"Mande sua localização" são as palavras na mensagem que enviei - certo, talvez eu me assemelhe a um sequestrador como a minha amiga costuma dizer, sempre que eu torcia que ele viesse me encontrar o mais rápido possível, e ele sempre vinha.
O sol desenhava minha sombra e deixava sua barba e olhos pretos brilharem amendoados para mim. Eu queria um pedaço, enquanto ele levava meu corpo na boca. "Nunca me viu em um vestido assim?"
- Eu podia viver neste momento.
Bobagens. Ironicamente, eu gostava. Eu estou tentando me manter focada, mas seu sorriso não permite, suas mãos não permitem, sua delicadeza ao tocar minha nuca me deixam afogar em você. Bobagens. Eu queria seu corpo, não seu coração. Então, porque ele fazia um trabalho tão bom em deixá-los abertos para ele?
Sala. Cozinha. Closet. Quarto. Como viemos parar na sacada?
O tecido era macio, mas eu queria sentir frio, só para ele ter que me esquentar novamente. Eu só quero que me foda agora. Masoquismo não era minha parada, mas as palavras sussurradas ao pé do ouvido eram o que me faziam esperar enlouquecendo, queimando lentamente.
Brincava comigo como eu brincava com seus sentimentos, ele arquitetava um mundo novo em mim e eu observava o universo embaixo dele.
Eu me contorceria, eu viveria em cada uma das estrelas brilhando, enquanto meus olhos subiam um pouco mais para alcançar aquele infinito - era frustrante que eu não conseguisse chegar a imagem concreta do que via, mas eu queria mais, queria ver meu corpo envolvido e fundido na sua cor de mel.
Degustava, era isso que ele fazia e era como se eu me desfizesse. Era esse o exato,e no então, inexplicável sentimento. Eu saí: meu corpo de açúcar na chuva.
Amor, hoje eu não me importo com o mundo lá fora, eu não quero brincar mais, me dê você em tudo que envolver sua alma e corpo. Eu quero o show por inteiro, dançar aqui sem roupa. Como eu faço para você saber?
Só parece tão natural, que você saiba tudo, enquanto toca meu corpo. Então, toque. E, talvez, em algum outro dia eu te explique como me apaixonei sem perceber, talvez entre a Lua e Netuno, eu leve muitos anos para entender, mas agora, eu tenho certeza que já ultrapassei Andrômeda.
Hoje eu não preciso de audiência, me leve para seus lençóis, era o sinal com um carinho delicado em seus cabelos.
- Você parece desmanchar em meus braços, o que há de diferente hoje?
Engraçado, eu poderia me perguntar o mesmo, se já estivesse ciente da resposta, mas eu fingiria que não, me divertindo com suas mãos na minha cintura, mesmo que meus olhos entregassem mais do que deviam, mesmo que eu gostasse de saber que, egoistamente, talvez eu quisesse tudo aquilo só para mim, a vida toda.
- Se eu disser dessa vez - sua expiração dançava na minha orelha e mergulhava como uma onda em todos os meus nervos -, vou ter um "sim"?
Respirei fundo. Aqui? Agora? O que o faz pretender tão confiante que este é o momento? Aquilo não envolviam meus planos... E de alguma maneira, eu sabia que agora ele já fazia parte deles.
Nunca fora assim, e ainda assim, nesse mísero e finito lugar do espaço, eu poderia ser lida como uma história em quadrinhos sem fala, uma taça transparente que nos distrai da quantidade real, mas não quando está transbordando. Et j'ai débordé.
- Sim.
Autora: Ui, que caliente. Olá, meus amores inalcançáveis!
Como foi a semana? Uma tal de possível Terceiro Guerra Mundial começando suave... Todo mundo gosta de estudar História, mas não de viver momentos históricos, totalmente compreensível. Então, deliciem-se com meus escritos.
[Retomando, no dia que postei, dias depois de escrever esse capítulo, só pra comentar: que Coachella magnífico tivemos, não é? Vai Anitta e Vittar! Loud ganhou, e Batman tava incrível!]
Stay safe minhas goiabadas com queijo, beijinhos estrelados!
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Trechos de Inspiração 2
General FictionDepois do sucesso brilhante do primeiro livro de inspirações, trago para àqueles que desejarem fagulhas para ideias e um mundo glorioso de criatividade para escrever, ou para a simples e pura disposição de leitura para se apaixonar, corroer as unhas...