5° Capítulo

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Yumi Natsuke

Quando percebi que Robert tinha ouvido toda a minha conversa com Jéssica, não tive muito o que explicar

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Quando percebi que Robert tinha ouvido toda a minha conversa com Jéssica, não tive muito o que explicar...

Eu sei que sua intenção era de me ajudar, mas eu não posso simplesmente denunciar meus pais, as vezes sinto raiva da minha mãe, eu não sei porq Sayori me trata tão mal, mas aí me lembro de quando eu era uma garotinha e podia ter todo carinho que ela me dava.

(....)
Quando Robert me abraçou não sabia o que fazer, não tava esperando por isso, mas quando senti seu coração bater rápido enquanto meu choro não parava, percebi que nos seus braços estava protegida.

Mas logo mamãe entrou no quarto da minha amiga e me puxou pra longe de Robert, consegui puxar meu braço dela, mas tomei um susto com meu pai caído no chão...

Mamãe começou a sacudir Takeo pra ver se ele acordava, e logo todos que tavam na sala se enfiam no quarto de Jéssica... No meio dessa confusão não consegui falar mais nada com Robert, queria pelo menos ter me despedido.

(....)
Dentro do carro, no caminho pra casa, mamãe só sabia gritar comigo... me proibiu de frenquentar a casa da minha amiga e se caso me visse perto daquele homem outra vez, ia me mandar de volta pro Japão.

Quando o carro de Takeo parou, mamãe tbm saiu de dentro só que me puxando junto, quando passamos pela sala pra subir as escadas, Ranomoto veio da cozinha e olhou assustada para aquela situação.

Logo Sayori me jogou pra dentro do meu quarto, a sorte que caí em cima do colchão, minha preocupação era os pontos que levei no joelho se abrir:

_eu não acredito que você fez isso de novo...
Mamãe me encara com ódio nos olhos.
_fugiu  e ainda estava agarrada com aquele homem estranho... E se ele abusasse de você.. como ia se defender.
Quando Sayori disse aquilo de Robert, minha garganta queimou, como ela pode falar dele assim se o que ela faz comigo é pior.

_mamaē você não conhece o Robert... ele me respeitou todo o tempo e só queria me ajudar.
levantei da cama e fiquei cara  á cara com minha mãe.

_voce é uma vergonha..
Um estalo foi ouvido no quarto e meu rosto ardeu, mamãe tinha me dado um tapa.
_o seu pai está doido pra te dar uma surra, mas você está merecendo um castigo muito pior.
Sayori deu um berro, me puxando pra fora do quarto e descendo as escadas, quando soube pra onde estava me levando, entrei em desespero.

_não mamãe... Por favor...
Eu tinha muita medo de ficar presa e sozinha, e foi isso que mamãe me fez quando me trancou no sótão.

Olhei para aquele lugar vazio e escuro, e tentei controlar meu pânico.
Ainda estava de dia e a claridade entrava por algumas gretas das tábuas.

Olhei para aquelas caixas empurradas e sentei em um  dos degraus da escada, procurei meu celular mas Takeo tomou de mim, abracei meus joelhos sentindo medo.

Acordei com o barulho da chave no trinco, meu corpo tava todo dolorido e eu não sei que horas o cansaço me venceu...
Passei a noite em claro, qualquer barulho me assustava e isso piorava aínda mais meus pensamentos.

_precisa comer alguma coisa ou vai passar mal no colégio...
Senhora Ranomoto me pegou pelos ombros e me ajudou á andar, porque eu não consegui parar de tremer.

Ranomoto me olhava com dor, sempre tive sua ajuda quando isso acontecia...
Ela sempre foi contra esse comportamento dos meus pais, mas sabia que não podia interferir.

Com dificuldade consegui tomar um banho e quando estava pronta pra ir pro colégio, Senhora Ranomoto entra no meu quarto com alguma coisa nas mãos:

_eu sei que precisa disso...
Me entregou um celular e me deu um abraço, o telefone que ela me entregou é um que ela sempre me entrega quando meus pais pegam o meu.

Procuro o número de Jéssica e lhe mando uma mensagem... Logo ela me diz que seu tio estava muito preocupado e queria até o meu endereço.

(....)
No caminho pro colégio, senhor Shimaro ficou calado e as vezes me olhava preocupado, com certeza sua esposa lhe contou o que minha mãe me fez.

Deixei meu material no armário e fui pra sala de aula, no intervalo de uma aula e outra, Jéssica me manda mensagem dizendo que tava me esperando na biblioteca:

_quando contei prós meus pais o que sua mãe e o seu pai fizeram com você... Eles queriam ir até uma delegacia Yumi... O Robert que não deixou.

Quando Jéssica falou do seu tio, fiquei um pouco nervosa.

_ o que o Robert pretende fazer, já disse que não vou denunciar meus pais... Ainda são meus pais apesar de tudo.
Minha voz tremeu e as lágrimas comecam a cair.

_nao fica assim amiga ... Já te disse, meu tio é muito gente e boa e só quer te ajudar..
Jéssica me abraçou e quando afastou deu sorrisinho.
_ passei o seu número pra ele...
Não vai brigar comigo né.

Eu não ia brigar com Jéssica por isso, mas fiz um bico e ela riu da minha careta.
Quando ela disse que passou meu número para Robert, não consegui me concentrar nas aulas..

Quando cheguei em casa, foi um alívio saber que meus pais não estavam... Subi as escadas e fui direto pro chuveiro, quando sentei na beirada da cama, já enrolada com a tolha, fiquei olhando os pontos no meu joelho e Robert me veio na mente.

Nisso o telefone vibra e um número desconhecido aparece... Era uma notificação de ligação:

_oii Robert...
Digo um pouco nervosa quando escuto sua voz mais grave do outro lado da linha.

_fiquei muito preocupado com o jeito que sua mãe te levou ... Tudo bem se a gente se falar por aqui.
Fiquei um pouco decepcionada com o que disse, mais entendo Robert, para ele sou apenas uma garota que está com problemas.

_nao precisa preocupar... Eu estou bem agora..
Eu não podia dizer o que Sayori me fez, então menti.

_que bom que está bem... Você não sabe como estou aliviado.
Logo ouvi um silêncio na chamada até  que sua voz reaparece.
_a gente pode se ver de novo... Preciso te ver de perto e ter certeza que está mesmo bem.

_esta bem ...pode me pegar depois da quarta aula amanhã.
Meu coração bateu rápido e achei que não ia conseguir falar tudo.

_me espere então amanhã... Que logo passo lá.
Parecia que ele queria dizer mais alguma coisa mas então encerrou a ligação.

Pulei na cama ainda de toalha, e fiquei pensando no que Robert me disse...
Eu não posso sentir nada por ele.

Continua

Senhor Promotor (em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora