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O ar estava denso de umidade naquela noite. As nuvens negras vinham das montanhas com sua presença pesada e sinistra. Foi estranho porque não houve chamada para chuva naquele dia. Nenhuma estação meteorológica poderia encontrar essa tempestade maciça que havia caído sobre uma cidade desavisada. O dia todo tinha sido céu claro e brisa quente. Então, de repente, a temperatura caiu cerca de dez graus em questão de segundos e veio a tempestade. Sam olhou pela janela do quarto do motel, verificando o tempo mais uma vez.
Tinha acabado de começar a garoar, as gotas manchando o asfalto do estacionamento. Um flash de relâmpago iluminou o céu, seguido por um estrondo de trovão. Sam sorriu para si mesmo, ele sempre gostou de chuva, especialmente tempestades. Havia algo sobre a maneira como a natureza podia criar algo tão violento e ao mesmo tempo purificador que o fascinava.
Ele estava começando a sentir o buraco em seu peito novamente. Em tempos de paz, ele se sentia mais sozinho do que nunca. Quando ele acordava em um espaço vazio na cama ao lado dele, sentia arrepios na espinha. Ele sabia que precisava de algo que não tinha, que nunca teve. Ele sabia que algo lá fora estava chamando por ele. Ele podia ouvir no vento. Veja-o nas sombras dançantes do luar. Ele podia sentir a terra tentando conduzi-lo a alguma coisa. Apenas, ele não tinha ideia do quê.
Ele viu o relâmpago através da janela, a carga dele iluminando toda a sala. Ele olhou para fora e foi quando te viu. Você estava parado no estacionamento, apenas olhando para ele. Você estava completamente encharcado, suas roupas molhadas grudando em você enquanto continuava a olhar diretamente para Sam.
Sam sabia. Ele sabia em seu coração que você estava lá para ele.
Você estava em sua sala de estar, sentindo o silêncio ao seu redor. Em tempos em que o mundo estava calmo e a quietude ecoava em sua mente, você sentia isso. Você sentiu a atração por outra coisa. Sentiu uma dor crônica, como se tivesse sido feito para muito mais do que a vida que levava. Na escuridão da noite, quando todos os outros estavam descansando em um sono profundo, foi quando sua mente despertou. Você podia ouvir a lua sussurrar seu nome e a lua parecia uivar de volta para você. Você se sentiu deslocado em sua própria vida. Você sabia que o mundo poderia lhe oferecer muito mais, mas não sabia como se levantar e agarrar. Muitas vezes você se sentiu congelado e preso em sua vida, repetindo a mesma coisa indefinidamente. Você colocou a mão contra a janela e continuou a olhar para o quintal.
Caminhe . Uma voz dentro de sua cabeça ecoou.
Vá. Seus pés pareciam se mover por conta própria. Você saiu de casa, sem ter certeza se fechou a porta. O ar mudou ao seu redor, ficando espesso e pesado. Você lambeu os lábios e pressionou.
Certo. A voz disse quando você chegou a um canto. Você se virou e continuou andando. Tudo em sua mente hiperativa dizia que isso estava errado, mas você não conseguia parar. Você sabia bem no fundo que era isso que precisava acontecer. Você tinha que encontrar seu destino, o que quer que você estivesse caminhando se tornou a única coisa com a qual você se importava. Suas pernas o levaram até lá sem que sua mente se acostumasse com o ambiente.
