Capitulo 4

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Isa on

- e por que não? - ele diz engraçado.

- eu nem te conheço. - digo cruzando os braços.

- eu também não te conheço, mas deixei você entrar na minha casa. - revirei os olhos.

-  você quem é a pessoa perigosa da situação. - ele riu e tragou mais uma vez o cigarro em sua mão. - que horas são? Preciso ir embora e meu celular descarregou. - ele olha o relógio caro no pulso e depois olha pra mim novamente.

- gata, são 3:00 horas, o morrão acabou de fechar.

- e oque isso quer dizer? - digo meio confusa.

- que ninguém entra e ninguém sai até as 6:00, como teve tiroteio eu mandei fechar, então quer dizer que vai ter que passar um tempinho aqui comigo. - ele diz e afunda o cigarro no cinzeiro e se ajeita na cama ficando deitado de barriga pra cima, um de seus braços está debaixo da cabeça, ele está sem camisa somente com uma bermuda preta folgada, ele tem um abdômen perfeitamente esculpido, a pele chocolate sem nenhuma tatuagem oque eu achei estranho, o meninos que trabalham no tráfico são cheios de tatuagem. Ele olhou pra mim. - deita aqui, tem algo melhor pra fazer? - realmente não tenho, e porra, não vou negar que pegaria ele, mas tenho que fazer um charme. Respirei fundo e contornei a cama até o outro lado sentando perto dele. Ele estica a mão pra mim.*

-  oque foi? - perguntei.

-  da seu celular. - ele ordena, ousado.

- não vou te dar meu celular. - digo franzindo a sobrancelha.

- se toca doida, vou colocar pra carregar.

- ah, tudo bem. - peguei o celular no bolso do shorts e entreguei pra ele, ele sentou e conectou o carregado no celular e deixou em cima da cômoda, ele se virou pra mim ficando quase em cima de mim, consegui sentir o cheiro do seu perfume, ele me observou de um jeito malicioso, observando cada detalhe, passeando pelo meu decote e desce o olhar até minha coxas nuas, seu olhar de desejo me contagiou, e de longe daria pra alguém sentir a tensão sexual, ele segurou meu rosto e se aproximou começando um beijo calmo, que foi rapidamente ficando urgente, e nossa, que beijo bom. Ele sentou na cama me puxando pra ficar por cima dele, rebolei leve em seu colo enquanto o beijo se afunda mais, sua mão passeou pela minha cintura ajudando meus movimentos, mas logo desceu pra minha bunda apertando forte por cima do shorts curto. Enquanto eu rebolo e a respiração fica pesada posso sentir ele sorrir durante o beijo que logo foi desfeito, ele desceu seus lábios para o meu pescoço deixando beijos e algumas leves mordidas me fazendo arfar e gemer baixo.

- então quer dizer que a princesa do asfalto curte colar na favela. - ele diz cortando todo o clima e me tirando do seu colo, quase me fazendo soltar um gritinho de decepção, passei as mãos pelos cabelos e respirei fundo tentando controlar minha respiração que já estava ofegante, que ódio, ele tá de brincadeira comigo.

- gosto da liberdade que tenho aqui. - digo seguido de um suspiro.

- que liberdade e essa que você não tem lá? Oque gosta tanto de fazer aqui?

- ah você sabe, aqui eu posso dançar a vontade, fumar a vontade, usar droga a vontade, se eu fizer isso lá e alguém ver estou ferrada.

- vem pra cá basicamente pra se drogar?

- não precisava ser tão direto, mas é mais ou menos isso. Quando eu venho ninguém me segura, faço oque eu quero, gosto dessa adrenalina e desse perigo que tem aqui, lá não consigo fazer isso, meus pais nao desgrudam, e não deixam eu fazer merda nenhuma, em todo lugar que eu vou é alguém me vigiando, então aqui eu meio que dou um perdido neles. - ele olhou pra mim e riu.

- você é meio doidinha né? - ele diz engraçado me olhando de canto de olho, mas a cara dele continua a mesma, fechada e realmente ameaçadora. Eu tava quase tomando coragem de pular nele de novo, mas um rádio que está em cima da cômoda começou a fazer alguns chiados e barulhos, mas logo uma voz saiu, ele pegou o rápido na mão ouvindo.

Rádio on

- eae chefe, catamos três alemão querendo fugir pelos mato, oque que a gente faz? - a pessoa do outro lado diz.

- aonde cês tão? - o Lucas fala concentrado.

- tamo aqui no campo de barro chefe.

- já tô indo.

Rádio off

- deixa eu ir com você. - falei sem pensar, não tô afim que ficar sozinha, e quem sabe não vejo algo legal.

- ta afim de ir é?

- muito. - ele se levantou e vestiu uma camisa que estava próxima, me sentei na cama com os pés pra fora olhando para ele, ele está me olhando de cima e essa visão não me deixa com os pensamentos mais puros.

- e oque eu ganho te levando junto? - ele pergunta interessado.

- além de companhia?

- não quero só isso.

- posso te dar oque você quiser, mas eu tenho uma condição.

- Desembucha.

- Vai ter que me deixar dar um tiro em alguém. - ele deu uma risada debochada e me olhou enquanto colocava uma pistola que estava próxima na sua cintura.

- vamos logo, antes que eu mude de ideia.

Fim do capítulo 4...

Na mira do dono do morro.Onde histórias criam vida. Descubra agora