Uma família perfeitamente imperfeita

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Era 21 de março, o dia do aniversário de sua esposa.

Os planos de Nozel eram simples, ele iria ignorar os seus problemas e tentaria ser agradável com os convidados para a festa de aniversário de Dorothy. E ele teria conseguido, fazia isso todos os anos e sempre com sucesso, se não fosse o incômodo que ocorria no sofá da casa de sua mãe.

Asta e Noelle passaram a festa inteira ali, abraçados, conversando e se beijando.

Desde o natal, ele vinha tentando lidar com o fato de que sua irmã mais nova estava namorando com Asta, o melhor amigo dela e a principal parceria de Nozel quando o assunto era cuidar de Noelle e impedir a aproximação de idiotas. Bem,

Asta concluiu a missão, mas não do jeito que Nozel imaginava.

— Para de encarar a sua irmã — brigou Acier surgindo ao seu lado. A mulher o encarou com a feição dura e os olhos roxos cerrados em irritação.

Sua mãe usava um suéter branco de tricô, feito por Kirsh, e seus cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo no alto da cabeça. Os olhos normalmente calmos e amorosos estavam vorazes, o nariz enrugado e os braços cruzados, era uma feição muito conhecida por todos das famílias Silva e Vermillion. Ela estava profundamente irritada.

— Eu não estou encarando! — defendeu-se.

Acier o olhou descrente.

— Nozel, é meu último aviso — disse entredentes — Deixa sua irmã em paz! Ela é uma adulta e o Asta é um bom menino.

Aquilo era um ultraje na opinião de Nozel. Se Asta fosse um bom menino, ele nunca teria traído sua confiança e começado a namorar com sua irmã.

— Aquele idiota não é um bom para Noelle. — respondeu baixo, evitando que os outros escutassem aquela discussão. Ela soltou um suspiro baixo e piscou os olhos calmamente.

— Querido, na sua opinião ninguém é bom para a Noelle. — ela respondeu com o tom ameno e um sorriso calmo, porém seus olhos ainda estavam cerrados. Acier era uma mulher compreensiva, ela tentava sempre manter a paz entre todos, porém ela podia ficar assustadora quando irritada.

— Mas mãe...

— Nozel Silva, sem mas! — o sorriso calmo abandonou seu rosto, agora ela cerrava os lábios e seus braços estavam cruzados evidenciando sua irritação — Noelle já está bem grandinha para saber quem é bom ou não para ela!

Nozel bufou alto, ele não podia discordar mais de sua mãe, mas antes que pudesse dar sua opinião e, provavelmente, receber uma bronca por isso, um vulto ruivo apareceu correndo em sua frente.

— Tia acier! — Leopold chamou, enquanto tentava regularizar a respiração.

— O que foi querido? — O tom ameno e o sorriso bondoso voltou para a face dela, fazendo Nozel revirar os olhos. Sua mãe sempre tratou Leopold com um enorme carinho, como se ele fosse um pobre bebe precisando de amor quando, na verdade, ele era um garoto como outro qualquer.

— Minha irmã e o Yami voltaram a beber e a apostar, eles tão competindo para ver quem come mais pedaços de bolo. — Ele disse apontando em direção a cozinha.

— Pelo amor de Deus — Acier negou, soltando um alto suspiro — Eu já estou indo querido, pede para a Charlotte e o Fuegoleon esconderem as cervejas e o resto do bolo, por favor!

Nozel bufou alto, revirando os olhos. Em todas as festas aqueles dois se comportavam como dois inconsequentes, bebendo mais do que eram capazes de aguentar e fazendo aquele tipo de competição idiota e selvagem.

Pelo menos ele podia contar com sua mãe para controlar a situação todas as vezes.

— Ok Tia — Leopold respondeu, virando-se e indo cumprir o que foi pedido.