A Lenda de Zyon

II

Já eram três horas da tarde quando o despertador chamado mãe resolveu ligar, não entenda mal eu amo minha mãe, mas as vezes ela era insuportável, desde que meu pai nos deixou para morar em outro país, ela ficou assim, deve ser saudades ou ranço do capeta do meu pai.

Eu não o amava, como poderia amar alguém que deixou eu e minha mãe sozinhos, mas bom, eu me levantei, estranhando o local, até reconhecer que era meu quarto, fui até o banheiro lavar o rosto e descer para comer alguma coisa

- Finalmente você acordou! Tô te chamando des das Dez da manhã garoto!! Hoje eu vou pra casa da mãe daquele seu amiguinho lá

- Yoongi? -- Falei embriagado como se tivesse fumado umas 300 maconhas diferentes, me sentando na mesa pegando assim minha caneca e um pão

- Isso! Não sei que horas vou voltar, e ainda vamos pro culto, talvez eu volte tarde, quando eu chegar eu quero ver você na cama no décimo sono entendeu?!

Falou a mulher que arrumava seus cabelos claros, enquanto me olhava com uma pequena cara de raiva

- Mas o culto não acaba as vinte duas? (Dez da noite) -- falei enquanto comia um pedaço de pão, olhando para a mulher que se olhava no espelho

- E acaba! Mas vamos aproveitar e fofocar um pouco.

Minha mãe apesar de ser uma mulher de Deus, não aguentaria viver sem algumas fofocas, ela sabe tudo sobre todos desse vilarejo, pegou o vizinho, ela sabe, engravidou, ela sabe, invocou um Demônio que pode te matar, não ela não sabe, bom pelos não ainda, e eu sabia que a desculpa de "Fofocar" não era sólida, eu sei bem onde ela vai, vai beber com o pastor, os dois mesmo sendo autos devotos a Deus são humanos, e não aguentam ficar sem a bebida, e eu ouvi por aí que minha mãe pode tá gamada no Pastor, filho de fofoqueira, fofoqueiro é, não me julgem!

Eu dei de ombros, saindo da mesa indo para porta da frente, abrindo a porta até ouvir a voz fina e alta gritar

- Onde você pensa que está indo Aleksander Park?! Eu disse que iria sair, mas isso não significa que você pode sair também!

- Mas-- Fui cortado pela pequena bronca que seguia

- Mas Nada! Já viu o seu quarto como está!? Tá parecendo um chiqueiro, não só seu quarto, a casa inteira!!, eu não te criei assim moleque, agora vai arrumar essa casa, assim que eu voltar, quero ver tudo brilhando, você não vai ter mamãe pra sempre, moleque ingrato, eu coloquei ele no mundo e ainda tenho que fazer os desejos da majestade, a vai se foder.

Segui a mulher com meus olhos, saindo do cômodo mechendo em uma das orelhas, provavelmente colocando um brinco, eu estava intacto na frente da porta com meus olhos arregalados, minha mãe, não que eu já tenha visto, nunca falaria um palavrão.

Fui até o canto da cozinha pegando a vassoura começando a varrer a casa, que não era muito grande, dois quartos, sala e cozinha e um banheiro, comecei ali mesmo me preparar mentalmente oque eu iria fazer está noite, eu sei que a velha só iria voltar no dia seguinte.

A mulher logo saiu da casa me deixando sozinho, sorriu sapeca, esperando ela virar a esquina para poder sair, e assim foi dito e feito, peguei um dinheiro e saí pedalando para uma loja de conveniência, lá se vendia de tudo de matérias para invocar até as melhores drogas já experimentadas, eu nunca me interessei por drogas, claro que não !

Ao chegar na lojinha, entrei vendo meu amigo de infância, assim vendo meu nome ser gritado e ele vindo me abraçar

- Jimiiiiiiiiiiiiiin ! -- O mais alto me abraçou sorrindo -- A quanto tempo eu não te via!, onde você tava garoto?! Não estava dando uma de fumante não né?!

- Relaxa Seok, eu não sai muito de casa essa sema- -- sinto seus lábios carnudos darem um pequeno beijo em minhas bochechas

- Não importa mais, agora me diz oque veio comprar ? -- diz ele saindo do abraço indo para trás do balcão

- Sabe.... eu preciso de : Pó vermelho da pimenta dedo de Moça, um quilo e quintos gramas, velas vermelhas, meia dúzia, uma corda preta, um esqueiro, e um chiclete.

- Vai invocar qual Demônio dessa vez? -- diz o garoto colocando tudo na bancada, fazendo as contas

- Não sei se vai funcionar, e eu não posso falar agora -- peguei as coisas mais pesadas colocando-as dentro da cesta da minha bicicleta, pegando o chiclete e o esqueiro os guardando no bolso, dando uma pequena quantia de dinheiro ao meu amigo

- Cuidado menino, você não sabe com quem pode estar mechendo -- ele diz pegando o bolinho de dinheiro o colocando no bolso do avental

- Eu sei que nada vai acontecer, é só uma lenda.

- Se sua mãe te pega fazendo isso ela te expulsa, nem vem chorando pros meus braços dizendo que eu avisei.

Riu a fala ditada pelo meu amigo subindo em minha bicicleta -- Ta booom Jin Mamãe -- sai rindo vendo- o mesmo sair para fora da loja com uma vassoura nas mãos, mas que pena, eu já estava longe.

Quando cheguei em casa, fui para meu quarto, como eu já havia arrumado tudo resolvi dormir mais um pouco, eram dezessete e quarenta e seis (Cinco e 46), coloquei o despertador para vinte e duas e quarenta, em vinte minutos dariam para mim arrumar tudo até as onze, joguei meu celular em algum lugar da cama, logo assim capotando.