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◇❖S͓̽t͓̽r͓̽a͓̽y͓̽K͓̽i͓̽d͓̽s͓̽❖◇

Com cuidado e dificuldade, Seo o carregou nos braços até o apartamento, no terceiro andar.

Por sorte ninguém cruzou o caminho deles no elevador ou no corredor e fez questionamentos.

Entrando apressado, Chang o levou para o quarto, sem ligar se o garoto estava molhado e o deitou em sua cama, pressionou o botão do controle do ar e colocou numa temperatura mais alta.

O loiro realmente estava muito mal. Seus braços estavam gelados e seu rosto queimando.

Chang teve todo cuidado ajeitando o menino e cuidando dele para que não ficasse pior.

Ele fazia caras estranhas de desconforto e parecia que iria acordar a qualquer hora, mas isso não aconteceu.

Quando Seo foi secar seus cabelos, levando uma toalha até os mesmos, a mão fina agarrou o lençol e puxou, sua face se converteu em uma expressão de medo e os lábios entortavam para baixo.

Ele ainda não acordou, mas parecia prestes. E de uma péssima maneira para se acordar, de fato.

-Tá tudo bem – pronunciou baixinho, quase que cantarolando.

Não querendo o assustar mais, Chang colocou as mãos com calma e fez carinho em seus cabelos clarinhos. Massageando e o fazendo relaxar inconscientemente no mesmo instante.

O garoto ía se mexendo e remexendo enquanto ganhava a massagem, seu corpo se virou e ele se aconchegou perto das pernas do outro.

Seu inconsciente pedia por aquele carinho.

Bin percebeu um machucado em sua clavícula, um roxo seguido de um corte que ía até o pescoço.

-Como você fez isso? – sussurrou, questionando o vento.

Felix parou de se mexer quando, num suspiro, ele agarrou a pontinha do lençol. Um hábito seu. E que de fato era muito fofo.

Mas agora, quem ele era? Changbin parou para pensar e não se lembrava, mas se recordava de seu rosto de algum lugar.

Se afastou e pegou o celular, tirou uma foto e mandou para Seungmin.

*foto*
Conhece ele?

Ele mandou, já largando o celular na mesa e imaginando a demora que seria para o amigo responder, mas por pura colaboração do universo, sua resposta veio logo em seguida.

Mas não com palavras, como as pessoas costumam responder as outras, e sim com fotos provocantes de um garoto que... Era o garoto deitado em sua cama...

Como pode? A mesma pessoa, mesmo corpo. A diferença é que ele estava tão magro agora...

Os braços tão finos que o polegar e o mindinho se encostariam fácil os rodeando no pulso do garoto.

O jeitinho de encolher as pernas e enroscar os pés um no outro pelo frio, o fazia parecer menor ainda. Frágil e indefeso.

Mas olhar novamente aquelas fotos o fez ficar curioso. Apenas curioso e com mil perguntas.

Não acredito que você
dormiu com ele

Eu não dormi com ele
Ele estava desmaiado
na calçada no meio
da chuva

E por que não deixou
ele lá?

Idiota

Não se envolva com
Lee Felix...

Desligou o celular e voltou a olhar o menino dormindo. Logo voltando ao que estava fazendo.

Depois de terminar de cuidar dele, pegou uns cobertores no armário e foi ajeitar as coisas no sofá da sala.

Depois voltou para o quarto e foi até o banheiro tomar um banho quente.

Comeu uma fruta apenas para não passar fome e voltou para o sofá.

-Ele parece tão... Indefeso – sussurrou, se virando e fechando os olhos para descansar.

Quando a sala se iluminou com a luz do sol, Changbin acordou depressa, sem motivo algum, estava apenas muito disposto.

Ele levantou e foi procurar o menino, que por algum motivo não estava no quarto.

-Pular pela janela é que ele não pulou – riu de sua própria piada e foi o procurar.

Já chegando perto do banheiro, ele ouviu resmungos e barulhos... Como se alguém estivesse chorando.

"Por que ele 'tá chorando?" se questionou pouco antes de abrir a porta e perceber o menino na banheira.

De cabeça baixa e abraçando as pernas, o menino continuava a chorar baixinho.

-Ei – Chang se aproximou e ele o encarou, olhos esbugalhados e sem se mover – O que aconteceu?

O garoto não respondeu, continuou imóvel e quieto, olhando Changbin, como se algo pudesse acontecer.

-Tá tudo bem – Seo se aproximou devagar, a respiração do loirinho só ficava mais descompassada.

O desespero nos olhos dele pareciam uma novidade para o moreno. "Por que tanto medo?"

Parou e andar e pensou mais um pouco.

"Tudo bem, ele acordou na casa de um estranho, como não estaria apavorado? Duh-"

Ele concluiu e mesmo assim se aproximou.

-Você estava desmaiado quando te achei ontem – se sentou na borda da banheira, com as mãos apoiando seu peso e seus olhos acompanhando os movimentos curtos e falhos do menino, na tentativa de se afastar – Não vou fazer nada. Pode falar – moveu os ombros.

Felix apenas virou o rosto e ficou olhando para a parede, se recusando a falar ou encarar ele.

-Tudo bem, mas deixa pelo menos eu cuidar de você – estendeu a mão, Felix virou o rosto, mas continuava olhando para baixo.

Sua mão foi de encontro com a mão do garoto que estendia a mão, aceitando a ajuda e se levantando dali.

◇❖S͓̽t͓̽r͓̽a͓̽y͓̽K͓̽i͓̽d͓̽s͓̽❖◇

𝐰𝐡𝐚𝐭𝐞𝐯𝐞𝐫 ♥ 𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐥𝐢𝐱Onde histórias criam vida. Descubra agora