Capítulo 7

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Quando acabei de cantar, abri os olhos. Podia ver todos naquele salão me admirarem. Senti uma liberdade imensa ao cantar aquela canção, era tudo o que eu precisava dizer a Maxon. Ele tinha que parar de pedir para voltar para ele e deixar o fim ser o fim, exatamente como dizia na letra.

Notei o olhar de compaixão das minhas amigas, elas sabiam que tinha cantado para ele. Marlee estava a chorar, provavelmente ficou emocionada com a apresentação, assim como eu, mas tive que me recompor. Celeste e Nicoletta apenas sorriam, assim como muitos outros convidados e a família real de Espanha, a não ser Peter que estava com uma expressão séria.

Quando olhei para o outro lado vi o rei de Itália, que batia palmas, ao lado da mãe de Maxon. Por sua vez, o rei Clarkson e Kriss pareciam entendidos, era natural, eles não gostavam de mim. Já Maxon estava com uma expressão parecida com a de Peter, mas notava algo diferente, ele tinha os olhos brilhantes, como se estivesse a ponto de chorar também. Acho que ele percebeu que tínhamos de deixar o nosso fim acontecer, por mais que o nosso amor seja grande.

Desci do palco quando as palmas acabaram e fui em direção às minhas amigas. Iria me despedir, precisava descansar e ir para o meu quarto.

- Boa noite, meninas.- eu disse enquanto dava um beijo no rosto de Marlee.

- Já vai Ames?- perguntou Aspen.

- Estou cansada. Tive um dia longo.- comentei ao me lembrar do dia de hoje.

- Amanhã vai nos contar tudo!- Celeste disse de uma maneira que mais parecia uma ordem e eu apenas assenti.

- Vá Ames, descanse.- disse Nicoletta a sorrir e assim eu fui.

Estava quase a sair do salão quando sinto uma mão a tocar na minha. Olhei para trás e era Peter. Ele tinha uma expressão séria e eu tinha medo de ser pela minha apresentação.

- Eu acompanho você.- ele disse e coloquei o meu braço em volta do seu.

Ficamos o caminho todo até ao meu quarto em silêncio. Pensei em várias maneiras de iniciar uma conversa, mas faltava coragem. Ele apenas olhava para a frente e não olhava para mim. Conforme subimos as escadas, que davam em direção ao corredor que ficava o meu quarto ele começou a respirar mais profundamente, acho que não era apenas eu que estava nervosa.

- Quer entrar?- perguntei ao chegar na porta do meu quarto e abrindo a porta.

- Sim.- ele respondeu friamente e entrou.

Quando entramos no meu quarto, fui em direção ao sofá que tinha no canto do quarto, perto da janela e sentei. Ele sentou na cama ficando de frente para mim. Olhamos um para o outro intensamente, esperando algum de nós dizer algo.

- Você o ama, não ama?- perguntou enquanto olhava para o chão.

- Não posso mentir para você. Sim, eu o amo.- respondi nervosa.

- Pois, acho que sempre soube que você ainda o amava.- ele respondeu e voltou a olhar para mim.- Você e ele não estavam no salão, suspeitei que estavam juntos e depois você cantou aquela música.- ele disse como se estivesse a lembrar.- Eu percebi logo que era para ele.

- Estivemos juntos sim, aqui.- eu confessei.- Ele me pediu para fugirmos.

Quando disse isso ele levantou da cama e começou a andar para trás e para a frente, parecendo nervoso.

- Como aquele imbecil propôs uma coisa dessas?- perguntou e olhou para mim.- O que você disse Ames?

- Eu disse que não.- eu respondi levantando e indo até ele..

- Não me abandone América, por favor.- ele pediu, quase num súplica.

- Eu disse a Maxon que não podíamos continuar com isto.- eu respondi e rapidamente me arrependi.

Eu dei a entender que havia algo entre mim e ele e Peter não sabia. Se tivesse pensando duas vezes antes de falar provavelmente não o tinha dito. Foi um erro.

- Como assim? Continuar com o quê?- perguntou se afastando de mim e franzindo a testa.

- Vou ser franca com você Peter. Eu e Maxon já nos beijamos desde que ele chegou, poucas vezes, mas beijamos.- eu confessei enquanto olhava para ele.

- Então vocês têm estado juntos? Tipo, sozinhos?- ele perguntou confuso.- Eu achei que tinha sido apenas hoje, durante o baile, quando ambos não estavam no salão.

- Às vezes. Poucas vezes. Ele apareceu aqui duas vezes e outra vez apareceu no jardim.- eu contei e mordi o lábio de nervoso.

- Eu não acredito.- ele disse enquanto se sentava de volta na cama, mas no lado oposto.

- Peter, sinto muito. Não sei o que lhe dizer para ser sincera.- eu disse me aproximando dele.

Me coloquei de joelhos á sua frente, de maneira a ficar quase da altura dele sentado na cama. Coloquei uma mão em seu rosto e fiz um carinho. Me partia o coração ver Peter triste, eu não queria ser a causa daquele sentimento.

- Você não tem culpa. O culpado sou eu.- ele disse de uma forma ríspida.

- Quê? Como assim, do que está falando?- perguntei totalmente confusa.

- Eu é que acreditei que você poderia o esquecer. Que eu poderia te ajudar a esquecer.- ele disse e levantou a cabeça olhando para mim.- Realmente acreditei, que você poderia chegar a me amar um dia América, assim como eu amo você.

Fiquei totalmente impactada com as palavras dele. Estava em choque. Ele nunca tinha dito que me amava. Eu não sabia como reagir, pois eu não o amava, mas sentia algo por ele suficientemente forte para me sentir feliz e comovida com aquela confissão.

- Você pode me achar um pouco clichê América, mas realmente desde que você chegou sinto os meus dias se tornarem melhores. Só de saber que verei o seu sorriso e a sua energia eu ganho mais vontade de acordar. Você é o meu primeiro pensamento ao acordar e o último ao ir dormir.- ele disse enquanto deu um pequeno sorriso por cima da sua cara de tristeza.

Disto é que eu não estava mesmo à espera. Nunca pensei que ele me fosse dizer isto. Eu precisava responder, se não o clima ficaria um pouco estranho.

- Peter, não vou dizer que o amo já, porque não amo.- respondi e sinto o seu olhar profundo sobre mim.- Mas...eu acredito que posso chegar a amar você, porque eu já gosto de você.- eu sorri ao dizer aquilo.

- Você gosta?- ele perguntou com um sorriso que mais parecia uma criança quando ganha um doce.

- Sim, gosto querido.- eu disse enquando continuava a sorrir.

Eu tomei a iniciativa de o beijar. Me aproximei lentamente do seu rosto enquanto mantinha o contato visual com ele. Antes de encostar os meus lábios nos seus senti a sua respiração e a minha em uníssono. Ficamos nos encarando durante alguns segundos e o meu coração batia mais rápido. Eu então, encostei os meus lábios nos dele. Ele que estava sentado na ponta da cama foi se empurrando para trás e me levou com ele, me deixando ficar por cima dele. Enquanto nos beijamos ele apertava a minha cintura e eu afagava os seus cabelos loiros escuros.

- Me ajude a esquecer ele. Por favor, Peter.- eu disse depois de parar o beijo e o encarar.


A seleção - A escolha erradaOnde histórias criam vida. Descubra agora