3° Capítulo

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Yumi Natsuke

Eu só queria um pouco de liberdade, andar sozinha por aí sem ter que seguir as regras absurdas dos meus pais...

Mas agora estou aqui,sentada em uma cadeira enquanto á enfermeira dava pontos no meu joelho.
Foi uma loucura o que eu fiz, mas eu não esperava sofrer um acidente com isso...

Enquanto voltavamos juntas pra recepção, a minha cabeça martelava com a reação da minha mãe quando perceber que eu fugi... Eu não queria levar outra surra.

E tinha aquele homem... Robert estava ali a minha espera e eu não sabia como agir:

_então... como foi.
Robert aproximou de nós e ficou me olhando firme nos olhos, aquilo me deixou tensa ... Eu não tinha coragem de encara-lo e eu travei na mesma hora.

A enfermeira que falou por mim e depois saiu nos deixando sozinhos.
Ficou um silêncio entre a gente, mas eu sentia que podia confiar nele...

Robert me encarava, parecia que queria falar alguma coisa mas não conseguia.
Até que ele disse que me levaria em casa, recusei seu pedido e apressei em correr dali... correr daquele homem que eu nem conhecia.

Mas Robert foi mais rápido e segurou meu braço, me impedindo de sair do lugar.
Sua mão era grande, tomou conta do meu braço e os dedos afundaram na minha pele...

Sua cor constratava com a minha e dessa vez eu não consegui fugir do seu olhar:

_eu não quero ir pra casa...
Odeio aquele lugar.
Gritei com ele, eu queria jogar a raiva que sentia pra fora.

Ele me soltou na mesma hora e parecia nervoso mas tentou controlar a voz:

_escuta aqui menina...
Eu não vou sair de perto até você está segura.
Robert parou próximo a mim que eu senti sua respiração no meu rosto.

_te-tem a casa da Jéssica... Uma amiga minha da escola.
Ele conseguiu me fazer recuar.

_ótimo... Assim eu fico mais tranquilo.
Ele seguiu em direção ao carro, seu olhar era de raiva e me fez um gesto pra eu segui-lo.

Quando lhe passei o endereço, e o número do apartamento, o semblante de Robert mudou e ele ficou mais sério, o carro parou em frente o prédio:

_liga pra Jéssica... Avisa que a gente tá subindo.
Robert falou como se já conhecesse minha amiga a muito tempo.

Quando passei com ele perto do porteiro pra esperar Jéssica, o homem acenou pra Robert como se já o tivesse visto por aqui:

_Yumi... Tio... o que tá acontecendo aqui.
Jéssica veio correndo até nós e me deu um abraço forte e em seguida no Robert... Foi aí que eu entendi tudo.

O tio que Jéssica dizia que era um cara gente boa, que lhe fazia morrer de rir e muito parceiro, esteve ao meu lado a tarde toda...

No elevador Jéssica não parava de me perguntar se eu estava bem, expliquei rapidinho pra ele como acabei machucando o joelho.
E quando dei uma olhada pro Robert pelo reflexo do espelho, peguei ele conversando com alguém por mensagem...

Era ridículo eu achar que um cara daqueles iria reparar em mim.
Robert era casado, porque Jéssica me contou que seu tio tinha uma esposa que era médica...
Eu nunca teria uma chance com ele.

(....)
A porta se abriu e os pais da minha amiga nos recebeu, eles estavam preocupados e Robert tratou de explicar pro irmão e a mulher como tinha quase me atropelado.

Me sentei no sofá e fiquei quieta prestando atenção na conversa deles, uma hora ou outra eu via os olhares que Robert lançava em mim achando que eu não percebia...

No meio disso, o celular de Jéssica tocou,era um número restrito e quando ela disse que era minha mãe, eu comecei a chorar e acabei chamando a atenção de todos...
Inclusive Robert, que ficou me olhando de longe.

Jéssica me levou para o seu quarto e me disse que Sayori gritava na ligação e que já está á caminho da casa deles para me buscar junto com Takeo.

Me bateu um dessespero, eu sabia que seria castigada quando pisasse em casa.
Então puxei com raiva a gola da blusa, revelando a Jéssica o que eu escondi dela mais cedo, marcas de dedo no pescoço...
Jéssica regalou os olhos apavorada:

_isso foi minha mãe porque eu não quis organizar meu quarto e isso...
Puxei minha saia pra baixo e lhe mostrei meu quadril com uma marca de cinto, estava roxa.
_foi meu pai, porque eu tentei impedir Takeo de bater na cara da minha mãe.

As lágrimas descem junto com a raiva que eu sentia dos meus pais.

_Yumi...
Jéssica correu até mim e limpou meu olhos com a mão e me abraçou.
_o que seus pais fazem com você é um abuso Yumi... você tem que denunciar, eu não entendo disso, mas meu tio pode te explicar melhor, já que ele lida com essas coisas de Justiça.

_eu não posso...
Afundei a cabeça no ombro de Jéssica e quando levantei, peguei Robert nos olhando da porta.
Ele tinha escutado toda a nossa conversa.

Ele tinha escutado toda a nossa conversa

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Senhor Promotor (em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora