Um mês havia se passado e o relacionamento entre os garotos e a garota não poderia ficar mais intenso. Eles, com certeza, eram melhores amigos em tudo e sempre estavam se ajudando.
Nathan ainda sofria um pouco vendo algumas ações entre o Hayden e a Cass, mas logo balançava a cabeça e deixava o ciúmes de lado. Às vezes, Hayden percebia e maneirava mais no comportamento dele.
Está sendo assim desde o dia que tudo aconteceu, mas nada demais tinha acontecido, apenas o fato de que Nathan não tinha contado nada para seus pais ou amigos. Estava tudo em segredo e sem comentários.
Primeiro que seus pais, talvez, não aceitariam tão bem assim e segundo que ele tinha medo da reação das pessoas, inclusive dos seus antigos amigos que estavam putos com ele por ter os trocado.
Os três estavam em baixo de uma árvore em um parque qualquer, conversando e comendo besteiras. Cassye estava com sua cabeça apoiada no colo de Hayden – ela sabia que o Nathan odiava, mas fazia mesmo assim – e o Nathan só observava pronto para pegar sua bolsa e ir pra longe daquela palhaçada. Hayden não podia fazer nada, se afastasse Cassye, ela ficava com raiva, se não, o Nathan ficava com raiva também. OH vidinha difícil.
Hayden começou a perceber que alguns comportamentos da Cass estavam um pouco fora de controles, do tipo dela querer ficar perto dele o tempo todo não deixando ‘sobra’ para o Nathan, ou ficava com sua cabeça muito próxima do pênis do garoto quando apoiava sua cabeça em seu colo.
Cass estava definitivamente gostando do Hayden.
Percebeu isso quando a algumas semanas atrás estava no quarto do Hayden e o viu trocando de roupa. Seu abdômen magro, mas definido, suas pernas finas, mas bonitas e seu volume grande, a fizeram suspirar de uma forma que ela nunca tinha feito por outro menino.
Ela sabia que isso algum dia iria acontecer, mas não queria que fosse com Hayden, seu amigo, crush do seu outro amigo. Puta merda!
Porém de uma coisa ela estava certa: Hayden não gosta do Nathan daquela forma e sim gosta dela, então, ela tem mais chances com Hayden e o Nathan não pode fazer nada contra isso, mas ele era seu amigo e seria uma puta de uma sacanagem ferir os sentimentos dele.
“Que se foda!” Pensou Cass, decidida a ter o Hayden como namorado.
A partir daí, tudo começou como uma forma de competição discreta, mas na altura desse campeonato as coisas começaram a intensificar um pouco.
Depois de muita raiva que o Nathan possuiu, foram para casa Hayden e Cass abraçados, – Cass o abraçou – Hayden até o chamou também para ir abraçado ao seu lado, mas Nathan negou e foi andando ao lado deles em uma distância de 5 palmas.
Hayden estava odiando esses estranhamentos com a Cassye já que os três eram amigos, mas ele estava adorando a aproximação dela. Ela estava mais amável com ele, carinhosa, o observava o tempo todo e ele não parava de perceber todas essas mudanças.
Porém, Nathan estava... Distante. De tudo.
* * *
“Cara, você tem que entender que eu não estou a fim da Cassye. Na verdade eu era, mas quando eu vi que tudo passava apenas de uma amizade, eu acabei aceitando isso e a considero como minha amiga. Nossa amiga. Para com isso.”
“Hayden, eu sei, mas a Cass está passando do controle, sério. Você está percebendo isso também. Ela está dando em cima de você, me afastando de você. Tudo que é relacionado a mim e você, ela sempre está no meio. Eu não deveria sentir ciúmes, jamais. Somos amigos e eu prometi a mim mesmo que esse sentimento idiota iria passar, mas vejo que ele só se intensifica cada vez mais. Eu não sei mais o que fazer.” Nathan se sentou no chão e olhou para baixo segurando uma lágrima.
Hayden chegou mais perto do garoto, agachou-se e levantou o seu rosto olhando para seus olhos marejados.
“Você acha que a Cass gosta de mim ou faz isso pra provocar? Porque se for a primeira opção, me desculpa, eu não tenho culpa e eu não quero que se sinta assim.” Hayden limpou uma lágrima que acabou escorrendo sem querer do rosto de Nathan e continuou o olhando.
“Com certeza ela gosta de você. E... se você quiser, pode ficar, namorar com ela, não me importo. Somos amigos para o que der e vier e não vou te prender a nada.” Nathan enxugou as outras lágrimas e se levantou sentando na cama.
Hayden o olhava expressando dúvida. Sua vida não poderia ficar pior. Todos esses acontecimentos só fazia piorar a situação e Hayden se sentia um lixo por não poder agradar a todos, por não poder agradar aos seus amigos que estavam sofrendo por sua culpa. Sua culpa. Algo que estava lhe fazendo bem, que era a presença dos dois em sua vida, acabara sendo uma coisa triste e sem futuro algum.
É notório que o Hayden sempre iria gostar da Cass, mas ele também não iria ferir os sentimentos do Nathan, sabendo que o próprio gostava dele. Era uma situação complicada.
Sua vontade era de poder parar o tempo e recomeçar ou resolver as coisas da melhor forma possível, para ele, que era se matar. Uma simples morte para acabar o sofrimento dele e de ambos.
Não digam que o Hayden só pensa nele, que ele é um filho da puta egoísta e que só sabe sofrer sem aproveitar as coisas boas que a vida lhe deu. Acredite, ele já ouviu e leu isso algumas vezes, mas não adiantou nada. Quando ele coloca algo em sua cabeça, difícil é conseguir tirar.
Ele estava voando tão alto em seus pensamentos, que nem se deu conta que o Nathan o chamava a alguns segundos.
“Hayden! Tudo bem?”
“Tu-tudo! O que houve?” Hayden, que antes olhava para o nada, olhou para um Nathan com olhos vermelhos, segurando seu celular e o fitando em preocupação.
“Acabei de receber uma mensagem de um amigo meu, dizendo que haverá uma festa não muito longe daqui. Quer ir?” Nathan o olhava com esperança e com ressentimento de /1/ Hayden não querer ir e /2/ ele querer chamar a Cassye. Ele fazendo essa segunda opção, faria com que Nathan ficasse mais puto e nem quisesse mais ir a festa, ou talvez ele iria só para esfriar a cabeça e se divertir um pouco.
“Cla-claro! Vamos! Vou só pegar um casaco aqui e nós iremos.” Abriu-se um sorriso enorme nos lábios de Nathan. Sorriso esse que estava sumido a um bom tempo.
Hayden estava precisando esfriar um pouco a cabeça e se divertir. Ele nunca tinha ido à uma festa, até porque nunca o haviam convidado, e agora era sua chance de ver se realmente o que todos falam era verdade.
* * *
Realmente, não era tão longe assim e a noite fria ajudou um pouco a não suarem enquanto andavam. A casa estava agitada e da esquina dava para ver adolescentes com seus copos vermelhos, clichê, e gritando, fazendo baderna e muitas coisas loucas.
A cada passo que se aproximava mais, Hayden se sentiu inseguro de não gostar ou de não gostarem dele, mas logo após esse pensamento Nathan encostou suas mãos e Hayden viu que não estaria sozinho e sim, com seu amigo.
Chegaram na porta e entraram. O ambiente mudou completamente. O cheiro era forte e um pouco insuportável. Cheiro de bebidas e cigarros misturados em um único ar. Tudo era fantástico e tão... adolescente. Vivo. Hayden se sentiu vivo.
* * *
N/A
E ae leitores. Bem, esse capítulo foi bem menor que os outros, porque estou um pouco atarefado e preocupado com algumas coisas relacionadas ao colégio, por isso passei um bom tempo sem postar nada. Mas eu já estava me sentindo incomodado por não ter postado nada à quase 1 mês, então decidi fazer esse pequeno capítulo pra dar continuidade a história. Infelizmente ela está acabando. Meus planos era fazer ela ter pelo menos uns 15 capítulos, mas pelo que eu estou vendo, terá bem menos, mas algumas coisas irão acontecer, então não sei muito bem...
Até o próximo capítulo e prometo que terá o tamanho normal igual aos outros ou até mesmo um pouco maior. Adios!! Obrigado por lerem.
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TROUBLED BOY - GAROTO PROBLEMÁTICO
Novela JuvenilDois garotos. Dois adolescentes. Duas vidas distintas. De um lado, o sofrimento e angustia percorrendo pelo corpo de um, e do outro, a compaixão e um amor inexplicável que surge cada vez mais, a cada dia, a todo tempo. Companheirismo, amizade. Coisa...