capítulo 25

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- Bandas amadoras também precisam de fotos promocionais? - perguntou Rosé, tomando pelo canudinho seu suco de morango que Lisa havia comprado antes de irem ao estúdio.

- É ruim se não tiver. Precisamos para mídias sociais e panfletos. São importantes para muita coisa. - explicou a tailandesa que escrevia algo em um caderno.

- Mais do que isso, o que estão fazendo? - Jennie tirou sua atenção do tablet para olhar para as garotas sentadas na sua frente.

- Estudando para prova.

- Literatura moderna.

- Argh! Parem de esfregar na minha cara que ainda são crianças e eu aqui trabalhando para comprar arroz e pão! - Jennie fez um bico com os lábios enquanto reclamava, Nayeon riu alto da amiga e assentiu em concordância com a fala.

Estavam sentadas na mesa da cafeteria que tinha abaixo do estúdio de Nayeon, terminando de escolher as fotos da sessão e resolvendo mais algumas pendências sobre a banda com a ajuda da morena que já era experiente por ter uma fixa a mais de três anos completos. Nayeon tinha um grupo de outras cinco pessoas, era complicado de administrar e ela já havia sofrido bastante no ombro de Jennie quando se conheceram em um evento aleatório pelos bairros de Tóquio.

- Jisoonie, você é de humanas, não é? - perguntou Lisa ao olhar para a mais velha que mexia no celular despreocupadamente. - Me ajuda aqui! Eu sou péssima.

- Mulher, você está vendo que eu estou subindo nossas fotos e nos inscrevendo em coisas? Poderia me ajudar aqui também? - falou Jennie também olhando para Jisoo.

- É que eu não consigo entender o que raios Clarice Lispector está falando! Literatura brasileira é difícil! - reclamou Lisa mais uma vez.

- Ah, "O Ovo e a Galinha"? - respondeu Nayeon com uma expressão de simpatia, Lisa assentiu com um bico nos lábios. - Te entendo, está tudo bem, pequena Lisa.

- Como é que vamos entender o que uma pessoa que nasceu há tanto tempo pensava? - Rosé suspirou frustada, chupando mais do canudinho de seu suco. - Isso não é nada moderno na minha cabeça.

- Nós somos péssimas nisso porque preferimos ciências. Deve ser por isso que não gostamos.

- Né? - Rosé e Lisa disseram ao mesmo tempo após a tailandesa ter falado.

A loira riu com o acontecimento e empurrou de leve o ombro da morena, fazendo com que Lisa corasse com o sorriso e a expressão que Rosé tinha feito justamente para ela, como se tivessem em um universo alternativo quando seus olhos interagiam. Sentiu seu coração bater um pouco mais rápido com o gesto. As três mais velhas na frente das garotas olhavam a cena com expressões nulas.

- Jesus... - disse Jennie com nenhuma linha de expressão no rosto pelo o que acabou de ver. Não era isso que tinha as aconselhado a fazer.

- Pois é. - Nayeon colocou a mão no ombro da mais velha e deu dois tapinhas singelos. - Te entendo, pequena Kim. - Pelo menos Nayeon a entendia.

- Espera, entende? - Jennie perguntou sussurrando para a morena que sorriu ladina e assentiu com a cabeça. - Meu deus, é nítido?

- Não... - Jennie olhou firme para Nayeon que ergueu as mãos em rendição. - Ok talvez um pouco. Mas é que na minha acontece a mesma coisa. Você sabe, né?

- Essas crianças pegam fogo. - Jisoo completou, fazendo Nayeon dar uma gargalhada altíssima que até chamou a atenção do café inteiro para a mesa delas.

- Misericórdia, toda vez isso. - a Kim mais nova colocou as mãos na cabeça, desistindo.

Jennie subia as escadas de sua casa massageando os próprios ombros. Tinha acabado de terminar seu expediente e voltado de ter feito um favor para sua amiga cabeleireira. Sempre que a mulher precisava de alguma modelo de cabelo, convidava a Kim em troca de uma hidratação grátis. Normalmente, era apenas para aplicação de produtos que deixavam os fios saudáveis e aplicação de penteados, já que Jennie nunca o pintava.

given | chaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora