chapter 20¹

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Pouco mais de um ano depois...


Louis tinha se esquecido do quão estranhamente silenciosa a UTI era. Ele olhou para Harry e se perguntou o que se passava em sua cabeça. Harry provavelmente tinha as piores lembranças deste lugar. Quantas vezes ele havia assistido Louis morrendo aqui, quantas vezes ele observou o arco violento que suas costas formavam sob as pás de choque e rezou para que desta vez funcionassem? Quantas noites ele tinha se sentado ao lado da cama e se perguntado se não haveria razão para vir visitá-lo no dia seguinte? Quantas vezes ele havia implorado suplicante para um Deus que ele não acreditava para não ter uma razão para vir no dia seguinte?

Hillary estava no posto de enfermagem a medida em que passou pela porta. Ela não tinha mudado muito. Seu cabelo loiro ainda estava em um rabo de cavalo curto e fofo e seu batom ainda era num tom de rosa claro. Ela cumprimentou os dois com um enorme sorriso e correu para abraçá-los em delírio. "É tão bom ver vocês!" ela gritou, "Vocês parecem tão bem!" ouvindo a comoção, Janine apareceu de repente saindo de um dos quartos e gritou um pouco enquanto corria para abraçá-los também. Harry e Louis riram e devolveram o abraço.

"Então, o que traz vocês de volta ao nosso pequeno canto do mudo?", ela suspirou, puxando Harry para perto, "Eu pensei que você tivesse jurado que nunca ia estar de aqui volta? Não que eu culpe você!"

Harry olhou para Louis, que se adiantou: "Bem", disse ele com um sorriso tímido, "Nos pensamos que, depois de tudo que vocês fizeram por nós há alguns anos, seria bom poder dizer obrigado da única maneira que provavelmente podemos." ele enfiou a mão no bolso e tirou um envelope um pouco amassado. "Esperamos que isso possa ajudar a pagar por um novo monitor cardíaco ou qualquer outra coisa que vocês possam precisar."

Hillary tomou dele com o cenho franzido e Janine olhou por cima do ombro enquanto ela abria o envelope. Seus olhos se arregalaram comicamente quando viram o valor do cheque.

"Uau", engasgou Janine, "Isso é uma quantia insana de dinheiro!" a mão de Hillary tremeu um pouco ao redor do papel.

"Nada que não podemos pagar", Harry admitiu, "E é realmente o minimo que podemos fazer."

"Uau" Hillary sussurrou: "Eu não sei o que dizer."

"Você não precisa dizer nada", disse Louis gentilmente. Mas eu queria saber, o quarto 317 está livre?", ele riu de suas expressões de surpresa e explicou: "De uma forma estranha, eu meio que sinto falta de estar aqui já que esse foi o único lugar que eu realmente tive algum tipo de paz. Eu não me importaria de ter uma última lembrança dele, onde nenhum de nós, na verdade, está na cama."

Harry pegou um olhar estranho de entendimento que passava entre seu namorado e Hillary. Ele se confundiu um pouco, mas não deu muita bola.

"Na verdade, sim", disse ela, balançando a cabeça com um sorriso. "Estamos muito tranquilas no momento. Vá em frente e fique o máximo de tempo que você precisar. Vou dar isso para o chefe de departamento", indicou o envelope. "Fique por perto, porém, eu acho que o nosso gerente vai querer falar com vocês sobre isso."

Louis agradeceu e desavergonhadamente tomou a mão de Harry levando-o para o quarto familiar. Harry não estava totalmente certo sobre o que ele queria lá, mas ele deixou Louis puxá-lo de qualquer maneira. Era Louis e Harry iria segui-lo até os confins da Terra se ele perguntasse.

Eles pararam na porta familiar com o número 317 cravado e ainda tinha uns leves arranhões nela, como era há quase sete anos. Harry lembro-se do momento em que viu aquela porta e números pela primeira vez. Ele tinha 18 e era 01:45 da manhã de uma quinta-feira escura. Ele empurrou a porta para abri-la tremulante só para ver Louis deitado na cama, ligado a todas aquelas máquinas assustadoras, pálido, inconsciente e miseravelmente frágil; ele parecia uma criança de dez anos de idade.

Room 317 ➸ larryOnde histórias criam vida. Descubra agora