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◇❖S͓̽t͓̽r͓̽a͓̽y͓̽K͓̽i͓̽d͓̽s͓̽❖◇

Já era quarta-feira e o loirinho parecia não querer se encontrar com o garoto.

"Por quê? Que merda, será que fiz alguma coisa?"

-Aí! Já disse pra parar de pensar nisso, seu mané. Não vai dar em nada – Seungmin tinha razão.

Mas era impossível parar de pensar.

Seo Changbin, o garoto brócolis musculoso e todo carrancudo estava quebrando a cuca por causa de um loirinho fofo e indecifrável que não se cansava de o evitar.

"Por que, universo?" era uma pergunta retórica muito frequente em meio aos seus muitos outros pensamentos.

Ele só queria entendê-lo melhor.

Talvez até conhecê-lo muito bem...

Talvez seria melhor deixá-lo na dele... Ele parece não querer ajuda. Parece não querer conversar ou ver ninguém...

Chang estava aceitando que deveria deixá-lo. Poderia ele estar desconfortável ou algo do tipo, não é!?

Pois bem, quase isso.

-Por que você não vai lá em casa? É um tédio estudar sozinho – Changbin fazia manha, segurando o braço do amigo enquanto andavam pelas ruas, ainda não muito longe de onde estudam.

Estavam indo para casa naquele fim de dia, enquanto conversavam plenamente.

-A mas, eu vou encontrar o amor da minha vida. Não posso hoje não, brócolis carente – ele riu mostrando a língua e passou o braço pelos ombros de Bin.

-Ah e eu? Não sou mais o amor da sua vida? – que drama ein, cadê a Globo numa hora dessas.

-Você é de todas as vidas, mas em todas vai ter que me compartilhar, idiota – as mãos levinhas de Seungmin mal se sentia quando ele dava tapinhas em seu rosto por pura diversão.

-Tá, tá. Vai lá com o senhor australiano gostosão enquanto eu faço o resto do caminho sozinho – seus dedos apontaram para frente e Seungmin sorriu.

-Tchauzinho, tomatinho – deu-lhe um beijo na bochecha e depois um socão no braço, só então saiu correndo para os braços do australiano.

Os dois entraram no carro do Bang e foram embora.

-Qual é a desse apelido agora? To virando salada, daqui a pouco me chama de rabanete – ele riu.

Os apelidos que Seung inventava eram sempre os melhores. Mesmo não fazendo tanto sentido assim.

Sem o amigo ali, a caminhada continuou silenciosa. Mais até do imaginava que seria.

Tirando os carros, motos e mais alguns barulhos 'normais', nada de novo.

Ui ui, quase em casa, o friozinho da noite começando era tão... Arrepiante. Mas perfeito para dormir.

O garoto estava prestes a entrar, já se preprando para dar aquele sorriso e cumprimentar o guardinha da recepção, mas, alguma coisa estava errada. Muito errada.

-Me larga, por favor.

Era um beco sem saída. E aquela voz não engana ninguém. Changbin andou depois de ver três pessoas desaparecerem naquele beco.

Uma daquelas pessoas ele conhecia muito bem.

-Dá pra calar a boca? Não seria nada legal atrair atenção pra cá, putinho – um garoto alto, cabelos ruivos e roupas pretas apertava as bochechas de sardas, enquanto o dono das mesmas tinha lágrimas nos olhos.

Já atrás do loiro, um rapaz um pouco menor e de touca segurava seu pulso.

-P-por favor, não – ele choramingava e pedia com dificuldade. Suas roupas estavam rasgadas ao chão e ele não tinha nada mais nada menos que a calça em seu corpo.

Estava tremendo, de frio e do medo daquilo estar acontecendo.

Changbin não sabia bem o que fazer. Pareciam prestes a fazer coisas erradíssimas com o loirinho que tanto apreciava e ele ainda não tinha feito nada.

Mas tinha que pensar, oras. Não bastava dizer que estava ali e no fim acabar igual o outro.

-Shh... Seja a boa putinha que você é e cala sua boquinha com meu pau, hum!? Você quer sim, querido. Você é sujo demais para não querer isso – o idiota ía abrindo a calça enquanto o loiro balançava o rosto e tentava se soltar, o que foi impossível.

Mas quando aquele idiota estava prestes a enfiar o pau nojento dele no loiro, Changbin não se conteve.

Amém né querido, tava na hora.

-O que você pensa que tá fazendo? Larga ele, seu idiota – Chang vociferou, largando a mochila e se aproximando em passos rápidos.

-Ah é? Ou o qu- – só deu tempo de se virar e ele já estava no chão.

Um belo soco na mandíbula o colocou para dormir. E o capanga dele parecia entender que seria o próximo assim que saiu correndo, deixando um Felix em lágrimas e caído no chão para trás.

-Ei, ei. Vem aqui – Changbin tirou seu casaco e pôs sobre os ombros dele, depois o segurou pelas pernas e cintura e o levantou.

O menino só conseguia chorar enquanto íam para o apartamento do mais velho.

Qual é, o menininho estava abalado e mal conseguia respirar direito. É realmente complicado dizer ao certo quando ele ficaria bem. Era um corte bem profundo, cheio de sujeira e que já estava começando a infeccionar seu coraçãozinho frágil.

Levando-o nos braços até o banheiro e não falando nada, o chorinho baixo não parava.

-Você quer que eu fique aqui?

Ele só acenava que sim, segurando fortemente a camisa do Seo em suas mãos.

-Espere um minuto – ele saiu de pressa e foi até o quarto, pegando uma camiseta e voltando para vestir o menino – Você tem que tomar um banho de água quente. Eu vou ligar a torneira – e assim fez, a banheira começou a encher com a água morninha enquanto o menino tremia.

Chang estava sentado na beira, fazendo companhia para o loiro, mas foi mais que isso, o garoto se aproximou e deitou a cabeça em seu colo, enquanto o resto do seu corpo estava encolhido e quase todo imerso na água que continuava a encher a banheira.

Ele percebeu que o menino tinha o mesmo roxo do outro dia, mas com outros a mais em volta.

O banheiro estava ficando quentinho com o vapor d'água e a respiração de ambos já estava mais regularizada.

-Já passou – as mãos grandes e belas passavam pelos fios loiros do menino chorosinho.

◇❖S͓̽t͓̽r͓̽a͓̽y͓̽K͓̽i͓̽d͓̽s͓̽❖◇

𝐰𝐡𝐚𝐭𝐞𝐯𝐞𝐫 ♥ 𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐥𝐢𝐱Onde histórias criam vida. Descubra agora