uma semana.

- Que episódio de série tem uma semana de duração? - questiona Pran, chegando perto do rosto de Pat e entrando na onda da brincadeira.

- O episódio talvez não dure tanto, mas podem acontecer algumas coisas ao longo dele que façam com que nossa atenção seja desviada. - continua Pat, com os lábios próximos ao ouvido de Pran, fazendo com que um arrepio percorra a espinha do rapaz, que começa a dar risada instantaneamente.

- Ok, você me convenceu. - diz Pran empurrando Pat levemente para conseguir se levantar e sair de sua prisão, os pés caminhando para o sofá cinza no meio da sala- Você não vem? Achei que estivesse empolgado com a minha companhia. Depois que eu voltar pra essa escrivaninha, você vai ter que se divertir sozinho por um tempo.

Eros (PatPran Bad Buddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora