Capítulo 1 - A tentativa número 53

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Em um lugar distante, no meio de uma floresta, o cientista Rhett estava entrando na sala de experimentos de seu laboratório. Um dos seus companheiros de trabalho, Karter, estava ali. Ele queria ter certeza de que estava tudo correndo bem, a tentativa número 53 seria hoje, dali a poucos minutos.

Uma pessoa estava dentro de uma grande cápsula, desacordada. Dentro do tubo continha água borbulhante, o corpo se mexia apenas para respirar através de um cano. Ele estava ali fazia dias, esperando para ser testado.

– Karter, como vai? – disse Rhett, se aproximando do colega que estava mexendo no computador, configurando os dados.

– Quase pronto, senhor – respondeu ele. – Ainda falta fazer algumas coisas, mas creio que poderemos terminar isso hoje ainda.

– Era tudo que eu queria ouvir. E o corpo?

– O corpo está bem. Não sofreu nenhum dano até hoje. A pessoa está viva, mas está desacordada, assim como os anteriores. Dessa vez vai funcionar, eu estou sentindo.

– Espero que esteja certo.

Karter mexeu clicou em mais teclas no teclado por uns cinco minutos. Rhett andava em círculos em torno da cápsula, examinando o corpo, pensando que tudo daria certo. Se não, ele estaria ferrado na mão de outras pessoas.

Passou-se meia hora, Karter estava suando, porém não tirava um sorriso do rosto. Rhett viu seu sorriso através do reflexo do monitor do aparelho, e então sabia que vinha boa notícia.

– E então? Por que essa alegria toda? – perguntou.

– Eu acho que consegui.

– Conseguiu? De verdade?

– Sim. – Virou-se para Rhett. – Acho que está na hora.

– Vamos ver se você está certo. Vou chamar os outros. Espere aqui.

Rhett saiu da sala, Karter virou sorridente de volta para a tela. Estava incrédulo, não podia acreditar que tinha conseguido a fórmula certa. Dessa vez vai.

A porta se abriu depois de 10 minutos e outros seis cientistas entraram na sala. Todos confusos, mas sabia que era algo de bom que estava acontecendo.

– Senhores – disse Rhett, parando na frente de todos eles –, o cientista Karter tem uma ótima notícia para contar a vocês. Senhor?

Karter se levantou da cadeira e caminhou hesitante para a frente de todos, tomando o lugar de Rhett, que chegou um pouco para trás.

– Sim, é... Eu acho que encontrou a fórmula correta.

Murmúrios começaram a tomar conta do local.

– Você acha? – disse um cientista.

– Não acho, tenho certeza – corrigiu-se, ficando nervoso. – Acho que podemos fazer o experimento novamente neste momento.

– Senhor, sem querer ofender ou algo do tipo – disse o cientista Alan –, mas já se passaram 52 tentativas, você não acha que é melhor desistir não? Todas as outras cobaias ficaram azuis e... extremamente agressivas.

Os outros concordaram, olhando indignados para Karter. Rhett mantinha um olhar inseguro.

– Se me permitirem, senhores – disse ele, chegando para frente –, mas acho que devemos confiar no Karter só mais essa vez. Afinal, nós queremos ou não queremos isso, certo? Então... Karter... – virou para seu colega – mostre-nos o que você tem.

– É pra já.

Karter caminhou até o computador, sentando-se na cadeira.

– Senhores, peço que vocês olhem para a cobaia na cápsula. Este é o senhor Tucker Mitchell, ele se ofereceu para nos ajudar com o experimento há alguns meses. Nessa seringa que está injetada em seu braço, vou inserir o líquido ExB-8659, o ingrediente principal. – Deu uma risadinha. – Vai passar alguns minutos e ele vai começar a fazer efeito, é só esperarem.

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