Nas Asas Da Morte

A vida é minha

Eu não sabia como processar tudo que aconteceu, Joe tinha morrido e eu fiquei 2 semanas de molho, as duas semanas finais do vestibular,  estava decepcionada com tanta coisa que poderia acontecer,  a principal, não tive como estudar pro vestibular.  Tanatus trouxe uma bandeja pra mim de morangos, e estava sentado mexendo no celular estava irritado ultimamente.

-Como você ta? -Ele olha pra mim finalmente.

-Viva. -Ele ri.

-Não é de surpreender. Você é teimosa até pra morrer. Sem contar os incidentes daqui.

-Diz a intoxicação por medicação? Ou quando me prenderam sem querer na máquina de ressonância?

-A morte te ama Illa, mas você é teimosa demais e esperta pra se entregar pra ela.

-Quem sabe eu seja birrenta mesmo, ou porque só tem uma coisa que amo.

-E o que seria?

-Você

Ele fica mais palido que o normal, depois suspira cansado.

-Vamos ignorar isso ok? Você tem que se recuperar,  não sou o tipo de cara pra você.  -Ele me entrega a bandeja-Come, tem uma prova daqui uma semana,  tem que sair até lá.

Vestibulares eram elitistas, e caros ou seja, não fiz inscrição,  mordo o labio.

-Tava caro,  não paguei....-Ele sorri.

-Eu paguei pra você e sei que é capaz.

Arqueio a sombrancelha.

-Como sabe meus documentos?

-Eu sei tudo. 

Sorrio.

-Falou senhor onipresente.

Ele ri, mas suspira e beija minha testa fazendo um leve cafune.

-Se recupera pra irmos embora logo ok?

Faço que sim e mordo um dos morangos.

-Assim....é errado,  tipo eu to internada e não temos nada....

-Não vamos transar desiste.

-Uau, nossa que fora.

Ele ri.

-Te conheço o suficiente Illaria, mas serio, não.  -Bufo e cruzo os braços

-Chato. -Ele beija minha bochecha.

-Outra hora talvez, mas se recupera primeiro,  tenho que ligar pra alguém,  tenta não morrer sem mim. -Ele fala isso e sai, encosto no travesseiro e fico olhando o teto até cansar de esperar.

Abrem a porta, sorrio, mas meu sorriso morre. Não era ele, era alguém da polícia. 

-Oi tudo bem? Queria fazer algumas perguntas pra você pode ser?

O policial era calmo, novo, mas no fundo me olhava intimidando e não gostei disso.

-Tudo bem, podemos só esperar meu namorado voltar? Eu me sinto melhor com ele.

-Voltar? Srta, não tinha ninguém aqui.

Ele ainda estava calmo, mas eu ri.

-Como não,  logico que tinha.

Tento me levantar, ele fica alerta, bufo irritada.

-Você é 3 vezes maior que eu, não me faça de ameaça.

Estava irritada com isso vou pro corredor, ele ms segue.

-Acho que não poderia estar aqui.

-Eu só quero saber onde ele esta, cade ele?

-Ele quem?

-Tanatus, ele tava aqui.

Levo a mão pra cabeça,  o policial chama a enfermeira.

-Ela esta alucinando, acho que é o trauma.

-NÃO É O TRAUMA ELE TAVA AQUI! Tinha que estar.....

Me ajoelho no chão e começo a chorar.

....Uma semana depois.....

-Acha que está bem mesmo pra isso?

Minha mãe havia melhorado muito comigo, consoderaram tudo um surto psicotico, o nervoso do vestibular e a morte da garota, o prédio que ele morava? Não existia, ele não existia, era como se nada daquilo tivesse sido real, mas meu vestibular ainda tava pago, e o  colar de corvo  tambem estava la, enxugo uma lagrima.

-Eu to bem

-Filha, é normal se sentir sozinha, e inventar um namo....

Ignoro e saio do carro batendo a porta. Fiz a prova de qualquer jeito, pra minha surpresa eu passei. Em artes cênicas,  não medicina. Devia imaginar que era um surto meu mesmo, mas no momento que eu estava ninguem ia falar nada contra, eram 3 anos. E eu acho que conseguia seguir, afinal. A vida é minha, não posso fazer algo que sei que não vou ser feliz por imposição materna ou paterna, acho que isso meu relacionamento deu certo, ele me libertou.