Há quinze anos atrás Kim Seokjin e Kim Namjoon fundaram a Resistência. Uma corporação que tem como objetivo resgatar todas as crianças vítimas de experimentos ilegais da Filter Academy, mas, principalmente, coletar provas de todos os crimes que essa organização cometeu por trás das promessas falsas de salvar a humanidade do vírus Motus.
Eu, Jeon Jeongguk, faço parte da Resistência. Digo isso com orgulho, pois eu já estive nas mãos da Academia, foram os piores anos da minha vida, eu sentia meu corpo tremer e suar só de lembrar. No entanto, eu sempre procuro recordar-me de tudo, pois me faz relembrar a importância da resistência.
É difícil, mas sempre lembro quando eu pensava que eu não tinha mais salvação, quando eu já tinha aceitado que iria morrer nas mãos sujas daquele cientista - que todos os dias tirava uma parte de mim, tanto na forma denotativa, quanto na forma conotativa -, vi minha salvação quando Kim Namjoon apareceu.
Ele entrou no laboratório, que fazia minha cabeça doer por causa das luzes brancas, enquanto o cientista que me acompanhava - eu o chamo de P.J, pois essas eram as iniciais de seu crachá - me tocava e um soco foi o suficiente para que ele voasse longe, chocando-se na parede como se fosse absolutamente nada. O Kim me olhou com pesar quando me viu com os pulsos amarrados na maca e minhas roupas rasgadas.
Logo, mais pessoas apareceram. Lembro quando vi Sana pela primeira vez, achei que eu tinha morrido e que ela fosse um anjo. Ela sorriu para mim e me soltou com cuidado, eu era menor quando isso aconteceu, então foi fácil para ela pegar-me no colo e levar-me para fora daquele lugar.
Lembro-me muito bem de, quando olhei por cima do ombro dela, Namjoon falar raivoso com P.J e, no minuto seguinte, dar mais um soco, foi o suficiente para que o cientista caísse. Não sabia se estava morto, mas torcia todos os dias para que estivesse. Depois disso, eu desmaiei e, quando acordei, estava em uma cama quentinha e macia, com meus machucados curados por Sana. Porém, ainda lembro-me de tudo o que acontecia dentro daquele laboratório.
O problema é que, as fraturas emocionais não foram as únicas coisas que a Academia deixou para mim, nunca era apenas isso quando se tratava das crianças que sequestrava, também tem o fato de não nos lembrarmos da nossa vida antes da Filter, é como se não existíssemos antes dela e, como se não fosse o suficiente, a Academia nos modificava geneticamente, o que fazia com criássemos habilidades.
Muitos as chamam de poderes, bênçãos, dons. Eu as chamo de maldição.
Chamo assim porque, ao meu ver, esses "dons" são como uma garantia da sociedade não nos aceitar novamente. Diariamente, vejo notícias de crianças que conseguiram fugir sozinhas, porém foram mortas por policiais ou, para as mais poderosas, pelo exército, por causa desses dons que muitas ainda não conseguem controlar. A mídia nos chama de invasores, porque acreditam que sejamos alienígenas.
A sociedade nunca nos considerará heróis, como nos filmes antigos. Não, isso era pura ilusão. Depois da terceira guerra, tudo ficou cada vez mais extremo e, tudo que pareça como um perigo para a humanidade, é morto sem piedade alguma. Ainda mais nas circunstâncias atuais, com esse novo vírus Motus que, por causa da mídia, todos descobriram que nós, com super poderes, não o contraímos, deixando tudo ainda pior.
Tudo isso é a razão por eu estar aqui. Meu ódio pela Academia, meu ódio pelos cientistas e meu ódio por essa maldição que me persegue e me faz subir pelas paredes, literalmente. A aderência não é tão legal como parece.
Hoje, eu trabalho com as pessoas que um dia me salvaram. Não só como um jeito de agradecer, mas porque sei que ainda existem inúmeras crianças que estão passando pelo o que eu passei e, se depender de mim, salvarei todas elas para que um dia tenham vontade de viver e crescer, como eu tenho hoje em dia.
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Two Worlds
Fiksi Penggemar[EM ANDAMENTO] Jeongguk tinha apenas cinco anos quando foi tirado de sua mãe, levado a um laboratório e usado como cobaia. Ele não sabia o porquê, mas esse acontecimento fez com que criasse ódio de tudo e todos. Com dez anos, escapou do laboratório...