2. Know each other / Worth the risk

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Pov Atsumu


Pisco algumas vezes, não tem como o que estou ouvindo ser sério.

– O que?

– Namora comigo – ela repete, fico em choque – de mentira, óbvio, só para eu conseguir afastar meu ex de mim.

Não sei descrever o sentimento que toma conta de mim, certo alívio com surpresa, dou até uma risada, tomei um susto agora, claro que tinha ficado afim dessa garota, mas namorar é algo sério e eu não conheço ela bem o suficiente para isso, ainda.

– E o que eu ganharia com isso? – pergunto.

– Não sei, o que você quer? – ela pergunta, e penso um pouco.

– Não acha que isso é realmente uma boa ideia, né?

– Sei lá, acho que é – ela enche o copo de água – me ajudaria bastante, você viu o como o Kyo é.

Lembro bem como aquele cara é, jurei que ia levar um soco hoje, ainda não sei o porque não levei.

– Ele pode chegar a me bater? – pergunto pra ela, que parece pensar um pouco.

– Não acho que arriscaria, por causa do time de hóquei – aregalo os olhos, o cara ainda por cima fazia um dos esportes mais agressivos do campus.

– Emi, você realmente pensou bem nisso? A gente se conheceu hoje, não tem outra pessoa que você possa pedir isso?

– Não, você é minha melhor chance – ela termina a água e coloca o copo na pia – não consegue pensar em nada que eu possa fazer para que você aceite isso?

No que uma namorada me ajudaria?

Ah, já sei.

– Se eu aceitar esse seu plano – começo – quanto tempo duraria?

– Não muito, eu acho.

– Você iria comigo para um casamento? – ela me olha confusa – como minha namorada, eu te apresentaria para a minha família e tal.

– E por que isso?

– Não sabe como o boato sobre eu ser gay começou? – ela nega com a cabeça, suspiro – diziam que meu pai me mandou para o internato quando descobriu que eu estava namorando com um garoto.

– Que tenso – vejo que ela pensa em perguntar algo, resolvo ajudar ela com isso.

– O motivo é verdade, só erraram na parte que eu sou gay, já que eu também gosto de garotas – não tenho problema em dizer isso para as pessoas, mas não tive nem ao menos a chance de me assumir para a minha família, fui arrancado do armário, e não consegui me explicar.

– E me apresentar como sua namorada te ajudaria?

– Faria meu pai olhar para a minha cara de novo – eu digo – ele é muito conservador, para ele "não existe isso de gostar dos dois" – faço as aspas com os dedos.

– Isso deve ser uma merda – ela diz – eu aceito ir nesse casamento se você aceitar ser meu namorado na escola.

– Tudo bem, eu ainda preciso pensar melhor sobre tudo isso – digo.

– Claro, vamos ver se a ideia continua boa quando eu acordar amanhã - ela diz e passa por mim – Boa noite Atsumu.

– Boa noite – respondo.

Esse é um plano estranho, mas eu entendo seu raciocínio, Emi parece ser uma garota forte e mesmo assim ainda precisa de ajuda para afastar um homem dela, e eu posso ajudar com isso.

PLAY DATE - Miya AtsumuOnde histórias criam vida. Descubra agora