Capítulo 1

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Minha vida era normal, semelhante à normal mesmo, como a de qualquer adolescente comum. Tenho um irmão mais velho, Jisung, minha mãe que sempre foi muito amorosa, e meu pai, que nunca aceitou o fato de ter dois filhos ômegas.

Para ele ômegas machos deveriam ser mortos, ele dizia sermos inúteis, vivia nos diminuindo, sempre nos rejeitando.

Até que um dia ele me entregou com meu irmão para uma casa de leilão, a desculpa dele foi "acerto de contas".

Hoje completa quatro anos que estamos nesse lugar, várias vezes tentaram nos leiloar, mas sempre surgia algum imprevisto que fazia eles mudarem de ideia, porém hoje parecia ser sério.

Estou deitado na cama, esse quarto eu divido com Jisung. Desde o momento que entramos nesse lugar penso em uma forma de fugir, quatro anos foi tempo suficiente para isso.

— Sunggie - chamo o ômega que está deitado na cama ao lado.

— Fala, Lix - o mesmo responde.

— Finalmente consegui pensar em uma forma de sair desse lugar - falei empolgado.

— Você jura? Interessante que eu também, podemos até escolher, tem a opção morto, ou bem morto, e a última é a melhor mortinho da Silva - ele respondeu com sarcasmo - Tira essa ideia louca de querer fugir, vamos acabar em um caixote.

— Engraçadinho, tá com o palhacinho enfiado no...

— Termine essa frase e eu mesmo te mato - ele falou me interrompendo, ser o irmão mais novo é um porre.

Respeito e blá blá blá.

— Vou falar o plano de qualquer jeito - falei depois da ameaça - Sabe aquela porta que fica perto do palco, ela é direto para rua, e me falaram que ela fica aberta durante o leilão.

— Pretende fazer o quê? - me interrompeu de novo.

— Deixa eu terminar, é uma fila até chegar nossa vez, em algum momento vamos ficar ao lado da porta, eles nem vão ver quando nós sairmos - finalmente terminei de explicar meu plano.

— E então fazemos o quê? - ele perguntou.

— Corremos, ou quer esperar para ver o que acontece? - respondo.

— Grosso, vamos fazer isso, se der merda eu te mato, na verdade, eu nem vou precisar já que eles mesmo farão o serviço - ele falou sendo pessimista.

[...]

Estamos na fila, falta menos de dois metros para chegarmos na porta.

Assim que paramos ao lado dela, a abro bem devagar, não querendo chamar atenção dos alfas que ficam vigiando os ômegas.

Eu e Jisung saímos sem que ninguém percebesse, a corrida por nossas vidas começou, ou corre, ou morre, afinal uma hora eles vão perceber que dois ômegas sumiram.

Por correr sempre olhando para trás, tentando ver se alguém nos seguia, não vi o carro que se aproximava.

— FELIX OLHA O CARRO -Jisung gritou desesperado.

Eu olhei para o lado vendo o carro preto vindo em alta velocidade, não consegui sair do lugar, minhas pernas estavam paralisadas, a única coisa que fiz foi fechar os olhos e esperar o impacto.

Porém, não teve o impacto, abri os olhos Jisung corria na minha direção, e o carro conseguiu desviar, e estava parado um pouco a frente de nós.

— Você está bem? Se machucou? Dói em algum lugar? - ele fez várias perguntas relacionadas a minha saúde, apenas acenei que sim, eu estava bem - Onde estava com a cabeça? Ficou louco? Onde já se viu ficar parado na frente do carro? - começou com o sermão do irmão preocupado.

E eu só tinha olhos para o carro, na verdade, quem estava saindo dele, saiu um loiro com tatuagens em apenas um dos braços, e um com o cabelo esverdeado branco como açúcar completamente tatuado esse era quase da minha altura, eles caminhavam em nossa direção.

— Garoto por que você não saiu da frente do carro? Quer morrer? - o de cabelo verde me perguntou.

— Não fala assim amor, ele está assustado, não está vendo? - o loiro repreendeu o outro, que creio eu ser o companheiro dele - Você tá bem meu lindo?

— Estou bem - respondi achando estranho ele me chamar assim.

— Vocês sabem onde fica a casa de leilão? - o loiro perguntou, e eu e Jisung olhamos um para o outro tentando achar uma resposta - Não queremos comprar ninguém, só queremos informações de alguém de dentro, nosso chefe quer acabar com a casa.

— Quem seria o chefe de vocês? - Jisung falou pela primeira vez.

— Alguém muito importante aqui na Coréia - o esverdeado respondeu.

— Nós acabamos de fugir de lá - falei de uma vez, Jisung me deu um peteleco.

— Isso explica muita coisa - o loiro falou.

— Tchau para vocês, mas nós temos que ir - Jisung falou me puxando nem dando tempo de me despedir.

Caminhamos um pouco, Jisung me ouvia reclamar por não ter dado tempo de saber mais coisas dos dois tatuados.

— Eles são da máfia coreana, Felix - ele falou parando para me olhar - E tenho certeza que o chefe deles é alguém que você não vai gostar de conhecer.

Eu ia responder até o carro dos tatuados parar ao nosso lado, o vidro abriu revelando eles.

— Vocês têm um lugar para ficar temporariamente? Eu sei de um lugar ótimo - o loiro perguntou, eu apenas esperei que Jisung respondesse.

— Não estamos interessados, obrigado - ele respondeu educado.

— Por quê? Não vai acontecer nada com vocês - o loiro perguntou novamente.

— Não queremos ficar envolvidos com a máfia coreana - Jisung respondeu óbvio.

— Como sabe que somos da máfia? - o esverdeado perguntou.

— Está mais que na cara, as tatuagens, a forma que falou da casa de leilão, e o seu chefe - Jisung respondeu.

— Mas nós não somos ruins, apenas resolvemos as coisas de modo diferente - o loiro falou - E vocês não terão que fazer nada, é para seguranças de vocês, ficar perambulando pelas ruas de Seul uma hora dessa não é seguro!

— Então, Sunggie? - perguntei a ele, não sei o motivo, mas eu estava empolgado, sabia ter algo bom me esperando.

— Nós vamos, porém, iremos sair quando quisermos - Jisung deu a sua condição, os dois aceitaram, entramos no carro e o branquelo seguiu caminho após colocarmos os cintos.

— Meu nome é Bang Chan, esse é meu companheiro Seo Changbin - Chan se apresentou - Podem me chamar apenas de Chan, e o ranzinza baixinho de Changbin, qual o nome de vocês?

— Meu nome é Lee Felix, me chame apenas de Felix. - me apresentei.

— Sou Han Jisung - Jisung se apresentou.

—Jisung você é ômega, mas não sinto seu cheiro, Felix. - Chan falou - É um, beta?

— Não, eu sou um ômega, porém ninguém nunca sentiu meu cheiro, só sei que sou ômega pela duração do cio - expliquei, a partir desse momento Jisung passou conversar sobre o negócio de onde iremos ficar, e eu encostei minha cabeça na janela observando as ruas de Seul.

Eu estou indo para um lugar totalmente desconhecido, com pessoas que eu não conheço, a sorte é que eles não parecem ser pessoas ruins, minha mãe me mataria se soubesse.

Meu pai disse que eu não precisava saber o que havia de errado com meu cheiro, já que ninguém jamais se interessaria por mim, e ele estava certo, com meus vinte anos sou um ômega puro.

Só teve uma vez que tive um relacionamento totalmente inocente com um garoto da minha escola, mas só dávamos selinhos, e andávamos de mãos dadas pela escola.

Quando eu estava preso, teve alfas que quiseram ter relações comigo, porém quando chegavam perto acontecia algo e eles caiam completamente desacordados isso me dava tempo de fugir, não queria ser tocado por eles.

Vida de ômega é complicada.....................

White Wolf Black Wolf | HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora