Capítulo 3

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Sinto Peter a me envolver num abraço. Os abraços dele eram reconfortantes, podia me acostumar facilmente a eles.

- Não sabia que tinha essa voz minha querida.- disse sorrindo e eu sorri de volta.

Pode então notar o olhar de confusão de Maxon ao notar que eu não me incomodar com o facto dele me chamar "querida".

- Tem que cantar mais vezes para nós América.- disse Celeste.

- Aí tive uma ideia incrível. Você pode cantar no baile de máscaras que vamos ter.- disse Helena.

-Que baile?- perguntei confusa.

- Ah pois, foi hoje decidido, como estão aqui as duas famílias reais vamos dar um baile para aproveitar que cá estão. Portanto ficarão mais alguns dias.- disse Helena a sorrir.

- Com licença, vou me retirar.- disse Maxon e vejo a ir embora.

Olho de relance para a porta e vejo Maxon a olhar para mim antes de sair e a fazer sinal a tocar na orelha. Fiquei estática. Ele queria falar comigo. Eu desviei o olhar e apenas me limitei a não dizer nem fazer nada.

Ficamos mais um pouco no salão e em seguida fomos nos preparar para o jantar. Cheguei ao meu quarto e as minhas criadas já tinham deixado um vestido pronto para mim. Eu gostava delas. Eram a Jully e a Teresa. Mas não se comparava ao relacionamento que tinha com as minhas criadas em Illea.

Vesti um vestido preto com a parte de cima coberta de lantejoulas e fiz um coque no meu cabelo. Em seguida fiz uma maquiagem leve e coloquei uns sapatos pretos.

 Em seguida fiz uma maquiagem leve e coloquei uns sapatos pretos

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Estava a colocar os meus brincos quando ouço batidas na porta. Acabo de os colocar e vou ver quem está a bater. Quando abro sou surpresa por Maxon, que está com uma cara totalmente seria e entra rapidamente no meu quarto sem sequer pedir.

- Saía do meu quarto, por favor.- pedi zangada.

- Precisamos conversar.- disse se aproximando de mim e de repente começou a me analisar.- Você está linda América.

- Você não deveria estar no meu quarto alteza.- disse de maneira formal.

- Eu senti a sua falta, minha querida.- disse e tocou no meu rosto me fazendo uma espécie de carinho.

Assim que senti a sua mão a tocar na minha cara foi como se uma faísca tivesse percorrido a minha pele. Senti o meu coração a bater demasiadamente forte. Tinha tanta saudade de sentir o toque da pele dele em contato com a minha.

- Eu não sou sua querida.- disse rispidamente.

- Engraçado América. O Peter pode te dizer isso.- disse zangado e num tom sarcástico enquanto me empurrou contra a parede sem me machucar, com cuidado.

- Você deveria chamar isso á sua noiva ao invés de ficar aqui falando comigo, vossa alteza.- disse olhando fixamente para o seus olhos e senti que lhe tinha atingido em cheio com o meu comentário.

Ele imediatamente me largou e me olhou durante alguns segundos e em seguida saiu do meu quarto.

Esperei alguns minutos para me recompor, não sei como olharei para ele agora no jantar. Mas tinha que ir.

Quando cheguei estavam quase todos na mesa, faltava Kriss e Maxon. Ao pensar nisso, imaginei o que poderiam estar a fazer. Talvez fosse melhor não pensar.

Passado talvez cinco minutos chegaram, não pareciam estar muitos felizes. Tinham as caras sérias e apenas disseram " boa noite" quando entraram.

Durante o jantar o rei Arthur e o rei Afonso falaram sobre vários assuntos e Peter, Nicoletta e Celeste eram os que mais argumentavam sobre os assuntos.

Eu e Maxon trocamos olhares várias vezes, mas nunca por mais de cinco segundos. Eu estava totalmente confusa. Ele não podia ter me feito aquilo e agora querer conversar simplesmente só porque sim.

Depois do jantar fui ao meu quarto buscar um casaco e desci até ao jardim. Queria respirar ar puro um pouco. E realmente á noite o jardim era extremamente bonito, as luzes nem eram necessárias, a lua iluminava o jardim e a visão das estrelas era mesmo muito bonita. Sentei no banco que costumo sentar sempre e fico a admirar a vista que tenho.

- Você gosta dele?- ouço a voz de Maxon atrás de mim.

- O que você quer agora? Me deixe em paz, por favor.- digo e reviro os olhos já me levantando para ir embora.

- Você gosta dele?- volta a repetir a mesma pergunta enquanto segurou o meu braço.

- Você a ama?- devolvo a mesma pergunta para ele.

- Não.- disse e senti um frio na barriga com aquela resposta.- E você?

- Não te devo nenhuma satisfação. Mas sim, gosto dele.- digo e desvio o olhar.

Vejo Maxon a olhar para mim com um olhar de tristeza misturada com raiva. Achei que talvez fosse embora como mais cedo, mas não. Ele se aproxima de mim.

- Eu ainda amo você América!- disse e senti que foi totalmente sincero.

- Isso já não é relevante. Você fez a sua escolha Maxon. Agora temos de lidar com as consequências.- respondo friamente.

- Não passo um dia sem pensar em voce.- ele confessou.

Senti as mãos deles tocarem de novo o meu rosto e uma delas parou na minha cintura me aproximando dele. Ele se aproximou ainda mais de mim e ficou me encarando. Conseguia sentir a sua respiração facilmente. Senti então, aquela sensação que já não me lembrava, de sentir a sua boca tocar na minha. Ele me beijou com urgência e eu correspondi, como se não houvesse mais ninguém no mundo e como se fôssemos só nós dois. Senti a minha pele a arrepiar toda e o meu coração a dar sinal que era dele. O meu coração pertencia a Maxon, infelizmente.

- Ainda amo você, mas sinto algo por Peter e acho que posso vir a nutrir mais esse sentimento.- digo quando paramos o beijo, tentando ser totalmente honesta e sincera com Maxon.

Vejo que as minhas palavras foram como um tiro para ele. Acho que não estava á espera de ouvir aquilo a sair da minha boca. Talvez, nem eu estivesse á espera.

- Bom noite senhorita Singer.- disse e caminhou de volta ao castelo.

A seleção - A escolha erradaOnde histórias criam vida. Descubra agora