– Lembra de não ficar encostando no lado direito do seu rosto – eu digo para Atsumu, enquanto esperamos o carro que vai nos levar para o aeroporto.
– Vou tomar cuidado – ele diz, analiso meu trabalho novamente.
Passei o corretivo com o máximo de cuidado que consegui, já que sei como um hematoma pode ser doloroso, e acho que fiz uma cobertura muito boa, já que escondeu perfeitamente. Se eu não tivesse feito, não imaginaria que tem um hematoma ali.
– E obrigado por isso – ele me agradece de novo.
– Já disse que é o mínimo que eu podia fazer – respondo, coloco minha mala de mão no chão, já que está pesada e ainda não temos sinal do carro, decidi levar o máximo de coisas que eu consigo, sem exagerar muito, e isso resultou numa mala pequena, porém lotada.
– Quer que eu carregue? – Atsumu aponta para a mala, eu nego com a cabeça.
– O carro já está chegando, não precisa – mesmo assim, ele se aproxima e levanta a mala, me olhando surpreso.
– Cacete, o que você colocou aqui dentro? – eu dou uma risada.
– Nem queira saber, mas preciso estar apresentável nesse fim de semana com a sua família.
– Falando nisso, tenho que te avisar de algumas coisas – Atsumu diz, talvez um pouco sério demais, o que me preocupa.
– Avisar o que? – pergunto, mas no mesmo momento, o carro chega.
– Te explico no caminho – ele leva as duas malas até o porta-malas, fechando logo em seguida, e então abre a porta do carro para mim – pode entrar.
– Ah, obrigada – digo, um pouco sem graça pelo cavalheirismo inesperado, entro no carro e ele entra logo depois. Colocamos o cinto de segurança enquanto o motorista espera, e então começa o caminho – o que quer falar?
– Minha família é bem... tradicional – ele diz, como se não fosse a palavra que ele estivesse buscando – por causa de tudo o que temos, eles não confiam muito em quem tenta se aproximar, e como você é minha namorada...
– Não me queriam lá? – eu arregalo os olhos, cortando ele e já pensando em pedir para o motorista parar o carro e eu voltar andando para o internato.
– Não estou dizendo isso – Atsumu segura minha mão, me acalmando um pouco – só estou dizendo que como você é tecnicamente a primeira namorada que eu vou apresentar, eles vão achar que é algo sério, e por isso...
– Por isso o que? – pergunto, já impaciente pelas pausas.
– Minha mãe provavelmente já fez uma pesquisa extensa sobre seu passado, e sobre sua família – fico boquiaberta – por isso, é bom você não mentir sobre essa parte.
– Sua mãe? Como? – eu pergunto, ainda sem acreditar.
– Eles tem seus métodos, mas isso tudo é só para garantir que você não estava atrás da fortuna da família, bem antiquado, eu sei.
– Eles sabem de onde eu vim? – pergunto, Atsumu parece não entender meu desespero.
– Por que parece preocupada? Seus pais não são tipo, empresários internacionais?
Eu dou uma risada de desespero, e separo minha mão da dele para tampar meu rosto, eu deveria ter previsto alguma coisa desse tipo, ótimo, mais uma coisa saindo fora dos meus planos.
– Então, não exatamente – eu digo – a verdade é que eu menti sobre isso, desde que entrei na escola – Atsumu permanece em silêncio, esperando alguma explicação, eu suspiro, com medo do que isso pode mudar – minha mãe engravidou na adolescência, do namorado da época, mas a gravidez foi muito complicada, ela acabou morrendo no parto e eu fui criada pelos meus avós.
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PLAY DATE - Miya Atsumu
Hayran KurguMiya Atsumu x OC Feminina Emi está decidida a mostrar para seu ex que o superou, e que modo melhor de fazer isso do que arranjar um novo namorado? Essa é a história de como Atsumu Miya conseguiu juntar todas as peças de seu coração. LIVRO 2 SCHOOL...