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— não, não, não!!POR FAVOR, NÃO FAÇAM ISSO COMIGO DE NOVO

Acordei num pulo sentindo meu coração disparado, pego meu celular para verificar e ainda são quase três da tarde, minha mãe tá na empresa e o Gael deve estar dormindo

Me sento na cama, olho em volta e sinto a sensação delas estarem se fechando em minha volta me sufocando, caminho até o banheiro e jogo água no meu rosto, ao deixar o cômodo vou até  o local onde eu escondo algumas drogas, peguei a primeira que eu vi na frente, abri o saquinho e contém cocaína, despejei na mesinha ao lado da cama e dividi a rapidamente e em seguida as inalei

Sai do meu quarto desnorteada e desço as escada correndo e indo até a academia que fica no lado esquerdo da piscina

Ao entrar, vou direto para onde fica o saco de pancadas, eu não coloquei luvas ou alguma coisa para proteger minhas mãos, isso não está importando no momento

Enquanto eu dou sequências de soco no saco de pancadas,tudo que aconteceu a tempos atrás volta a minha mente, as lágrimas escorrem pelo meu rosto e minha garganta está seca, minhas mãos estão suando e toda essa adrenalina está correndo em minhas veias, gritos de sofrimento saím da minha boca sem intervalos de tempo

Continuo dando diversos socos, sinto minha visão escurecendo, meus lábios secos, uma sensação de desmaio, mas eu continuo como se nada estivesse acontecendo, sinto a dor se instalar a cada soco que eu dou, intensifico os socos usando toda minha força, meus chutes são fortes, o que me tira diversos gemidos de dor

Minhas pernas fraquejam e eu caio de joelhos ao chão, meus soluços ficam cada vez mais altos, a dor em minha cabeça só aumenta, meu coração dispara descontroladamente e lágrimas não param de escorrerem pelo meu rosto

Fiquei de joelho enquanto as vozes rodeavam minha mente, envolvi meus braços ao meu corpo em uma forma de me sentir mais segura

Esse é só mais um dia como todos em que eu revivo tudo de novo, e de novo, e de novo...

Levantei e segui até a cozinha, peguei um litro de vodka e whisky e fui para o meu quarto trancando a mesma

Comecei virando o litro de vodka, bebi como se fosse água, eu não sentia minha garganta queimar, nem minhas mãos doer, só sinto a dor em meu peito, essa dor que me destrói e me mata lentamente

Um tempo se passa e eu levanto do chão, e pego as garrafas vazia arremessando na parede

Eu não sei quanto tempo eu passei ali no chão bebendo, só sei que demorou, porque minha mãe entrou no quarto desperada

Quando eu falo que eu estou acabando com a vida da minha mãe, é disso que eu estou falando, a dor e o sofrimento dela nessas horas

— Vem levanta- pediu e eu segurei em seu braço

— Você usou quanto? — perguntou sendo o mais cautelosa possível

— Eu tô limpinha, não usei nada — eu disse dando risada, minhas falas saiu todas emboladas

— Você tá cheirando a maconha e bebida — entrou no banheiro comigo

Ela retira minha roupas e me colocou debaixo do chuveiro, como a água está a gelada, eu dei um pulo de espanto

— Mãe, eu não quero banhar, tá gelado — eu resmunguei

Ela ensabou o meu corpo e depois me colocou novamente tirando toda a espuma, logo em seguida ela me enrolou em uma toalha e me secou na cama, ela foi até e closet e quando voltou estava com um conjunto de moletom sobre as mãos, ela me secou e depois me vestiu, pegou meu remédio para ansiedade e me deu para tomar

Opostos - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora