Luas Superiores e Akaza

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"Mas que?.. Muzan que poha é essa? Posso estar no corpo de uma criança, mas tecnicamente tenho quase 30 anos! Além disso, ele fala em reunião como se toda semana eles se reunissem, da última vez eles tinham ficado um século sem se reunir! Só se encontraram quando um lua superior morreu.

Tive que passar uma noite no Castelo Infinito, teria que me acostumar, pois não conseguiria fugir do Michael Jackson. Peguei no sono, já no outro dia acordei com uma repentina picada no braço, meu sangue começou a congelar, foi horrível. Um frio insupotável me consumia, mas após alguns segundos, fui me acalmando.

-Hoh, quem diria que um oni inferior como você aguentaria um pouco do meu sangue - Uma voz conhecida se pronuncia, olho pra trás e vejo Douma com seu sorriso meio sádico.

-Hah, valeu pelo elogio Douma.

"Mano, eu devia costurar minha boca"

O loiro me encara surpreso, talvez, só TALVEZ, se perguntando como eu sabia seu nome.

-É.. Você é o Douma, né? O Muzan-sama me falou sobre os luas superiores... - Consegui dar uma desculpa decente.

Ele me olha meio desconfiado, mas só sorri, aparentemente mais tranquilo.

-Heh, entendi. Muzan-sama me enviou para guiá-la até onde os outros estão - Diz se virando e saindo pela porta, andando meio desajeitada, começo a seguí-lo.

Ele era muito rápido, eu já estava ofegante de tanto pular e correr. Essas perninhas de criança também não ajudam muito. Chegamos na sala, pude ver todos em um único bloco mais abaixo de nós. Douma pulou, fiquei meio receosa, até porque era uma queda de uns 5 metros, mas acabei indo junto. Consegui cair sem quebrar nenhum osso, mas senti uma enorme dor no pé, obviamente. Fiquei ao lado de Muzan, pois ele fez um gesto com a mão para eu me aproximar. Todos me fitavam extremamente intrigados, já outros impacientes e confusos.

-Essa é Kana Hopen, uma oni qualquer que encontrei na rua - Valeu pela sinceridade Michael sanguinário... - Ela ficará sob a vigia de um de vocês, alguém se candidata?

Ah sim, só faltou um "cri, cri, cri" de tanto silêncio, era óbvio que ninguém queria ser minha babá.

-Bom, já que ninguém se voluntariou, escolho eu mesmo - Muzan como sempre metendo medo com suas expressões, fazendo-os ficarem tensos.

Ele olha e parece avaliar cada um dos luas superiores. Acho que os únicos que eu talvez não me incomodasse, fosse o Akaza e o Kokushibou, caso eles ficassem com minha "guarda".

-Bom, Akaza, deixo isso com você - Ele diz olhando o superior 3, que acaba tendo que aceitar, mesmo relutante.

Q.D.T (Quebra De Tempo)

Eu e Akaza caminhamos há 20 minutos pelo Castelo Infinito lado a lado, ele não me olhou nenhuma vez, e até imagino o porque.

-Akaza - O chamo, mas ele nem me olha, só me ignora e segue andando. - Sei que tu odeia fracos, mas eu não sou tão frágil como pensa, quer lutar um pouco?

"Ah, eu devo ter perdido uns neurônios do cérebro passando pelo portal, porque não é possível..."

Ele me encara meio surpreso, cheio de dúvidas e desconfianças, mas logo dá um sorriso convencido.

-Hoh, pelo menos coragem você tem. Se está dizendo que não é fraca, então vamos fazer o seguinte.

Ele para de andar, estamos em um tatami escuro, com a iluminação amarelada, típico do Castelo Infinito.

Ele tira uma ampulheta do bolso, mais ou menos do tamanho de um celular, e antes de botá-la no chão, avisa:

-Se você conseguir resistir aos meus ataques até o tempo acabar, não vou te tratar como fraca, mas duvido muito que isso aconteça. - Ele fica frente a frente comigo, se agachando para pôr a ampulheta no chão, me fazendo ficar extremamente arrependida de minha ideia estúpida e sem cabimento, mas aceitando que não tinha volta.

No mesmo instante em que ele põe o objeto no chão, rapidamente avança em minha direção. Consegui desviar da maioria dos golpes, pois querendo ou não, com minha força e velocidade sobre humana, que ganhei ao me transformar em oni, aprimorou meus sentidos e reflexos também, que já eram bons quando eu era humana. Ele percebe que estou apenas na defensiva, e da um salto pra trás, ficando uns 2 metros de distância.

-Pelo menos reflexos você tem, mas não irá conseguir ficar só desviando.

Ele avança ainda mais rápido, começo a ter dificuldades em me esquivar de seus socos.

"Pensa pensa, como EU posso ganhar do Akaza? O Rengoku, PILAR DAS CHAMAS morreu pra ele, mas de alguma forma, não irei aguentar muito tempo desse jeito, tenho que deixar essa luta mais acirrada." - Penso desviando de seus socos rápidos.

Comecei a me acostumar com seu ritmo de golpes, e assim que ele dá outro soco, desvio novamente com a cabeça pro lado, e antes que ele pudesse reagir, peguei seu punho e joguei seu corpo contra o piso, logo depois, ainda segurando seu braço, o joguei pra bem longe.

"Meu Deus, essa força é muito roubada, eu tenho o corpo de uma menina de 8 anos, mas atirei o Akaza sem muita dificuldade, que loucura..." - Penso ainda assustada com tamanha força.

Ele sai da cratera da parede em que foi atirado, estalando o pescoço e dando um sorriso satisfeito.

-Bom, aparentemente você sabe o que faz, apesar desse corpinho, reconheço que não é tão fraca quanto pensei. - Diz pisando em cima da ampulheta, logo andando em minha direção.

-Ah, valeu.. Agora podemos parar? - Olho no fundo de suas pupilas amareladas.

Percebo em seus leves movimentos, ele ainda queria lutar, provavelmente quer baixar minha guarda e me pegar de surpresa. Quando vi que suas pernas iriam pegar impulso, em fração de segundos, ele avança e fica na minha frente, pronto para socar meu rosto, eu apenas dobro os joelhos e me inclino pra frente, dando um forte soco no meio de suas costelas, o fazendo ser jogado bruscamente contra a parede, de novo.

Ele tosse e gospe um pouco de saliva, mas logo recupera o ar e se levanta, passando a mão em suas roupas, para tirar o pó da parede que o sujava.

-Ahh... Tudo bem, eu admito que superou minhas expectativas. Vem, vou te levar até um lugar pra ficarmos. - Fala suspirando, finalmente se dando por vencido e saltando para outro cômodo.

O sigo até uma cabana, que já saia dos domínios do Castelo Infinito, mais no interior da cidade onde encontrei Muzan.

-Aliás, como tu se chama? Acho que Muzan-sama falou, mas não prestei atenção - Ele diz se sentando na poltrona marrom que havia ali, suspirando fundo sem me olhar nos olhos.

-É Kana Hopen, prazer.. - Sento na cama de madeira velha, que ficava mais á frente da poltrona.

Logo ele abre os olhos e me encara, dando um pequeno sorriso, quase imperceptível.

-É um prazer, Hopen.

Reencarnei Como Uma OniOnde histórias criam vida. Descubra agora