Estava mordendo a caneta, fazendo algumas anotações e desenhos no caderno.
-Você ta me desenhando? -Ele ri e se senta perto. Fecho na hora e encaro.
-Por que estaria? Você não é o centro do mundo o que quer?
-Vai ter uma festa hoje, me convidaram, quer ir? - Ele sorri. Bufo
Não, não era Tanatus, era o Joe, meu ex, ele foi um dos motivos do meu surto em muita coisa, principalmente o fato de ter me abusado sexualmente, mas é obvio que não falamos sobre isso, e ele age como se não tivesse acontecido.
-Vai na festa ? Ou não? -Ele arqueia a sombrancelha.
-Prefiro sair com a morte que com você.
Bufo e pego minhas coisas me mudando de lugar.
-Não vai na festa dele? -Eu gritei o que fez todo mundo me olhar de forma esquisita. Tanatus ri, ele estava bem atrás de mim, surgiu do nada.
-O que quer? -Falo seria.
-Vamos na festa, vai ser divertido. -Ele sorri. Suspiro.
-Não nem.....é um corvo? -Olho a tatuagem no braço dele, ele ri e passa os dedos levemente por ele
-Sim, tenho muita semelhança com esses animais, gosto deles, e dizem que corvos presentem a morte em algumas culturas.
Arqueio a sombrancelha.
-Você real parece ter uma relação sinistra com a morte. - Ele ri.
-Não vejo como inimiga, as vezes as pessoas consideram errado ou assustador o que não entendem, mas são fases, fases que passam e se retransmitem em determinadas ocasiões, as vezes queremos fugir da realidade dos medos, e de tudo que ocorre conosco. Mas isso só serve pra piorar a situação. Não vejo a morte como inimiga, vejo como uma passagem obrigatória, afinal quem sofre é quem fica, não quem vai.
-Você é um ótimo filósofo sabia?
-Eu diria psicologo. -Ele ri. - Gosto desse aspecto de não se enganar nada da morte, ela é uma verdade dificil, mas honesta, gosto de honestidade. E aí vamos a festa?
Suspiro, os olhos negros dele pareciam não ter vida, brilho algum, não gostava muito de encarar por isso.
-Se eu não gostar....me leva embora? -Pergunto receosa, eu realmente não estava querendo muito.
-Levo. -Ele fala firme, estava sendo honesto, suspiro e concordo. Guardo minhas coisas e vou pra casa, estava quase na hora. Novamente meus pais cagando pro que eu fazia e brigando. Entro no meu quarto e me jogo na cama queria dormir um pouco. O que foi péssimo, porque trouxe muitas lembranças, acordo assustada com uma busina, abro a janela e vejo Tanatus encostado em uma moto, não tinha ninguém em casa pelo que vi, bufo e faço sinal pra ele entrar, ele entra olhando tudo envolta e se joga no sofa.
-Sua casa não tem segurança nenhuma sabia?
Rio.
-Não precisa, não temos nada para levarem mesmo. -Espreguiço e vou pro quarto e volto em seguida.-Vou tomar um banho, me espera aqui?
-Foi o combinado, sempre cumpro meus acordos.
Ele sorri, vou me arrumar, Tanatus vestia uma jaqueta de couro, blusa preta e calça mesmo estilo, ele estava um verdadeiro roqueiro gótico, estava bonito desse jeito. E com algumas correntes também.
Me visto depois de tomar banho com uma calça preta e uma blusa rasgada com símbolo de rock, ele sorri ao ver meu visu e se aproxima fazendo sinal pra eu virar, viro e ele arruma meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito, mas senti um peso no pescoço e acabei rindo me preparando ora tirar. Um colar. Prata com um símbolo de corvo.
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Nas Asas Da Morte
SpiritualUma história sobre vencer a depressão. Illa era uma garota tímida, esquizofrênica e depressiva, e tudo que ela mais queria era normalidade, no entanto isso faltava em sua vida, passava por problemas financeiros, brigas entre seus pais, e a baixa de...