Capítulo 2

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Kauã

Memórias é tudo o que me resta dela

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Memórias é tudo o que me resta dela. Como eu poderia me esquecer de todos os lindos momentos que tivemos juntos, de todas as vezes que caminhávamos pelos corredores da faculdade e da sua risada contagiante? Sofia era a mulher mais bonita que eu já havia conhecido, com lindos olhos azuis e uma docilidade na voz. Tudo me encantava nela. Ela era bela dos pés à cabeça, ela era minha. Seria minha se Viktor não tivesse entrado em nossos caminhos. Meu próprio irmão, tendo conhecimento dos meus sentimentos por Sofia, teve a audácia de conquistá-la. Foi ele quem a desposou, que a levou para o altar e para a cama. Enquanto eles eram felizes, eu precisava reprimir o meu amor. Ele se deitava todas as noites com ela, e eu ficava bebendo, sofrendo por uma mulher que nunca seria minha.

Éramos jovens e eu me deixava levar pelos meus sentimentos. O que era um erro. Eu amei Sofia intensamente, de corpo e alma, e a única coisa que ela foi capaz de me dar foi um beijo arrebatador que me fez agir como um bobo apaixonado. Ela brincou com os meus sentimentos e me traiu da pior maneira possível, com o meu irmão mais velho. Nunca perdoei Viktor por isso. Anos se passaram e ainda existem mágoas em meu coração. Minha relação com ele não é uma das melhores que existe e eu o vejo como um traidor. Todas as vezes que encaro sua face, recordo-me do passado distante. Ele se casou com a mulher que eu amava, não se importou com os meus sentimentos.

Quando eu soube que Sofia estava grávida, todas as minhas esperanças de um futuro ao seu lado foram aniquiladas. Durante o período do casamento e do nascimento da minha sobrinha, eu estive afastado de todos, mantendo contato apenas com a minha mãe. Era melhor assim. Eu não queria fazer besteira, algo pelo qual eu poderia me arrepender futuramente. Havia lhe perdido para sempre. E foi nesse dia que decidi nunca beber uma gota de álcool por ela, que mataria o meu amor por ela.

Eu estava em Milão, era uma noite chuvosa, com muitos raios e trovões, quando minha mãe me ligou, avisando-me do acidente de Sofia. Fiquei sem chão naquele momento e não tinha esperança alguma de vê-la retornar à vida. E o pior aconteceu tempos depois. Sua morte não foi nenhum choque para mim. Pobre Bia, tão pequena e sem mãe. Eu ainda não conhecia a minha sobrinha quando sua mãe partiu, e nesse momento decidi que voltaria para o Brasil depois de anos. Precisava ficar ao lado da Bia e da minha mãe.

Viktor sofria, eu via. Ele nunca se recuperou totalmente da perda da sua esposa. Não somos melhores amigos, mas também não quero ser mais seu inimigo. Não o vejo como alguém em quem eu possa confiar e conversamos somente o necessário. Ele nunca me proibiu de estar com sua filha, que, aliás, é a cara da mãe. Sofia está presente em cada partícula de Bia; ambas possuem o mesmo olhar e sorriso.

Desde então, vivo a minha vida viajando, curtindo e trabalhando. Eu não tinha interesse pelos negócios, até decidir fazer parte do conselho da empresa do papai e abrir a minha própria empresa de construção. Adoro construir hotéis, como Viktor. É um legado de família que deve ser honrado.

KAUÃ: Um Bebê Inesperado Para O Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora