*ESSE É O PRIMEIRO (1º) LIVRO DA SÉRIE BODINI, NÃO É NECESSÁRIO LER OS ANTERIORES PARA ENTENDER ESSA HISTÓRIA, MAS PODERÁ CONTER SPOILERS DOS LIVROS ANTECEDENTES*
(Disponível completo e revisado na Amazon)
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Dez anos atrás
Era a primeira vez que Sueli participava da tradicional festa do vinho que ocorria todos os anos na vinícola da grande família Bodini.
Tinha completado dezoito anos naquela semana. Tudo o que queria era comemorar, dançando e rodopiando por toda a noite, embalada pela música enraizada em sua alma. Amava as notas, amava a melodia, amava segurar uma partitura, amava compor sob o testemunho da lua.
Mas, naquela noite, o fascínio pelos acordes seria reverenciado por seus pés.
Ao lado das amigas, da irmã mais nova e da prima, ela se aproximou da fogueira, deixando seu corpo se mover em harmonia com a batida da música.
Sentia os olhares sobre si, mas não parou de dançar um segundo sequer.
Ao girar, os cabelos balançando ao redor do rosto, ela se deparou com um rapaz que olhava diretamente para os seus olhos.
Ele era lindo.
Tão lindo que poderia roubar o fôlego e fazer o mundo parar.
Mas Sueli não parou de dançar. Nem mesmo quando ele deixou a taça de vinho de lado e começou a andar em sua direção.
Olhou-o de canto, balançando o corpo no ritmo da música, como se o desafiasse a se aproximar mais.
E ele o fez.
As chamas da fogueira arderam e crepitaram.
Para sua surpresa, ao som da batida, a mão dele deslizou por sua cintura, um toque suave, sutil, convidativo.
Nenhum dos dois disse nada.
Sueli moveu o corpo, encaixando-se ao toque.
A outra mão dele subiu lentamente por suas costas, passando pelos ombros deixados à mostra pelo vestido, roçando por uma mecha do seu cabelo, causando nela um arrepio que subiu por toda sua pele.
Sueli continuou dançando, as mãos deslizando até as dele, o movimento deixando seus corpos ainda mais próximos. Ele tinha cheiro de vinho e fogo. Um aroma acentuado pela música, que inebriou seus sentidos.
Em um gesto ousado, ele a rodopiou uma vez para longe, e depois a trouxe para entre seus braços, segurando-a com uma mistura de leveza e possessividade. Sueli ergueu o rosto. Tinham quase a mesma altura; ela era poucos centímetros mais baixa. Os olhos dele, grandes, que carregavam sopros de azul e verde nas íris, a desafiavam com um brilho divertido, da mesma forma com que ela o desafiava.
