Gambiarras e Aquela Presença

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A lua cheia já brilhava no céu, eram aproximadamente 19h, a reunião com os pilares era daqui duas horas, no momento eu estava no telhado da casa, pois queria testar uma coisa.

Saquei meu celular do bolso da calça, pois havia levado ele antes de Tanjiro vir me buscar mais cedo, e decidi ver se conseguia gerar eletricidade estática para ligar o celular. Se bem me lembro, posso gerar eletricidade estática com meu corpo, esfregando um pedaço de lã em minha bexiga por alguns segundos, então agora que estava como material em mãos, comecei a fazer movimentos de um lado pro outro com a lã em mãos, a esfregando em minha barriga. Depois disso, peguei a batata que havia trazido junto, mais uma placa de cobre e zinco, que pude fazer quando desmontei meu notebook, bom que deixei tudo armazenado na nuvem, então não tinha quase nada especificamente naquele dispositivo.

Após prender as duas placas na batata já cozida (aliás, cozir a batata faz ela produzir mais volts, que irá fazer meu celular carregar um pouco mais rápido, se comparar a ela quando crua), coloco as placas nas extremidades do alimento, e agora só precisava de algo para "acendê-la", que no caso, seria uma placa de metal com eletricidade estática, que consegui ao esfregar a lã que já estava eletrizada nela. E então, juntei um cabo que fiz com base no carregador de meu notebook, para assim ligar a energia da placa de metal á batata. Meu celular era um tanto antigo, creio que foi um dos primeiros celulares touch, mas era até melhor assim, pois quanto mais antigo ele fosse, menor seria a voltagem que ele precisaria pra carregar, e como a batata gera uma miséria de volts, não vou ter tanto problema pra conseguir carregá-lo.

E chegou a hora decisiva, isolei o cabo com meus fios azulados, pois não tinha uma fita isolante nem nada do tipo, logo percebi que a eletricidade estática começou a ser passada pra batata, até alguns fios do meu cabelo começaram a levantar um pouco, mas não me importei, era normal. Conectei a parte da tomada diretamente na batata, mas isolei os dois pinos do carregador antes de botar, pois tinha medo de que ele pudesse dar algum problema se fosse simplesmente inserido sem nenhum isolamento mínimo. Bom, após uns 10 minutos esperando, vi que meu celular havia carregado 2%, me deixando muito eufórica pela minha conquista.

Esperei uma hora e meia ali, e vi que meu celualr estava com 30%, não podia esperar mais, então decidi me contentsr com isso por enquanto. Desconectei o celular do carregador e apertei o botão para ligá-lo, esperando alguns segundos até a tela inicial carregar. Isso me trouxe muitas lembranças, ver meu velho wallpaper preto e branco do Akaza, no qual eu já tinha bem antes de entrar no mundo de Kimetsu. Pude ver minha galeria, e entrar num álbum que só tinha fotos sobre Demon Slayer, me senti nostálgica ao passar as fotos.

Mas não tinha tempo pra isso, tinha que entrar no meu Drive e ver minha anotações, e foi o que fiz. Quando botei tudo em ordem, nem sabia quanto tempo havia se passado, senti uma presença familiar e ao olhar pro lado, vejo Tanjiro encarando a batata com cara de paisagem, obviamente ele não entendia o que eu estava fazendo, soltei uma risada nasalada e ele abre um sorriso sem graça.

Após eu guardar o meu carregador e as outras coisas dentro de meu quarto, eu e o Kamado fomos até a sala de reuniões, que mais parecia um sótão. Os hashiras me encaravam com curiosidade e certa pressão, me avaliando enquanto eu andava até Oyakata, que estava sentado na frente de todos.

Me viro na direção deles, mais ao lado de Ubuyashiki, logo que tiro meu celular do bolso, vejo todos franzirem a testa em sinal de confusão. Meu aparelho ainda tinha 18% de bateria, então iria aproveitá-la para ler algumas anotações á eles, e também mostrar um pouco minha galeria, vai ser divertido.

-Irei ler algumas coisas que estão dentro desse aparelho, ouçam atentamente, se quiserem perguntar algo, podem levantar a mão - Digo calmamente, indo em minha pasta da nuvem que continha informações sobre os luas superiores, iria demorar para a ficha deles cair com relação a existência do celular, mas temos tempo agora, então é melhor que eles assimilem isso logo, porque não sei quando o Michael Jackson vai dar o ar da graça e aparecer aqui na casa de Oyakata, melhor não contar tanto com o roteiro, muita coisa foi alterada, tenho que me previnir dessa vez, um deslize pode levar a algo irreparável, e quero evitar mortes á todo custo, ou melhor, eu tenho que evitar...

Após mais ou menos uma hora se passar, eu estava terminando de explicar o último arco, quase chegando na parte mais crucial, que era quando Tanjiro iria se transformar, mas sinto uma presença familiar, que ainda estava muito longe, talvez uns 10 quilômetros, mas eu já era meio sensitiva quando humana, quando virei oji e aprimorei minhas habilidades, meus sentidos ficaram bem mais evoluídos, e naquele momento eu sabia, Muzan estava se aproximando.

"Aparentemente os hashiras ainda não notaram, talvez por nunca terem sentido essa presença antes e estarem focados na minha explicação, mas eu já o encontrei várias vezes, então tenho certeza que é ele, mas que merda ele veio fazer aqui? Poha, isso tá uma bagunça, mas o que eu—"

-Eto... Hopen-san? - Ouço a voz suave de Oyakata, que me olha com tranquilidade ‐ Aconteceu algo?

Após isso, eu o encaro com seriedade e nervosismo, todos estávamos no lugar onde Muzan iria estar, na casa dele, franzo o cenho e os hashiras me olham confusos e aflitos.

-Hopen-san, o que houve? - Shinobu fala disfarçando sua ansiedade.
-Pessoal, ouçam atentamente e mantenham a calma - Digo num tom sério e firme, e todos me olham tensamente - Não temos muito tempo, Muzan está vindo matar Ubuyashiki, mas fiquem—

Vejo todos levantando de imediato e ficarem em guarda num instante, do lado contrário á mim, virados pra parede de madeira, creio que notaram a presença do Michael Jackson, o que não seria surpresa, ele deve estar a uns 4 quilômetros daqui, ele se move muito rápido quando quer.

  Oyakata parece ter percebido, então eu toco em seu ombro e sussurro um "relaxa, todos estão aqui para lhe proteger", assim ele fica um pouco menos tenso, mas sua preocupação ainda era aparente.

  Os pilares se afastam quando sentem a presença extremamente perto, em seguida a parede é destruída, dando pra ouvir todo o estrondo dos pedaços de madeira sendo destruídos e caindo no chão, além de uma cortina de fumaça não tão grossa se instapar no local, consigo ver a silhueta do homem á alguns passos largos de mim, os hashiras estão á nossa frente, todos em guarda, prontos para atacar Muzan á qualquer momento. Isso será mais tenso do que eu imaginava.


Reencarnei Como Uma OniOnde histórias criam vida. Descubra agora