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Sua despedida tão rápida foi esquecida com seu aviso de volta, dia após dia sua visita tem me alegrado expulsando com força a solidão da igreja abandona. Seus olhos tão azuis sempre estavam a me encarar e a se perguntar de minha fé, quando me ajoelhava para pedir por bençãos aos moradores do vilarejo ele parecia se irritar, o meio de suas sobrancelhas se união em um incômodo evidente. Revirava os olhos com fúria e creio que em sua cabeça se perguntava se eu era algum idiota, mais nunca proferiu. nada.
Os maus bocados com os moradores continuavam a persistir, me culpavam pela falta de alimento e se irritavam por minhas bençãos enfraquecerem a cada dia.
Percebo o que o albino sempre fala ao me visitar... "Eles não querem ser ajudados, querem ser servidos". Os amo tanto e me entristece saber que de nada serve o que faço.
Fechei meus olhos e respirei fundo com a dor que isso me causa, pensar tanto sobre isso me machuca de forma dolorosa, a vontade de chorar é forte e as gotas de algumas de minhas lágrimas caem em meu colo molhando as páginas de meu livro aberto.
- Malditos humanos. - Em fúria adentrou a igreja me assustando em um sobressalto. - Passei a andar todos os dias entre aqueles porcos, e adivinhe? - Bufou. - Sua bondade com esses animais está se tornando ridícula, Itadori.
Sua paciência parece ter se esgotado. Fechei o livro e com uma de minhas mãos sequei as lágrimas finas. - O que eles lhe fizeram? - Com um sorriso calmo o perguntei e pude o ver relaxar um pouco.
- Eles não me fizeram nada... - Suspirou. - Mas falam mal de você por todos os cantos. Eles deveriam entender a situação em que estão, na hierarquia, humanos como eles não passam de pragas, você é um anjo e eu sou um demônio de alto nível, sou seu amigo Itadori... Não precisa ter receio em me pedir ajuda para fazer aqueles vermes te respeitarem.
Não é difícil de entender como sua cabeça funciona, por isso não condeno seus pensamentos.
Levantei-me caminhando até seu encontro. - Já lhe disse que não faço isso por poder ou respeito. Ser adorado ou odiado não me importa, enquanto eu puder e for permitido, serei feliz se conseguir os fazer feliz. - Terminei minhas palavras com um sorriso.
- É um idiota. - Cruzou os braços. - Que droga... Todos os anjos são idiotas assim?
Seu jeito infantil quando está irritado me desperta um desejo genuíno de rir da situação. - Não, acho que...
- Então essa é outra coisa especial que você tem...
- A positividade?
- A burrice!
Não me aguentei e acabei por rir. - Você era mais gentil quando o conheci a uns dias atrás.
- Não adianta reclamar agora. - Soltei ainda mais risos, o que para minha alegria o ajudou a se acalmar. - Um dia Itadori irá enxergar. - De forma calma mas tristonha ele acariciou o topo de meus cabelos. - Só não prometo que não será dolorosa...
