capítulo 14

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- Oi, Park.

- Oi, Lisa-yah. - Rosé sorriu se sentando ao lado da garota no banco da praça principal do bairro em que ambas moravam.

Tinha voltado para casa com Ryujin e seus pais que decidiram comprar comida de fora e jantarem juntos. Foi estranho no começo, era como uma silenciosa conversa e compreendimento de que queriam que algo mudasse. Agora o que esse algo era, alternava entre a mente de cada um que estava sentado naquela mesa.

Clare ficou quieta na maior parte do tempo e Rosé se perguntou se tinha alguma coisa entalada na garganta que talvez pudesse sair em disparada para a loira, como sempre ocorria. Mas não ocorreu. Ela se sentiu grata, porém, não conseguiu tirar da cabeça o porquê da repentina mudança de comportamento da mulher.

Lisa queria de qualquer custo se encontrar com ela, ainda nesse dia. Sem escolha, decidiram se encontrar já mais tarde na pracinha onde sempre vinha com Ryujin para alimentar os pombos e ver crianças caindo na areia do parquinho enquanto ouviam uma música genérica japonesa tocando nos altos falantes de um carro ou uma caixa de som de uma mãe.

A noite pairava muito bem sobre os olhos de Lisa, Rosé pensou enquanto olhava atenciosamente para a garota que tinha uma sacola de papel ao lado. Vestia um grosso moletom laranja e uma touca preta, com o capuz por cima ainda fazendo com que cobrisse todo o seu cabelo.

- Desculpa te fazer vir até aqui tão tarde. - examinou Rosé de cima a baixo na luz dos postes da praça iluminada. Droga, Lisa realmente gostava dos olhos dela.

- Não tem problema, eu acho. - deu de ombros observando a tailandesa sorrir de leve. - Você disse que tem algo para mim, posso saber o que é?

- Sabe, eu estava andando com Minnie em Nakameru, fomos comprar roupas porque ela recebeu dinheiro por cortar a grama da Sra. Kawake, mas aposto que não deve ter sido ela. - se perdeu na linha da pensamento enquanto examinava a atenciosa expressão da loira. - Enfim, passamos numa vitrine e eu vi isso é decidi comprar para você, espero que goste. - e entregou a sacola de papel que estava segurando, desviando o olhar rapidamente.

Rosé abriu a sacola e encontrou um par de meias rosas grandes que iam até a canela. Sorriu largamente quando viu o desenho de morangos repetidos com carinhas fofas. Então ela tinha pensado em Rosé mesmo quando não estavam juntas? O coração da loira de aqueceu e pareceu que todo seu corpo poderia entrar em combustão a qualquer momento porque entendia internamente que Lisa não fazia isso com frequência apenas olhando as bochechas rosadas.

- Eu amei, Lisa-yah. Verdadeiramente. -  Lisa sentiu todas as estrelas caindo do céu e raspando em sua silhueta, era assim que o sorriso genuíno de Rosé a fazia sentir.

- Q-Que bom, eu acho. - coçou a nuca, desviando o olhar para o chão. - Então, era só isso mesmo. Até depois.

- Espera! - Rosé agarrou o pulso da tailandesa que girou os pés para retornar o olhar a garota. - Boa noite, durma bem. - e beijou sua bochecha, deixando uma Lisa plantada estática no meio de uma praça deserta em que nenhum fantasma se atrevia a intervir o que as ondas de emoção chocavam o coração da garota.

Que droga, talvez ela pudesse ser um foguete e encontrar o planeta do pequeno príncipe nesse momento.

Os dias passaram rápidos. Rosé se acostumou com a rotina de trabalhar na casa de show, as vezes apenas limpava as áreas utilizadas pelo público ou organizava a decoração e bebidas, porém com o tempo foi ganhando confiança de Sana que passou a requisitar a garota para o trabalho que envolvia o palco, era cansativo, mas ter seu próprio dinheiro a deixava satisfeita com qualquer esforço.

given | chaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora