The greatest love story that's never been told

Expectations

São exatamente nove e meia da noite e eu estou correndo em meio às ruas de Nova York, enquanto tento acalmar a ruiva do outro lado do celular.

— Baby, eu juro que já estou chegando. Mas eu preciso que você pare de chorar, ela não merece todo esse choro.

— Eu sei, Day… — ela faz uma pausa e respira fundo. — Só não consigo parar de me sentir trouxa, ela jurou que iria melhorar e parar com essa porra toda.

— Você tem certeza que ela fez de novo? Isso pode ser só mais uma maldita invenção daquele maldito "repórter". — faço aspas com as mãos, mesmo sabendo que ela não conseguiria ver.

— Tem fotos e vídeos, Dayane! Não tente me fazer parecer menos idiota. Olha o seu celular, eu vou te mandar o maldito link. — Dois minutos após a garota dizer isso, o som da notificação do meu aplicativo de mensagem se fez presente.

— Okay. Eu vou desligar e ler isso, porém chego aí em 5 minutos.

— Beleza, até daqui cinco minutos. — A ruiva disse ainda soluçando graças ao choro recente e desliga.

Pego meu celular e entro no link que ela havia me mandado.

"Outra traição?

Isadora Figueiredo, atual namorada de Caroline dos Reis Biazin — mais conhecida pelo seu nome artístico Carol Biazin, foi vista na madrugada do dia 22 de outubro saindo de uma casa noturna aos beijos com a atriz e cantora Clarissa Müller."

Logo abaixo, algumas fotos e vídeos aos quais escolhi não assistir.

— Maldito Leon Dias, ele não conhece a porra da palavra "limites"? E ainda por cima, vendeu a matéria para o TMZ!  — Questionei, desligando o telefone e pegando a chave da casa da minha melhor amiga, a qual eu obviamente tenho a cópia.

— BIAZIN, EU TÔ ENTRANDO! SE TIVER PELADA, DÁ UM JEITO DE SE VESTIR! — gritei, indo em direção à sala e vendo a ruiva deitada no sofá, com a coberta até a cabeça. — Qual é, ruiva, levanta desse sofá. Você é melhor que isso!

— Eu não sou melhor que nada. Não é a primeira vez que isso acontece, ela falou que me amava antes dessa festa. Eu sou tão substituível assim? — ela fala, chorando compulsivamente.

— Pra mim, já chega, você não é assim — puxo a coberta de cima dela. — Levanta a bunda desse sofá e vai tomar um banho! Nós moramos em Nova York, a cidade que nunca dorme. Então, hoje a gente não vai dormir, vai se arrumar que você não fica nem mais um segundo dentro desse apartamento. Eu vou ligar pra Luísa, ela sempre sabe onde acontece as coisas, eu vou te levar para encher a cara.

— Day… sério? Eu não tô na vibe certa — puxa a coberta novamente.

— Eu não me importo, get up — Pego-a no colo e sigo em direção ao banheiro.

— Fuck Dayane, let me go — Ela fala, com aquele sotaque britânico que eu adoro. “Deus, como eu amo esse sotaque!" Dou um sorriso e a solto dentro do banheiro.

— Ruiva, você é a mulher mais linda que eu já vi. A Isadora definitivamente não te merecia, então vamo, reage e coloca um cropped!

— Okay, me dá vinte minutos — dá um sorriso, me abraça e me empurra pra fora do banheiro.

Inferno de mulher bonita.

É engraçado pensar que eu e ela nos tornamos melhores amigas. Levando em conta que eu gosto dela desde os meus dezenove anos, quatro anos gostando da mesma pessoa, porém não tendo coragem de falar e tendo que vê-la sofrer constantemente nas mãos de uma pessoa tão filha da puta como a Isadora, me deixa… nem tenho palavras para isso.